Silvano Formentin
2 de set de 20193 min
Os romanos conquistaram o mundo, e precisaram construir estradas para poderem percorrer seus domínios. Mesmo após 2 mil anos, suas invenções continuam surpreendendo o mundo. Agora você saberá o porquê.
Os historiadores calculam que, quando os romanos chegaram ao ponto máximo de expansão geográfica, a rede de caminhos por eles construídos percorria 80 mil km, ou seja, duas voltas inteiras pelo planeta Terra.
Estas estradas serviam principalmente para o transporte de tropas e suprimentos, que abasteciam as conquistas do império. Depois, elas se tornaram rotas de comércio e de trocas de mensagens.
Estes caminhos conectavam a Europa, o Oriente Médio e o norte da África. Ainda é possível percorrer muitas dessas rotas.
Um grupo de economistas da Universidade de Copenhague, chegou à conclusão que a prosperidade gerada por estas estradas há quase 2 mil anos está relacionada ao desenvolvimento do qual gozam hoje os lugares em seus arredores.
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores compararam um mapa da antiga rede de estradas romanas com um mapa noturno moderno (foto de satélite), em que é possível ver áreas mais ou menos iluminadas pela rede elétrica.
Para os economistas, a relação é clara: quanto mais luz, maior o progresso econômico. Buscando aprimorar a análise, foram coletadas também estatísticas atuais da população, densidade das estradas e produção econômica.
O resultado foi claro: lugares mais próximos as rotas do Império romano tendem a coincidir com aqueles que hoje têm mais estradas, pessoas e desenvolvimento econômico.
Assim, os pesquisadores concluíram que o desenvolvimento de diversas cidades europeias e da Europa na totalidade “se deve à persistência de uma notável infraestrutura durante um período de 2 mil anos”, aponta o estudo.
No Oriente Médio e no norte da África, que faziam parte do Império, entre os anos 500 e 1000, o transporte mais utilizado eram as caravanas de camelos, em vez de carroças puxadas por bois. Assim as estradas foram destruídas ou abandonadas, por isso essas regiões não se desenvolveram tão bem economicamente.
As estradas tinham 1 metro de profundidade, com várias camadas: barro, areia, argila, concreto, cascalho e pedra. Eram construídas de forma que a água fosse drenada pelas pedras, coisa que hoje é um grande problema em nossas rodovias.
Eram feitas sempre em linha reta, isso mesmo, não existia curva. Para mudar a direção eram feitos ângulos retos. Se fosse necessário, os romanos cortavam montanhas para levar a estrada em linha reta adiante.
Talvez não tenha sido os romanos que inventaram as estradas, mas até então não existiam esses caminhos pré-estabelecidos como uma rede interligada e pavimentada.
Para dar maior resistências às estradas, os romanos inventaram algo que usamos até hoje, o concreto. Usado também para fazer os grandes aquedutos.
Na idade média, depois da queda do Império Romano, muitas estradas foram destruídas para as pedras serem usadas na construção dos castelos medievais.
Quer conhecer o “Waze” das estradas romanas? Sim, fizeram um!
O mapa chama-se “Orbis”, criado por um grupo de professores e pesquisadores da Universidade de Stanford. O projeto mapeou mais de 80.000 km das vias romanas, 28.300 km de vias fluviais e 1.026 rotas marítimas do sistema de transporte do Império Romano.
Com esse “Waze das estradas romanas” você pode calcular a rota mais rápida, a mais curta ou a mais barata para chegar de um ponto a outro do império romano, inclusive escolhendo a estação do ano e se a viagem é a pé, a cavalo, com carro de bois ou em marcha rápida militar.
O site está em inglês, mas mesmo assim vale visitar pela diversão. Clique aqui para conferir.
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Arrivederci!