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  • Silvano Formentin

Júlio César: O imigrante italiano mais influente que já existiu

Júlio César foi uma figura importante da história romana, conhecido como um excelente militar, além de político e advogado. Ficou marcado como uma das personalidades mais importante dos últimos anos da República Romana.



De mais um romano na multidão a Imperador


Nasceu em Roma em uma família da aristocracia de pouca influência e foi conquistando seu espaço na sociedade romana gradualmente. Foi eleito para diferentes cargos ao longo de sua vida.


"Veni, vidi, vici" (Júlio César)

“Vim, vi e venci”


Aos 16 anos após a morte do pai, Júlio César decidiu tornar-se um alto sacerdote que atuava no culto ao deus Júpiter. Sua alta posição foi abalada com a ascensão de Sula ao poder romano, que passou a persegui-lo em oposição política.


Enfrentando a ameaça iminente de Sula, Júlio César viu seus bens serem confiscados pelo governo sendo destituído de sua posição. Ciente do perigo que pairava sobre sua vida, ele tomou a decisão audaciosa de fugir de Roma.


Permaneceu longe de Roma enquanto Sula esteve vivo. Nesse período, ingressou no exército romano, recebendo honrarias por sua atuação em batalha.


Após a morte de seu perseguidor, Júlio César fez a ousada escolha de retornar a Roma em 78 a.C. Estabelecendo-se modestamente em um bairro humilde da cidade, ele embarcou em uma nova jornada como advogado, onde rapidamente ganhou destaque devido à sua habilidade notável de oratória.


No entanto, o talento de César não se limitou apenas à sua carreira jurídica. Sua notoriedade o levou a trilhar o caminho da política, e sua ascensão começou quando foi eleito tribuno militar. Essa posição marcou o início de uma trajetória que moldaria seu destino e influenciaria os rumos do Império Romano.


Júlio César, Pompeu e Crasso uniram forças para obter o controle político e enfraquecer a atuação dos senadores. Os três dividiram o comando das províncias romanas em várias regiões do mundo antigo. Esse acordo ficou conhecido como o Primeiro Triunvirato.


Os três ausentaram-se de Roma, onde Crasso lutava contra os Partas no Oriente; Pompeu fora nomeado chefe do exército romano na Espanha; e César estava na Gália, envolvido numa guerra longa e exaustiva.


Entretanto, a aliança que um dia uniu Pompeu e Júlio César se desfez após a trágica morte de Crasso. O que antes eram laços políticos sólidos se transformaram em inimizade mortal. Ao retornar a Roma, César deparou-se com uma cidade mergulhada no caos, instaurado pela influência de Pompeu.


Determinado a restaurar a ordem, Júlio César emergiu como uma figura de liderança incontestável, conquistando ainda mais popularidade entre o povo.


Enquanto isso, o exército de Pompeu, derrotado e acuado, fugiu para a Grécia, onde César implacavelmente os perseguiu e conquistou uma vitória decisiva em 48 a.C.


Pompeu e o que sobrou de seu exército fugiram para o Egito em busca de asilo político, mas foi assassinado logo que desembarcou por partidários de Ptolomeu 13 (irmão de Cleópatra que reivindicava o trono). Ele esperava agradar a César e eliminar as chances de Cleópatra voltar ao trono com o ato.


Quando César chegou ao Egito, Cleópatra ainda estava exilada na Síria. Ela precisava falar com César em busca de proteção e aliança política, mas entrar no palácio em Alexandria não seria tarefa fácil, já que os partidários de seu irmão controlavam todos os acessos.



Júlio César e Cleópatra: A união do Império Romano e do Antigo Egito


Segundo as fontes antigas, para entrar sem ser vista, Cleópatra escondeu-se num tapete que um subordinado levou para o palácio. Foi neste relacionamento amoroso que nasceu uma das maiores alianças politicas e interculturais da história: a união de uma macedônia-grega com um romano (italiano).


Este encontro desencadeou uma força imparável que moldaria o curso da história, uma sinfonia de ambição e paixão. Enquanto Roma se curvava perante a beleza e o intelecto da última rainha do Egito, Cleópatra encontrava no imperador romano uma promessa de poder e proteção.


As tensões políticas e os jogos de poder estavam no auge em Roma no ano de 44 a.C. César, com sua ambição e reformas revolucionárias, havia conquistado uma posição de poder indiscutível. No entanto, esse sucesso incomodou os membros da elite romana.


Em meio a essas intrigas, um grupo de senadores, liderados por Brutus e Cassius, forjaram uma conspiração meticulosa. Sob a fachada de um ato público de homenagem, César foi atacado a facadas, sendo traído por seus compatriotas e perdendo a vida.



“Até tu, Brutus”

Júlio César ainda se defendeu, cobrindo-se com uma toga, até ver Brutus, quando então teria dito sua última famosa frase.



A fusão de culturas que moldou o calendário e transformou a história


Antes de Júlio César (100 a.C. – 44 a.C.), o calendário que vigorava em Roma era dividido em 355 dias e 12 meses, o que causava um grande desajustamento ao longo do tempo, pois as estações do ano passavam a ocorrer em datas diferentes.


Júlio César foi cativado pela riqueza cultural desse antigo império egípcio. Entre os muitos aprendizados, descobriu que o calendário pelo qual se orientavam era inspirado pelo ciclo das águas do Rio Nilo, que apresentava três fases distintas: as cheias, o plantio e a colheita.


Esses ciclos eram previsíveis e repetitivos, conduzindo à criação de um calendário único, onde cada ciclo compreendia quatro meses, e essa divisão permitia aos egípcios uma organização precisa do tempo e das atividades agrícolas.


Quando se tornou ditador da República romana, Júlio César resolveu reformar o calendário para adequá-lo novamente ao tempo natural, assim como os egípcios, trazendo para o ocidente o modelo de calendário como conhecemos hoje.


A reforma de Júlio César instituiu o ano depois de 45 a.C. com 365 dias e seis horas, divididos em 12 meses, o que conseguiu resolver o problema durante um tempo. As seis horas que sobravam de cada ano seriam compensadas a cada quatro anos com a inclusão de mais um dia em fevereiro, os dias bissextos.


A maior parte do mundo católico aceitou a mudança, mas foram vários os países que rejeitaram a alteração, fazendo com que mais de um calendário existisse no mundo cristão. Os últimos países a adotarem o calendário gregoriano na Europa foram a Grécia, em 1923, e a Turquia, em 1926.


Assim, Júlio César deixou um legado ao unificar o Egito e a Itália por meio de suas conquistas históricas. Suas realizações transcendem fronteiras, deixando para trás um rico patrimônio cultural que ecoa até os dias atuais.


Sua notável contribuição e importância na história são inegáveis, consagrando-o como o imigrante italiano mais influente de todos os tempos, graças às suas habilidades políticas e diplomáticas excepcionais.


Espero que essa leitura sobre o legado incomparável deixado por Júlio César tenha sido uma experiência verdadeiramente enriquecedora para você, despertando sua percepção acerca da sua significância ímpar para a cultura ocidental.


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Continuaremos nessa jornada de descoberta juntos.


Até a próxima leitura,

Arriverderci!


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