Circo Massimo: a maior arena de espetáculos de Roma
Conheça a história da maior arena de entretenimento da Antiguidade
Multidões gritando e torcendo, gladiadores saudando o imperador, homens lutando com feras terríveis, corridas de cavalo acirradas - no artigo de hoje, eu vou te contar sobre uma construção incrível, onde muitos desses eventos ocorreram! Trata-se da maior Arena de jogos de Roma, chamada de Circo Massimo.
A história da arena
Desde a época da República na Roma Antiga, a carreira política de um homem dependia da quantidade e da qualidade dos espetáculos que ele oferecia na cidade. Além disso, era muito importante manter a população distraída, para que deixassem de pensar nos problemas da cidade e não se rebelassem.
Assim surgiu o Circo Massimo, cuja construção se iniciou com o primeiro rei etrusco de Roma, Tarquínio Prisco, em uma depressão natural do terreno, o vale Murcia, entre os montes Palatino e Aventino. Inicialmente, era formado por uma estrutura de madeira, que foi anexada a uma área de onde partiam os carros dos jogos e foi construído um muro central para canalizar o curso das águas.
Devido à resposta positiva do público, o governante romano Júlio César realizou obras que expandiram a arena, e ela passou a ter 600 metros de comprimento, 225 de envergadura e capacidade para acomodar 200 mil pessoas.
Mais tarde, o Imperador Tito construiu um arco na extremidade do Circo, e o imperador Domiciano uniu seu palácio à arena para poder assistir aos eventos da sua própria varanda. O imperador Trajano acrescentou 5 mil lugares ao circo e expandiu a zona imperial para ter maior visibilidade.
Os jogos
Diversas competições e atividades eram celebradas durante o “ludi romani” ou seja, “jogos romanos”. Esses jogos eram eventos que incluíam todo tipo de entretenimento, como desfiles, cerimônias religiosas, peças teatrais, banquetes, demonstrações de gladiadores além das famosas corridas de bigas. Os ludi aconteciam inicialmente uma ou duas vezes por ano, mas, como esses eventos se transformaram em uma demonstração de status para os poderosos que os patrocinavam, passaram a ocorrer em 57 dias do ano.
Uma das atrações que mais empolgavam o público eram as corridas de biga – uma espécie de carroça/carruagem de madeira puxadas por dois ou quatro cavalos. As corridas eram perigosas para os pilotos e cavalos, que sofriam muitas vezes ferimentos graves, chegando até a morte, pois os veículos eram construídos pensando unicamente na rapidez e não na segurança.
A competição contava com 12 carruagens e 48 cavaleiros e quando começava, uma das características mais marcantes era o chamado “naufrágio”. Os veículos caíam e colidiam entre si na pista. Como consequência, se tornavam obstáculos para os competidores que estavam atrás. Isso tudo era extremamente perigoso e quase sempre gerava alguma morte, mas também era a parte preferida dos espectadores, que se empolgavam e começavam a torcer ainda mais alto.
Os pilotos que participavam das corridas arriscando suas vidas eram chamados de aurigas. Em sua grande parte, eram homens pobres tentando ficar ricos ou escravos em busca da liberdade. A largada era dada quando um pano branco era jogado ao chão. Doze carruagens saíam dos boxes (chamados de cárceres) — as equipes mais ricas pagavam para começar nos lugares da frente. As bigas eram distribuídas em quatro equipes: os azuis, os verdes, os vermelhos e os brancos. Vários imperadores eram fãs dos verdes. Calígula, por exemplo, ia até os estábulos na véspera da prova, para dar uma força para o time do coração.
As corridas só tinham uma regra: “Não há regras”. Tudo era permitido, inclusive chicotear o adversário e jogá-lo contra o canteiro central.
Circo Massimo na atualidade
Com o passar dos anos, os imperadores de Roma começaram a ser pressionados para construir arenas específicas para que eventos diferentes pudessem ocorrer ao mesmo tempo. Assim, as corridas com as bigas ficaram concentradas no Circo Massimo, e com a construção do Coliseu, as lutas de gladiadores e demonstrações com animais acabaram sendo transferidas para lá.
Com isso, o Circo foi gradualmente caindo em desuso e, no século VI d.C., ele foi aposentado de vez. As pedras de sua estrutura foram retiradas e reutilizadas para a construção de outros edifícios. Já a pista de corridas, com o passar do tempo, foi sendo encoberta, voltando a ressurgir após escavações iniciadas no século XIX. Por isso, o que resta do Circo Massimo hoje em dia é apenas um descampado.
Ainda assim, visitar esse lugar pode ser muito interessante. É só reparar na dimensão e fazer a sua imaginação trabalhar. Com tudo o que contei aqui, acredito que pode ser muito impressionante caminhar por esse lugar histórico e pensar que por ali mesmo já passaram centenas de esportistas, muitos que atingiram a fama e muitos que infelizmente faleceram ali, sob o olhar atento de milhares de pessoas nas arquibancadas.
Além disso, é possível também fazer o passeio com um óculos de realidade virtual alugado, aparelho que vai te ajudar nesse processo de imaginar, mostrando imagens de como tudo era antigamente, no exato lugar onde se encontrava. Esse passeio, sem os óculos especiais, é gratuito e você pode aproveitar a sua proximidade com o Coliseu e visitar os dois no mesmo dia.
Você já conhecia a história do Circo Massimo ou ficou com vontade de conhecer esse lugar? Me conte nos comentários o que achou de tudo o que mostrei aqui!
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Arrivederci!
Maravilhasosa matéria!!
Saber sobre históriada Itália é muito bom
Excelente matéria. Sou fascinado pelo história e cultura de Roma. Sou aluno do seu curso. Meu e-mail wagnermontenegro@hotmail.com.
Não conhecia. Muito bom, bem descrito. Parabéns professor!
Roma sempre reserva surpresas, já visitei a cidade mas não tinha conhecimento desse monumento grandioso. Grazie per condividere, professor Silvano.