Silvano Formentin

14 de mai de 20204 min

A Itália em números | Bem viver e cultura

Atualizado: 19 de mai de 2020

Conheça a Itália de uma forma diferente, olhando seus números

Quando falamos sobre a Itália, logo lembramos da sua história, da sua cultura, culinária, belas cidades, monumentos, e do seu povo, aquele que construiu a Itália que conhecemos.

Os imperadores romanos, os grandes artistas do renascimento, os partigiani, os santos, aqueles que fugiram da miséria para recomeçar em outros países; as pessoas comuns, que mesmo não reconhecidas fizeram com que a Itália se tornasse o que é hoje.

Refletindo um pouco sobre a história da Itália, suas figuras e como ela é hoje, lembrei de um italiano, Leonardo, aquele que adorava números e cálculos. Então resolvi buscar os números da Itália, tive a ideia de ver a Itália pelos olhos de Leonardo da Vinci, de maneira mais profunda e analítica.

Os números nos permitem comparar de forma direta os países e como eles estão se desenvolvendo, além disso nos mostram de forma sublime a cultura de um país e como sua população se comporta.

Um desses números comparativos é o IDH. O IDH mede o grau de desenvolvimento humano dos países, considerando dados como expectativa de vida, educação e o PIB; o índice vai de zero à um; e quanto mais alto, melhor é o desenvolvimento do país.

Em 2019 o IDH da Itália foi de 0,883; ocupando a 29ª posição do ranking. Para você ter ideia, o Brasil ocupa a 79ª posição, com 0,761 de IDH, e os Estados Unidos possuem IDH de 0,920, sendo o 15º do mundo.

Outros índices que vão nos mostrar um pouco mais das consequências da cultura italiana são as posições que a Itália ocupa nos rankings de qualidade de vida e saúde.

A Itália ocupa a 20ª posição do ranking de qualidade de vida e o índice avalia aspectos como saúde, acesso à educação, saneamento básico e poder de compra da população.

Dentro do aspecto de saúde, visto no índice de qualidade de vida italiana, podemos analisar as causas de mortalidade, a expectativa de vida da população e o acesso à água e esgoto. Essa análise dá à Itália a segunda posição como país mais saudável do mundo, atrás apenas da Espanha.

A expectativa italiana é de 85 anos para mulheres e 83 para os homens, e em 2017 a Itália era o 2º país com maior número de idosos, perdendo para o Japão. A alta expectativa de vida italiana se dá principalmente por três fatores: sistema de saúde, alimentação balanceada e preocupação com o corpo e a mente.

A Itália possui o SNN, sistema nacional de saúde, com consultas, exames e internações com custo baixo para que a população tenha amplo acesso. Assim muitas pessoas tem possibilidade de se cuidarem e envelhecer com uma qualidade de vida melhor.

Podemos conhecer a Itália como o país da massa, mas a alimentação italiana vai muito além do macarrão e da lasanha. Os italianos costumam seguir uma dieta mediterrânea, baseada em alimentos frescos e naturais como frutas, legumes, cereais, azeite de oliva e peixes. Sem contar que muitas pessoas preparam sua própria massa, com ingredientes frescos e sem conservantes.

E quando se fala de massa, a Itália realmente sai na frente nas exportações, em 2018 o país exportou 1,7 toneladas de massas, faturando 2,9 bilhões de dólares. Mas ainda fica muita massa no país, onde estima-se que cada italiano consome em média 26 kg por ano.

Alguns hábitos são preservados pelos italianos mesmo nos dias tão corridos como os atuais. A cultura italiana nos traz uma certa leveza, apreciando aquele momento e vivendo ele com intensidade; ou também o ato não fazer nada.

O “segredo italiano” para tranquilidade é conhecido como dolce far niente, (a doçura de não fazer nada).

Mas não pense que isso é um mantra para ficar parado, o lema italiano está bem longe disso. Os italianos são um povo ativo e mesmo os idosos tem um papel importante na sociedade, não são aqueles “velhinhos” que precisam de ajuda constante. Podemos comparar o dolce far niente italiano ao conhecido carpe diem.

Trabalhe, limpe a casa, mas pare, respire fundo, tome um bom café e veja alguns minutos passarem...

E haja café! Os italianos consomem em média 3,1 xícaras por dia, chegando a quase 6 kg de café anualmente por pessoa. E para dar conta de tantas xícaras por dia, a Itália importa cerca de 9 milhões de sacas de café por ano.

Mas você também pode tomar um bom vinho italiano olhando pela janela, apreciando a paisagem. Vinho não irá faltar quando você conhecer a Itália. O país é o maior produtor do mundo, produzindo 46,6 milhões de hectolitros em 2019.

Esse volume se manteve 15% abaixo da expectativa devido as condições climáticas adversas do país em 2019, que sofreu com geadas durante a primavera e secas no verão. Mesmo sendo o primeiro em produção de vinho, a Itália fica com o 2º lugar em vendas e consumo (43,6 litros por pessoa em um ano), considerando apenas a quantidade de litros.

Os números do consumo italiano não são notáveis apenas quando analisamos as massas, vinhos e cafés. Os queijos e azeites de oliva também mantem a Itália no topo do ranking em produção e consumo.

A Itália contou com uma produção de 175 mil toneladas em 2019 e consumo médio anual de 14 litros de azeite de oliva por pessoa. E 1133 toneladas de queijo produzidas e um consumo médio de 22,9 kg de queijo por ano, quase a mesma quantidade que de massa!

A culinária agrada italianos e todos que conhecem o país, ficando com um terço da despesa dos turistas que conhecem o Bel Paese. E não é deixada de lado na hora das lembrancinhas, 42% dos turistas escolhem um produto típico italianos para levar na mala, como vinho, queijos, azeite de oliva e até os salames acabam sendo “exportados”.

Os números italianos me deixaram muito animado, com eles podemos conhecer um pouco mais da economia, cultura e consumo dos italianos.

Me conta nos comentários o que você achou de conhecer a Itália desta forma numérica e que números italianos você gostaria de conhecer.

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