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  • O artigo mais difícil que já escrevi

    Esse momento de isolamento está sendo muito diferente do que imaginei Diariamente os casos de contágio pelo COVID 19 aumentam, assim como o número de falecimentos e curas. Mas o bombardeamento de notícias sobre o coronavírus é impressionante e as vezes ficamos em dúvida sobre o que acreditar. Recebemos inúmeros relatos, vindos do mundo inteiro, pelas redes socias, e nunca antes os meios de comunicação nos fizeram ficar tão conectados e ansiosos ao mesmo tempo. Com a pandemia adentrando em tantos lares, foi preciso grandes restrições; pois o sistema de saúde não suportará o número de infectados devido a grande taxa de transmissão da doença. No dia 12 de março tivemos os dois primeiros casos confirmados na minha cidade, Florianópolis. As medidas preventivas como lavar as mãos, aumentar a distância entre pessoas e usar álcool em gel já não pareciam ser suficientes. Com a modalidade “home working” se intensificando em todos os lugares, e sendo realmente uma opção coerente, comecei a pensar se me adaptaria. Já trabalhei por quatro anos em casa, mas era em uma empresa diferente e minha produtividade por vezes era afetada. E eu não queria que isso ocorresse novamente. Durante o final de semana li muitas coisas sobre como conseguir trabalhar de casa. Entre manter a rotina e ter foco e ambiente produtivo. As dicas eram muitas. Mas nada me preparou para essa situação. Tentamos nos manter produtivos, focando no trabalho, mas não temos mais como nos desconectar das informações. Não tenho o hábito de assistir televisão, mas por vezes meus pais estão acompanhando o jornal e acabo espiando. Mesmo não fazendo buscas, as informações chegam pelo WhatsApp ou outras mídias. No fundo sinto que tentei me proteger da realidade, mas isso não funcionou. Precisamos sim estar informados e nos cuidar, evitando que sejamos o transmissor do vírus àqueles mais sensíveis e vulneráveis. Essa semana tem sido muito intensa para mim; tentar conciliar trabalho, família e todo boom de informações me fez parar por um tempo e refletir o que posso levar de aprendizado deste momento. 1. Ficar em casa e mais nada Tenho hábito de sair bastante, seja para o trabalho, academia, almoço de família em restaurantes ou reuniões com amigos. Estar em casa, só em casa, é muito estranho para mim. Agora eu não pego mais ônibus, nem ando de carro ou mesmo saio a pé. Todo esse tempo de transporte e filas foi transformado em tempo em casa. Tempo esse, que precisa ser preenchido com outras coisas. Estar em casa me fez notar coisas que podem ser melhoradas e como posso me tornar mais parte do local onde moro. Tento ser criativa e dar novos usos para algo que tenho. Seja fazendo uma coisa de um jeito diferente ou tirando coisas que não uso ou não preciso, afinal pode ser ótimo para alguém. Sei que tudo voltará ao normal e quando isso acontecer, poderei doar tudo que estou separando. No horário de almoço eu sento no sol com meu cachorro, cuido das plantas, leio, escuto música, danço fora do ritmo ou monto quebra-cabeça. Circula na internet uma frase de autor desconhecido que me impactou muito: “Aos seus avós lhes foi pedido para irem à guerra, a vocês estão pedindo apenas para ficarem no sofá.” Essa frase sintetiza a ideia de nos isolarmos em casa, mas isso não quer dizer ficar parado. Fique no sofá, estude, fique com quem você ama, escute música, leia aquele livro esquecido na estante, tire um cochilo, escreva um diário contando como está sendo passar por isso. Use sua criatividade para preencher o tempo extra. 2. Cuidar da saúde O momento atípico que estamos passando por causa do coronavírus me fez pensar mais sobre minha saúde. O cuidado com a higiene é noticiado em breves intervalos em todos os meios de comunicação e é o primeiro modo de frearmos a transmissão do vírus. Isso já virou um cuidado. Mas como estou em casa, tenho refletido sobre minhas refeições e como alimento meu corpo. Procuro informações de bons alimentos, como prepará-los e também como mudar um pouco as refeições tradicionais da minha casa. Tenho provado novos alimentos. Lembro quando eu era criança e provei espinafre, não gostei e nunca provei novamente; até semana passada. Não posso dizer que adorei, mas estou me desafiando a preparar refeições com ele e testar novos sabores. Outra pesquisa que fiz é como congelar alimentos, assim evitamos o desperdício do que não iremos comer agora e podemos facilitar o preparo de algumas receitas mais pra frente. Piquei e congelei porções de tomates que estavam maduros, assim posso usar em um molho e não desperdicei um alimento que estava bom. Fiz o mesmo com cebolinha, salsa, manjericão, mas ainda podem ser congelados muitos outros alimentos. Bebo mais água do que normalmente. Beber água já é um hábito para mim, mas agora ele se intensificou e junto com outros hábitos tem ajudado eu me sentir mais forte. Assim como desejamos consumir alimentos bons, precisamos ter cuidado com as informações que estamos “consumindo”. O estresse diminui nossa imunidade, e assim nossas defesas. Estamos passando por um momento de alto estresse coletivo, mas precisamos filtrar nossas emoções e buscar por conteúdos que nos deixem alegres e otimistas. 3. Buscar novos conhecimentos Nessa semana de isolamento acredito ter superado a quantidade de buscas que já fiz na internet e isso tem me ajudado muito a estar informada e poder desenvolver um sistema para me manter psicologicamente forte. Pesquisei sobre como trabalhar e ser produtiva em casa, cuidar melhor das minhas plantas, como congelar e aproveitar melhor os alimentos, encontrei instituições para doar o que separei após o surto do vírus, vi um documentário sobre terapias alternativas; que me levou a buscar mais sobre meditação, e essas são apenas as principais buscas. Seja na internet ou nos livros, o importante é que possamos usar este momento de isolamento para continuar nos desenvolvendo e ocupar nosso tempo com atividades positivas. E com certeza, podemos aproveitar esse tempo para aprender italiano; com séries, filmes, podcasts e fazendo o curso com o método Formentin. Eu também aproveitei para colocar mais frases no Anki! Leia nossa indicação de Filmes italianos e como usá-los para estudar italiano. Conheça Podcasts italianos para complementar seus estudos. E estude também com conteúdos extras que o Silvano liberou para quarentena. 4. Estar presente Estamos passando por um momento de apoio mútuo, seja presencialmente ou de modo virtual, estar junto é acolhedor. Essa semana pude tomar café com a minha família e isso foi um momento ímpar, por ser algo que não temos o costume, já ninguém está em casa à tarde. Minha casa se tornou um ambiente muito mais acolhedor, mais especial. E a importância pelos pequenos instantes juntos só cresce. Muitas pessoas não estão no isolamento conosco, em nossa casa. Elas estão em suas casas passando pelo mesmo que a gente, e esse período de quarentena permite que a distância com as pessoas que estão longe diminua por meio da internet, assim podemos apoiar uns aos outros. Pude conversar e conhecer ainda mais pessoas (nossos alunos), que agora com o isolamento tem mais tempo para estudar e tirar suas dúvidas. Por meio da internet estou me conectando com outras pessoas, conheço-as mais, entendo mais das suas experiências e elas conhecem mais de mim. Está sendo uma troca muito interessante e enriquecedora, que tem me permitido conhecer pessoas com muita força e determinação. Semana passada eu conheci a Claudia, uma aluna que mora em São Paulo. Ela já morou no Japão, foi para Itália seis vezes e além de professora, faz bolachas caseiras. Conversamos por um bom tempo, pude lhe ajudar com suas dúvidas, soube como está a situação na cidade dela e desliguei com um sorriso no rosto. Pude estar presente na vida dela e ela na minha, mesmo não estando no mesmo local e isso me mostrou como, mesmo não vendo nossos amigos e familiares, podemos lhes mandar um abraço virtual ou por telefone. Dê valor ao hoje, ligue, mande uma mensagem, esteja perto; mesmo longe. 5. Pensar no próximo Ficar em casa é um desafio, muda nossa rotina e faz com que tenhamos que nos adaptar. Mas essa é uma atitude necessária para frear a transmissão do COVID 19 e proteger os mais sensíveis como idosos e pessoas com problemas de saúde pré-existentes. Pensar no próximo não é apenas ficar em casa! Na hora de sair de casa para abastecer o armário é preciso repensar, primeiro se precisamos mesmo sair e depois, se precisamos realmente daquele item que não temos. Eu posso não pegar o vírus ou ter sintomas leves com a doença caso saia de casa e seja infectada. Porém eu posso ser o agente transmissor para o grupo de risco, é sempre bom pensar nisso. Notícias de superlotação em mercados, prateleiras vazias e falta de itens básicos. Queremos nos proteger, mas será que precisamos estocar tudo? Se eu comprar sem necessidade, alguém ficará sem esse item. Hoje me sinto pequena diante de toda essa situação envolvendo o Coronavírus, mas me sinto forte. Eu tenho o poder de decisão, de fazer a diferença na vida de muitas famílias, de muitas pessoas. 6. Ser grato Neste período de fortes emoções, sentimentos que conflitam, isolamento e reflexão; o que mais percebi em mim foi uma crescente gratidão. Vivemos no automático e as vezes não nos damos conta do quão sortudos somos. Tudo que parecia tão forte, agora perece frágil. Agradeço por ter um ambiente familiar que tem amor, alimento e acesso a informações; que me permite compartilhar um pouco de como está sendo ressignificar coisas pequenas e tão importantes. Neste momento me sinto grata por ter um trabalho que me permita estar escrevendo este texto na segurança da minha casa. Pois sei de muitas pessoas que não podem fazê-lo e são obrigadas a arriscar suas vidas. E me sinto muito grata por poder escolher. Escolher fazer a diferença, mesmo que pequena, na vida de muitas pessoas. Ninguém nos pediu para ir à guerra, mas é preciso escolher travar uma batalha com o inimigo invisível, que rapidamente toma entes queridos e nos faz sofrer juntos. E que essa atitude de fazer a diferença para o próximo perdure, criando o hábito de doar, de não acumular, de ajudar. Enquanto escrevia este texto, algumas vezes meus olhos se encheram e segurei o choro para poder continuar escrevendo e assim compartilhar o quanto um vírus, entre tantos, me fez repensar minha existência. Neste momento de angústia coletiva, eu gostaria de ter escrito um artigo que conseguisse trazer mais alegria, que levasse mais esperança a todos que nos acompanham. Fiz muitas buscas na internet, mas não consegui deixar de lado a realidade atual e minhas reflexões. Não está fácil, não será simples, mas passaremos por isso juntos. Deixo aqui meu sincero sentimento de solidariedade a todos e espero ter contribuído para que você também reflita por alguns instantes. Se você se sentir à vontade, compartilhe conosco seus sentimentos, experiências e reflexões. Arrivederci!

  • Por que você deve falar italiano para ir para Itália

    Entenda como o idioma vai transformar sua viagem Resolvi criar esse texto por três motivos distintos, mas complementares. O primeiro é que já fui para Itália sem falar italiano (embora eu acreditasse que sabia falar), e depois fui novamente falando italiano e vivenciei como isso foi bem diferente. O segundo motivo é que muitos dos meus alunos me relatam sobre essa diferença na experiência de viagem, confirmando o que também passei. O terceiro motivo é a minha promessa de fazer o possível para evitar que qualquer outra pessoa vá para Itália sem falar italiano, sendo por turismo ou para morar. Inclusive foi por isso que me tornei professor de italiano e propagador dessa cultura maravilhosa. Até falei sobre isso em um vídeo bem rápido que fiz para minhas redes sociais, dá só uma olhada: Agora que você já sabe meus motivos de escrever esse texto, vamos a ele. Mas se você quiser saber mais da minha história é só clicar abaixo para ouvir meu podcast. Existe uma outra Itália dentro da Itália Você provavelmente já leu textos que listam motivos para aprender italiano, como o fato de a língua ser parecida com o português, a paixão pela cultura e outras coisas desse tipo. Bem, tudo isso é verdade, mas existe uma causa determinante para aprender esse idioma e que raramente é mencionada nos textos sobre viagens, por isso serei sincero com você: o principal motivo de aprender italiano é poder conhecer a Itália dentro da Itália. Confuso? Vou explicar. Existe uma Itália mundialmente conhecida e frequentada pelos turistas de todos os lados do planeta. Geralmente está lotada de gente, seus restaurantes costumam ser caros, a comida nem sempre é boa (embora só de estar na Itália ela já pareça magnífica), os garçons podem ser indelicados e muitas vezes as cidades e seus lugares (restaurantes inclusos) estão sujos. Mas existe uma segunda Itália, ou quella vera Italia, acessível somente para os italianos nativos e quem se comunica naturalmente com eles, ou seja, quem fala italiano. Nesse país dentro do país é possível comer e beber divinamente pagando o justo, a natureza é esplendorosa, respiramos arte e poesia e cada momento é uma experiência única. Essa é a versão do país que você provavelmente imagina. Agora eu te faço uma pergunta: Qual dessas duas Itália você quer conhecer? Por isso, ao planejar sua viagem tenha certeza de qual versão desse país maravilhoso você prefere visitar, afinal eles são bem diferentes. Não quer dizer que ir para Itália sem falar italiano será uma viagem ruim, provavelmente será um lindo passeio, mas posso afirmar que ir para Itália falando italiano será uma experiência ainda mais inesquecível, é até difícil descrever o quanto é melhor. Ir para a Itália sem saber falar italiano é como assistir uma TV em preto e branco. Lembra como era isso antigamente? É como estar diante de uma grande apresentação artística, mas ter que assisti-la em pé e lá no fundão do teatro, onde mal se consegue ver e ouvir a apresentação. Não seria bem melhor assisti-la em uma poltrona VIP na primeira fileira, com total conforto e podendo ver seu artista preferido bem de perto, a apenas 2 ou três metros? Imagine você realizando o seu sonho de assistir presencialmente uma missa do Papa Francisco no Vaticano. A missa é sempre em italiano, seria frustrante você lá querendo entender o que ele está falando e não conseguindo, enquanto as pessoas ao seu lado entendem tudo e você não. Tudo bem que de qualquer forma, ver o Papa de perto será ótimo, mas se além disso você entender o que ele está falando será a realização de um sonho em um outro nível. Permita-se surpreender Como disse antes, existe uma Itália dentro da Itália, acessível apenas para quem domina o italiano. E se engana quem acha que me refiro apenas às cidades pequenas interioranas do país, onde as pessoas não dominam a língua inglesa e falar italiano é quase obrigatoriedade. Mesmo dentro dos grandes centros de turismo é possível conhecer aspectos únicos das grandes cidades. Por exemplo, Roma é uma cidade maravilhosa para passear a esmo e se deixar deslumbrar com as construções, pontos turísticos, ruas estreitas, monumentos e restaurantes. Passear pela cidade é uma das sensações mais fascinantes da sua viagem à Itália. Indescritível sair da Cappella Sistina e ir caminhando pela Viale dei Bastioni di Michelangelo, passar pelo belíssimo Lungotevere Castello até chegar na Ponte Sant'Angelo. No entanto é desaconselhável fazer esse passeio sem conhecer intimamente a língua italiana, uma vez que eventualmente você precisará ler as placas de sinalização das ruas ou mesmo alguma informação de monumentos. Além disso, mesmo que cidades como Milão e Roma estejam acostumadas a receber turistas de todo o mundo e existam lugares preparados para atender em outras línguas, nada se compara a sensação de independência de poder aproveitar a cultura sem a limitação do idioma ou precisar esperar por um intérprete. E essa liberdade que falar italiano fica ainda mais evidente em outras cidades com menor expressão mundial. Em cidades como Arezzo por exemplo, que foi local para filmagens do filme La vita è bella, é muito difícil encontrar estabelecimentos com atendentes bilíngues. Por isso posso afirmar que não falar italiano na Itália irá limitar sua viagem. E tenho certeza que não é isso que você sonhou. Conviver faz parte da magia Quando você voltar ou simplesmente for contar da sua viagem para alguém, você terá duas histórias possíveis. A primeira é de uma viagem inesquecível, marcada pelos lindos monumentos, paisagens deslumbrantes e as deliciosas comidas dos lugares mais conhecidos das cidades italianas. Uma viagem muito legal, mas dentro de um roteiro limitado, previsto, já pré-determinado por alguém que provavelmente faz isso todos os dias. Sem surpresas, sem sua individualidade, sem histórias únicas. Ou você pode contar sobre uma viagem transformadora, singular, cheia de momentos inigualáveis, dicas sobre coisas e lugares que você descobriu, pessoas que conheceu, músicas que escutou, placas que leu e que ninguém tinha falado até então. A sua versão da Itália, sua viagem exclusiva, seus detalhes, seu momento. Qual você prefere? Se você escolheu a segunda opção é porque concorda que conviver com as pessoas locais faz parte de uma viagem perfeita. Imagine a sensação de escutar os músicos de rua de Florença e compreender o que eles cantam. Ou de ler o cardápio em uma pequena pizzaria em Nápoles. Imaginou? Agora pense em não viver isso por não falar o idioma local. Pense nas histórias das pessoas que vivem nas cidades que você não ouvirá por não compreender italiano. Garçons, feirantes, chefs, aquela loja do lado do seu hotel. Não limite seu sonho, fale italiano. É mais seguro Quando planejamos nossa viagem, a última coisa que queremos é passar por alguma situação desagradável, como roubo, furto ou até mesmo acidente. E meu maior desejo é de tudo dê certo no seu passeio. Mas infelizmente, imprevistos podem acontecer. E geralmente esses momentos se tornam ainda mais difíceis se você não falar o idioma local. Imagine a angústia de precisar de ajuda e não compreender o que as pessoas estão falando ou não conseguir se expressar corretamente. Mesmo situações como estar perdido no aeroporto, pegar um táxi ou alugar um carro podem ser incrivelmente complexas se não falar italiano. Nós dois sabemos que a segurança é um aspecto extremamente importante para qualquer viagem, e falar italiano na Itália é fundamental. Você faz parte da cultura A língua italiana possui a mesma origem latina do português, por isso temos facilidade em compreender algumas palavras e expressões. O problema é que alguns italianos falam mais rápido e geralmente gesticulando, o que dificulta identificar o que estão dizendo. Pelo menos os italianos do sul do país. No Norte, os nativos costumam ser mais comedidos, mas também evitam falar qualquer outra língua que não seja a sua língua mãe. Por isso eles admiram as pessoas que falam italiano. Inclusive a forma com que você é tratado pelos nativos muda se você domina o idioma local, que passam a ter um tom mais respeitoso e amistoso, o que é facilmente compreensível. Imagine a seguinte situação: um estrangeiro que está visitando o Brasil chega até você e comece a falar um monte de coisas em uma língua que você não domina. Você provavelmente tentará ajudar (faz parte do brasileiro), mas em pouco tempo irá pedir auxílio de outra pessoa. Agora imagine o mesmo estrangeiro falando algumas palavras em português e pedindo sua ajuda. Você não se sente mais confortável em ajudar? Por isso os italianos consideram de bom tom o turista tentar pelo menos falar alguma coisa do idioma do lugar. Mas dominar a língua faz você participar da cultura italiana. O que falar italiano vai te proporcionar na sua próxima viagem? Decidi terminar esse texto com uma reflexão. Depois de tudo que vimos aqui, quero que você pense na pergunta acima. O que você acha que é mais importante? Há algo que você gostaria de adicionar ou retirar nesse texto? Pense na sua resposta e depois comente aqui suas conclusões. Se quiser aprender mais sobre a cultura italiana e sua língua, me siga nas redes sociais. Arrivederci!

  • Fui para Itália e deixei de ser idoso!

    Geriatras italianos deixam a população mais jovem Imagine você deixar de ser considerado idoso, parece confuso? Mas foi isso mesmo que aconteceu na Itália, e já faz um tempinho, no fim de 2018. Enquanto no Brasil o conceito de idoso é aplicado para pessoas acima de 65 anos, na Itália é preciso esperar mais alguns anos para ter alguns direitos. Diferente do Brasil, na Itália os estabelecimentos não são obrigados a oferecer atendimento preferencial para as pessoas de mais idade, assim prevalece o bom senso na hora das filas. Em novembro de 2018 a Sociedade Italiana de Gerontologia e Geriatria recalculou a idade para que uma pessoa seja considerada idosa, considerando a expectativa de vida dos italianos. O fenômeno mundial do aumento da expectativa de vida é visível na Itália, um dos países com população mais longeva do mundo. Para você ter uma ideia, a Itália era o segundo país com maior número de idosos no mundo em 2017, atrás apenas do Japão. A expectativa de vida italiana é de 83 anos para homens e 85 anos para mulheres, e este dado foi considerado como muito relevante para Sociedade Italiana de Gerontologia e Geriatria. A mesma considera idoso, a pessoa com 10 anos a menos da sua expectativa de vida, sendo assim 75 anos. Os geriatras defendem que uma pessoa com mais de 60 anos possui a capacidade física e cognitiva de alguém com 40 ou 50 anos. Niccolò Marchionni, diretor do departamento cardiovascular Careggi, argumenta ainda que uma pessoa com 75 anos tem as mesmas condições de quem tinha 55 anos nos anos 80. E esse avanço na qualidade e tempo de vida dos cidadãos italianos é o argumento central da SIGG para o aumento da idade no conceito de idoso. A longevidade italiana dá-se por uma série de medidas individuais e coletivas da nação, mas o segredo italiano é mais simples do que parece. Acompanhamento da saúde, alimentação balanceada e prática de atividades é o “segredo italiano” já conhecido por todos. Mas na Itália vê-se de forma mais nítida o impacto destas ações na qualidade e tempo de vida da população. O país conta com um sistema nacional de saúde, o SNN, que tem consultas, exames e internações com custo baixo. Assim a população envelhece com uma boa assistência, chegando a terceira idade com boa condição física e emocional. Desde jovens os italianos se preocupam em ter uma alimentação equilibrada e estarem fisicamente ativos. Eu sempre reforço que essas ações são muito importantes em nossas vidas, mas não podemos deixar de lado a preocupação em manter o cérebro ativo com atividades exclusivas para ele. Aqui no blog já falei sobre uma das lições que a minha nonna me deixou sobre a vida e que a sempre levo comigo. Clique aqui para ler o artigo. Assim como minha nonna, meus alunos também são um grande exemplo para mim. Alguns deles já são considerados idosos no Brasil, e na Itália; e continuam ativos. Vejo alguns deles que seguem o “segredo italiano” unido a aprendizagem do idioma e ainda outras atividades que os fazem ser um exemplo para todos. Por isso pedi que alguns compartilhassem um pouco mais de suas experiências, como está sendo aprender italiano e quais são seus segredos pessoais. “Io mi chiamo Wanda Wilke, ho 72 anni e sto molto felice di fare il corso di italiano con il professor Silvano. Cuido da minha mãe de 93 anos, dependente 24h há quase 9 anos. Estava me sentido um pouco deprimida, e olhando celular encontrei o querido professor Silvano. Resolvi assistir as aulas gratuitas de terça-feira e me apaixonei. Em novembro de 2019, entrei no curso online. Sempre fui apaixonada pela língua, tenho um afilhado italiano. Eu e sua mãe somos amigas, eles são de Torino, e nos comunicamos pelo whatsapp. Tenho dificuldade na informática, mas não foi empecilho; pedi ajuda para meu filho e ele colocou o curso no meu celular e na TV. Assisto as aulas, faço as repetições e copio no caderno, também estou assistindo filmes. Gosto também de dançar, ir no teatro e cinema. Quanto a motivação, comento com os amigos que amo fazer as aulas, estou aprendendo o idioma, minha memória está mais presente, mais animada e quando os encontro, incentivo eles a fazerem aula com professor Silvano.” “Meu nome é José Carlos Gomes, tenho 76 anos e nasci em Rio Claro, interior de São Paulo. Meus avós eram italianos e casei com minha esposa, Zaíra Ansanello, cujos avós também são italianos. Tenho quatro filhas e três netas. Umas das minhas filhas, com minha neta de 13 anos, que amo tanto, estão na Itália e morro de saudades. Elas têm cidadania e moram em Cosenza. Minha neta Pietra está super adaptada a língua e já fez muitas amizades na escola. Em razão disso tudo comecei a me interessar pelo idioma e por coincidência encontrei o curso do professor Silvano na internet. Estou fazendo o curso e gostando muito. Foi um desafio que propus a mim mesmo e me sinto recompensado ao saber que ainda tenho capacidade de aprender. E o melhor, ajuda a preencher meu tempo livre, que é muito devido eu ser aposentado. Sou uma pessoa simples, voltado a família e inquieto, sempre me desafiando. Espero que eu possa visitá-las, falando italiano para orgulho delas, que torcem muito por mim.” “Mi chiamo Olinda Casasco, ho 75 anni. Sono spozata per la seconda volta trentasei anni fa. Ho avuto tre figli: Flavia, 48 anni; Fabiano, 42 anni e Fernando che avrebbe 40 anni ma è morto due anni fa per il mio compleanno. Ho anche cinque nipoti: tre ragazze e due ragazzi. Sono laureata in odontoiatria, specializzata in odontoiatria pediatrica. Ora io e mio marito Emilio siamo in pensione. Abbiamo visuto a Santos, ma dopo la pensione abbiamo deciso di venire a vivere a Peruibe. Qui non abbiamo né cinema, né shopping, neanche il club. Nostre uniche diversioni sono andare in piscina in estate e guardare la TV. Ecco perché io leggo molto, faccio le parole crociate e Sudoku. Ho studiato l'inglese a Santos ma non ho trovato un professore qui a Peruibe come quello che avevo a Santos. Ho visto Silvano su Youtube e mi ha piaciuto il modo in cui lui insegna l’italiano e ....pronto! Mi sono scritta e mi fa felice. Mi piace la lingua, le canzoni, guardare serie su Netflix, tutto in italiano. Io cerco di fare immersione qui in Brasile. Io voglio andare in Portogallo l'anno prossimo e magari andare anche in Italia un paio di giorni e conoscere alcune delle sue meraviglie.” Tradução do depoimento da aluna Olinda: "Meu nome é Olinda Casasco, tenho 75 anos. Sou casada pela segunda vez há 36 anos. Tive 3 filhos; Flavia 48 anos, Fabiano 42 e Fernando que teria 40 anos mas faleceu há 2 anos no dia do meu aniversário. Tenho também 5 netos: 3 moças e 2 rapazes. Sou formada em odontologia com especialização em odontopediatria. Atualmente eu e meu marido Emilio estamos aposentados. Vivíamos em Santos, mas após as aposentadorias decidimos vir morar em Peruíbe. Aqui não temos nem cinema, nem shopping, nem clube. As nossas únicas diversões são ir na piscina no verão e assistir televisão. Por isso leio muito, faço palavras cruzadas e sudoko. Eu estudava inglês em Santos, mas não achei um professor aqui em Peruibe, como o que eu tinha lá. Vi o Silvano no Youtube e gostei da forma como ele ensina italiano e... pronto!!! Me matriculei e estou adorando. Adoro a língua, as músicas, de assistir séries no Netflix, tudo em italiano. Procuro fazer uma imersão aqui no Brasil. Quero ir a Portugal ano que vem, quem sabe ir até a Itália por alguns dias e conhecer algumas das suas maravilhas." Cada aluno é único, em suas experiências de vida e seus motivos para estudar italiano. Mas a idade nunca será um impeditivo para que sigam seu sonho e falem fluentemente. Aprender italiano não é apenas aprender um idioma, é continuar ativo, continuar saudável e ter uma vida longa e com qualidade. Me conte nos comentários se você já é considerado idoso e quais são os segredos que você segue para ter uma vida longa e com qualidade. Arrivederci!

  • Dois lugares na Itália que são reconhecidos como Patrimônio da Humanidade que você precisa conhecer

    Que tal conhecer lugares diferente da Itália na sua próxima viagem? Um famoso e outro que poucos turistas têm acesso. Imagine por um momento como será o planejamento da sua viagem para Itália. Entre tantas perguntas, uma é frequente: que cidades você pretende conhecer? Entre aquelas pessoas que estão planejando a viagem, algumas tem na ponta da língua uma cidade que sonha conhecer e outras ainda estão buscando mais informações. Quem já conhece a Itália e está planejando a próxima viagem costuma buscar por novas cidades entre tantas e tão belas. O que é comum a todos é sempre a busca por uma cidade ou ponto turístico especial, algo diferente do senso comum. Pensando nisso, quero te mostrar dois lugares muito especiais: eles são considerados valiosos para todo mundo, sendo reconhecidos como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. O site da UNESCO possui um mapa interativo, no qual o visitante pode navegar por todo globo conhecendo os lugares reconhecidos como Patrimônio da Humanidade. Você vai se impressionar com a quantidade de marcadores que vai encontrar sobre a Itália. Clique aqui para acessar o mapa interativo A Itália é o país que mais possui registros do Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Para você ter ideia, são 54 propriedades registradas e mais 40 na lista de espera para certificação. Preparado para conhecer duas delas? Então vamos lá. Se você chegar na Itália por Milão, nosso primeiro destino é em Milão mesmo, na Igreja e Convento Dominicano de Santa Maria delle Grazie onde foi pintada, na parede do refeitório do convento, “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci. Esse deslumbrante complexo foi iniciado em 1463 por Guiniforte Solari e posteriormente foi modificado, no final do século XV, por Bramante, um dos mestres do Renascimento. Na parede norte do refeitório está ela, A última ceia, a obra-prima incomparável pintada entre 1495 e 1497 por Leonardo da Vinci, cujo trabalho anunciava uma nova era na história da arte. Existem muitas curiosidades envolvendo essa grande obra de arte. Uma delas é que Leonardo da Vinci retratou o momento imediatamente após Cristo dizer: “Um de vocês me trairá!”. Isso explica a expressão de espanto dos apóstolos. Eu desenhei essa tela em um quadro e realmente sempre me pareceu que eles estavam um pouco agitados. Outro fato interessante, e que até me comove, é que durante a segunda guerra mundial, no ano de 1943, o local foi fortemente danificado por um bombardeio, mas a obra permaneceu milagrosamente intacta enquanto as paredes ao seu redor caíram. O restante do prédio teve que passar por reconstruções e reformas logo após a guerra. Durante esse período a pintura ficou, pasmem, ao ar livre. Imaginem isso sabendo que Leonardo utilizou uma técnica experimental, com pigmentos, gema de ovo e verniz sobre gesso, que não absorve a tinta, ou seja, é uma pintura muito delicada, que hoje recebe cuidados especiais como tratamento da atmosfera do local. Um sofisticado dispositivo de monitoramento garante que a composição do ar e os níveis de luz e umidade permaneçam dentro dos limites estabelecidos. Até as visitas dos turistas poluem o ambiente e essa poluição pode causar danos. Por isso é permitido a visita de um pequeno grupo de 30 pessoas por vez e é terminantemente proibido tirar fotos da obra. A igreja e o convento estão constantemente recebendo os cuidados de profissionais especializados em restauração e A Última Ceia recebeu um cuidado especial, uma restauração completa para reavivar as cores que já estavam ocultas. Essa restauração foi um árduo trabalho que durou 20 anos, de 1979 a 1999. Depois de tanto tempo para realizar essa obra de arte magnífica, o grande Leonardo da Vinci curiosamente nunca quis cobrar pelo trabalho que foi encomendado pelo Duque de Milano Ludovico il Moro. Agora uma dica muito importante para você que pretende visitar esse local: Não é possível comprar o ingresso na hora. O valor é baixo, 15 euros + 2 euros para reserva, e a visita é extremamente concorrida. É necessário comprar o ingresso antecipadamente e marcar o dia e o horário da sua visita. Para mais informações ligue para +39 02 92800360 ou visite o site oficial, clicando AQUI. Bom, agora que você conheceu o primeiro destino da nossa lista de patrimônios mundiais da UNESCO e, claro, visitou outros lugares legais de Milão, como o Duomo, o Castelo, o Estádio e a Igreja de Santo Ambrósio, vamos para o nosso segundo destino: Crespi d’Adda. Fica a apenas 38 Km de Milão, e você pode chegar a Crespi d’Adda em 40 minutos se for de carro pela rodovia E64. É importante ressaltar que não se pode entrar na cidade de carro, mas há um estacionamento a 500 metros do local. Nosso destino é uma cidade-empresa, uma cidade inteira construída para abrigar os trabalhadores de uma fábrica têxtil. É um belo exemplo de cidades do século XIX e início do século XX construídas na Europa e na América do Norte, para atender às necessidades dos colaboradores. Com 85 hectares, o lugar está notavelmente intacto e a fábrica têxtil funcionou de 1920 até 2004, mas agora as mudanças nas condições econômicas e sociais ameaçam a sua sobrevivência. Imagine, caro leitor, uma cidade inteira desenhada e construída por um empresário e seu filho para dar o máximo de conforto aos seus funcionários. Tinha igreja, teatro, escola, clínica médica, centro esportivo, banheiros públicos, lavatórios, uma cooperativa de consumo, uma estação de energia hidrelétrica que fornecia energia gratuita aos moradores e até um castelo, que era a residência da família Crespi, família do industrial fundador da cidade Cristoforo Benigno Crespi. Projetada em 1889 por Silvio Crespi, filho do fundador, e concluída no final da década de 1920, a cidade ofereceu aos funcionários um alto padrão de vida, com moradias multifamiliares, cada uma com seu próprio jardim, e serviços comunitários que estavam à frente do seu tempo. A cidade inteira era organizada de forma geometricamente regular, cortada pela estrada principal de Capriate. E não pense você que as casas eram todas iguais, elas eram diferentes em estilo, oferecendo uma bela variedade à paisagem urbana. Como a fábrica funcionou até 2004, conhecer esse lugar é como fazer uma viagem no tempo, pois a cidade permanece intacta, todos os prédios e casas continuam incrivelmente preservados. Enfim, a vila manteve todos os elementos originais de uma cidade-empresa. E foi justamente por isso, além do seu valor histórico e social, que a UNESCO a reconheceu patrimônio mundial da humanidade em 1995. O castelo, de 700 metros quadrados, pode sugerir um certo exagero por parte do fundador, mas na verdade Cristoforo Crespi era um verdadeiro filantropo, era como um pai para os seus funcionários e se preocupava muito com o bem-estar de todos. Tanto que, além do que eu já mencionei acima, a cidade também passou a ter piscina coberta, uma raridade para a época, bombeiros, campo de futebol, pista de corrida e creche. Foi a primeira cidade italiana a ter iluminação pública e, em 1982, foi a primeira a ter linha telefônica privada. Além de ser patrimônio da humanidade, Crespi d’Adda foi incluída pela Frommer’s na lista dos 10 lugares “diferentes de tudo” que correm o risco de desaparecer. Crespi d’Adda pertenceu a Família Crespi até 1930 e foi passando por outros proprietários no decorrer do século. Atualmente a cidade é dividida entre pública (município de Capriate San Gervasio), religiosa (Igreja Católica) e privada (moradores). Se gostou do artigo, lembre-se de comentar e compartilhar com seus amigos, e quando for visitar esses dois lugares incríveis não esqueça de me marcar nas fotos no Instagram. Arrivederci!

  • Homenagem aos imigrantes italianos

    Povo de duas pátrias, ítalo-brasileiros, guerreiros, "brava gente". Auguri! O ano era 1914, o dia era 30 e o mês era setembro. Faz quase um século que, nessa data, a jovem italiana Catarina Gislon Formentim e o jovem italiano Tiziano Formentim, meus bisnonos, ambos vindos para o Brasil fugindo da pobreza que assolava a Itália, ganharam de Deus um lindo e pequenino presente: uma bebezinha que se chamaria Antonia. Pra que tenhamos mais facilidade de compreender a quanto tempo isso aconteceu, devemos nos situar na história. Dois anos antes, em 1912, o mundo vivia a tragédia do naufrágio do Titanic. Um ano antes, ocorreu a inauguração da primeira linha de montagem industrial, pelo empresário Henry Ford. Três meses antes, em junho de 1914, o assassinato do arquiduque Francisco Fernando da Áustria, daria início a Primeira Guerra Mundial. Um ano depois, Albert Einstein publicaria a Teoria da relatividade Geral e ainda levaria 16 anos para o mundo ver a primeira Copa de Mundo de Futebol. Depois de séculos de uma considerável paz e prosperidade intelectual em todo o mundo, o ano de 1914 marcaria o início de uma reviravolta entre as nações, estava por vir o século em que o homem inventaria a Penicilina, a televisão, o computador, o transplante de coração, a clonagem de seres vivos, a descoberta do DNA, a energia nuclear, a viagem do primeiro homem à Lua, a internet, o Laser, a fibra ótica, o telégrafo, o Raio-X, e mais uma infinidade de coisas, muitas delas, vindas, infelizmente, das duas Grandes Guerras Mundiais. Em meio a tudo isso, estava Antonia. Que, enquanto homens guerreavam e cientistas mudavam o mundo, brincava de pegar, de esconder, de bocha, “meninos e meninas todos juntos”, como ela mesma relatou para mim em uma espécie de “entrevista” que eu fiz com ela na ocasião do seu aniversário de 100 anos em 2014. Durante a conversa ela nos mostrou uma brincadeira de criança e eu, meus primos e meu tio repetimos com ela o seguinte passa tempo: “tira téla, hó tirata, fá un gropo, lo vó fato, fa un’altro, lo faró, vérdi la porta que passeró”. É uma espécie de brincadeira de roda, os mais velhos (bem mais) sabem como é. Ela falava, a gente respondia. Foi a primeira vez que brinquei de roda com minha nona eu acho. Ela esperou 100 anos pra isso! Acredito que Antônia era uma criança muito alegre, visto que sempre expressava um belo sorriso, sempre feliz, apesar da perda de um filho, José, meu pai. Seu sorriso enfraqueceu um pouco, mas ainda acho que essa alegria de viver é que dava a ela o poder e a saúde para ter uma vida tão longeva, viveu até os 101 anos. Fico imaginando ela namorando com meu nono, que não conheci, olhando para ele com esse sorriso encantador... deveria ser uma cena linda. Os dois de mãos dadas, isso é claro com a permissão de meus bisnonos, por que naquela época, dar as mãos era coisa muito séria. Eles se conheciam desde criança, eram primos e tinham a mesma idade. Namoraram dois anos e, ao completar 30 anos, ela casou com ele, que se chamava Antônio Roldão da Silva. Desse casamento surgiram 4 filhos, Jaime, Maria, José e Jaci. Aos domingos, após a missa, iam dançar no salão da igreja, as mulheres de vestido longo, os homens de terno e gravata. Pessoas de todas as comunidades vinham ao baile. Dançavam até a noite. Na ocasião dessa conversa que tive com a nona, faziam 36 anos que ele tinha falecido, mas ela ainda sentia saudades. “Ele era romântico e bonito” dizia ela. Sabemos que a vida era muito difícil. Não tinham tablets, nem WhatsApp. Como se isso fizesse falta! Não tinha nem Luz à noite, a não ser a humilde tentativa de iluminar da pobre lamparina a petróleo, conhecida também por outro nome, pomboquinha. O dinheiro era pouco, viajavam a pé, literalmente a pé, pois calçar os sapatos, somente na entrada da igreja. Andou de ônibus somente depois que casou. Não podia ter um vestido bonito, nem um sapato novo, e isso a deixava triste. Perguntamos a ela o que pensava sobre o futuro quando era jovem. “achava que não ia ter muito futuro” respondeu. Com muito trabalho e dificuldades, ela criou os filhos e os ensinou a importância dos estudos e da fé em Deus nosso Senhor. Até o final de sua vida praticava o hábito da leitura. Era comum encontrá-la lendo revistas, jornais e livros, e engana-se quem acha que ela estava apenas olhando as figuras. Olhando assim, sempre achei que ela tinha sido uma boa aluna. Me enganei! Quando ia para escola, algumas vezes se escondia no mato até dar a hora de voltar para casa. Mas isso ela não contou, a malandrinha. Quem contou foi sua filha, Maria. Fique sabendo minha querida nona, você não tinha nada a esconder. Além das leituras, o que me chamava muito a atenção era sua fé. Nem ela sabia dizer quantos terços rezava por dia. Segundo meus primos, eram mais de cinco com certeza. Tanta fé, vitalidade e carisma deram a Antonia uma vida longa e sem reclamações, uma vida linda e completa, uma vida rica e simples, uma vida admirável, uma vida boa de ser vivida, um exemplo de pessoa, um exemplo de Cristã, um exemplo de mãe e de mulher, de nonna, de bisnona, um exemplo de alegria. Quanta coisa tinha essa pequena guerreira pra contar... e quem queria ouvir, é só perguntar, que ela lembrava de tudo, sua memória era melhor que a minha e de muitos jovens por aí. Chegar aos 100 anos com aquela saúde foi realmente um privilégio. Perguntei a ela o que todos queriam saber de quem faz 100 anos ou mais: Qual o segredo para viver tanto? A resposta não será beber dois dedos de vinho diariamente, nem tomar um elixir secreto, nem um chá milagroso. A resposta que ela me deu... foi... Deus! Nas palavras exatas dela: “Deus me deu a sorte de viver esse tempo”. Isso que você acabou de ler, salvo algumas pequenas retificações para situar melhor no tempo, foi um texto que eu li durante uma missa, em setembro de 2014, em homenagem à minha nonna Antônia Formentin que fazia aniversário de 100 anos. Deu para ter uma ideia de como era a vida de um filho de imigrante italiano durante o início do século passado. Essa homenagem que fiz a ela, eu quero, hoje, dia 21 de fevereiro, dia nacional do imigrante italiano no Brasil, estender a todos os imigrantes italianos e seus descendentes. Segundo algumas fontes somos 30 milhões só no Brasil, mas não esqueçamos dos outros, aqueles que foram para os EUA, para a Argentina, para a França e para a Suíça, entre outros países. Cito esses pois foram os que mais receberam os pobres imigrantes de um país que não tinha capacidade de suprir as necessidades de seu povo. Além desses sobreviventes espalhados pelo mundo, devemos também homenagear os que infelizmente não chegaram ao destino: crianças, idosos e doentes que repousam até hoje no fundo do mar. Enfim, lembremo-nos que se hoje estamos aqui e somos tão numerosos, devemos isso a coragem e determinação de nossos imigrantes, que sofreram, mas venceram, e em todas as regiões onde fincaram suas pás e enxadas trouxeram desenvolvimento, cultura, honra, amor e muito vinho com polenta e formaggio. Comente o que achou desse artigo especial e não esqueça de compartilhar com sua família.

  • Carnaval em Veneza: o que esperar da tradicional festa italiana

    Il gioco, l’amore e la follia é o tema da festa em 2020 A tradicional festa veneziana foi instituída por Doge Vitale Falier em 1094, para que os cidadãos pudessem se divertir antes do início da quaresma. Mas foi apenas em 1296 que a festa foi formalizada pelo senado veneziano no último dia antes da quaresma. Os venezianos, considerados sérios, aproveitavam a festa para se divertirem e transpor alguns limites. Limites esses que eram mantidos em segredo por meio das máscaras, que escondiam os verdadeiros bagunceiros no meio da multidão. Mas o carnaval começou a sair um pouco de controle, pois as festividades foram se estendendo por meses e as máscaras eram usadas regularmente para roubos, assassinatos e outros abusos. Então foi necessário uma série de decretos para restringir os atos de pessoas mascaradas. Em 1339 Veneza proibiu o uso de máscaras à noite; em 1458 o uso em lugares sagrados e 1703 em casas de jogos, que eram muito comuns na cidade. Os anos de 1700 são considerados o auge do carnaval veneziano, principalmente pela fama que alcançou devido ao escritor Carlo Goldoni e o emblemático aventureiro Casanova. Mas em 1797 Napoleão tomou o poder da cidade e colocou fim no anonimato e liberdade que a festa trazia para a população. Eram permitidas apenas festas privadas em Murano, Burano e Torcello. Somente em 1979 que o carnaval retornou e nunca mais saiu do calendário da cidade. No Brasil costumamos ter concursos de fantasias e máscaras nos blocos de rua, mas algumas coisas são bem diferentes em Veneza. Começando pelo clima, que interfere muito nos trajes utilizados para festejar. Em fevereiro estamos em pleno verão brasileiro e as roupas utilizadas são minimizadas para curtir a folia. Mas Veneza está situada perto dos Alpes no hemisfério Norte e é possível que neve nesta época do ano, então é bom estar preparado para usar roupas quentes. A festa se caracteriza pelo uso de máscaras e trajes que tentam reproduzir o estilo dos nobres que viveram no século XVIII. A mais utilizada é a famosa ‘bauta’, máscara branca no formato de um bico, complementada por um chapéu de três pontas, um casaco amplo e uma capa preta de seda. Há também alguns personagens da Commedia Dell’Arte – representações teatrais muito comuns na Itália e por toda a Europa entre os séculos XVI e XVIII; como pierrôs, colombinas e arlequins. Pode ser que o clima tenha influenciado em como a festividade é comemorada nos dias de hoje. No Brasil ainda se mantem o lema libertino que a festa tinha em sua instituição, com música, festas de rua e “poucos limites”. E se por aqui o lema é se divertir dançando muitas músicas, ao chegar na festa veneziana você perceberá que o glamour é imperativo. Existem muitos turistas na cidade nesta época do ano, mas o foco do evento é a beleza dos trajes e seus detalhes, não mais os jogos e a permissividade que a festa buscava em seu início. Este ano o público diminuiu, possivelmente devido ao medo do Corona vírus, e alguns bailes foram cancelados. Mas ainda se encontram muitas pessoas na cidade, aproveitando as festividades. Alguns eventos são fechados e a entrada chega a custar 500 euros por uma festa, mas se você está interessado no “carnaval de rua” vai se surpreender com o calendário do evento. O carnaval veneziano teve seu início a 12 dias, no dia 08 deste mês e se estende até dia 25. No dia 08 às 19 horas foi realizada a Festa Veneziana sobre Águas – Parte I, o cortejo artístico de barcos no Rio Cannaregio que marca a abertura oficial do carnaval veneziano. No domingo pela manhã (09), na parte II da Festa Veneziana sobre Águas, barcos decorados partiram da Punta della Dogana às 11h em direção ao Cannaregio. O Cortejo das Marias aconteceu no dia 15 de fevereiro. O desfile pela Praça São Marcos das doze jovens venezianas mais bonitas surgiu no século IX. Naquela época, os casais prestes a se casar eram benzidos durante a Purificação de Maria. Entre as moças, escolhiam-se doze para receberem joias do doge, que eram usadas em seus casamentos. Em 973, um grupo de piratas sequestrou as escolhidas daquele ano, mas os venezianos conseguiram resgatá-las e, desde então o cortejo é feito como comemoração deste resgate vitorioso das jovens. No domingo aconteceu o Voo do Anjo, onde a mais bela Maria (escolhida no ano anterior) faz seu voo do campanário de São Marcos até a praça. No dia 23 ao meio-dia acontecerá o Voo da Águia na Praça São Marcos. O voo segue o mesmo percurso do Voo do Anjo, mas com um convidado especial. Neste ano a águia será o campeão de downhill Kristian Ghedina. Ano passado o voo foi realizado pela campeã de atletismo Arianna Fontana, com 8 medalhas olímpicas. No dia seguinte as festividades continuam na praça com o concurso da melhor fantasia. Na terça, 25, às 16:30 horas será anunciada a Maria do carnaval 2020. A jovem será o Anjo do carnaval do ano que vem. Às 17 horas a bandeira com o Leão de São Marcos faz seu voo sobre a Praça São Marcos (Voo do Leão), encerrando o Carnaval 2020 veneziano. As festividades se encerram na próxima terça-feira, mas a cidade continua como símbolo do carnaval durante todo ano e quem visita Veneza costuma trazer como recordação uma de suas máscaras, mesmo que mais simples do que as usadas nas festividades, para recordação. Me conte nos comentários qual seu evento favorito entre as festividades do carnaval veneziano e se pretende conhece-lo na sua próxima viagem à Itália.

  • Aprender italiano não é só aprender um idioma

    Cada aluno é único, com sua história e seus sonhos Muitos já conhecem a minha história e como me tornei professor. Mas hoje vim aqui para compartilhar com você um pouco da história da Leodir. A Leodir quis aprender italiano pela conexão que tinha com seus antepassados e assim passá-la para seus filhos por meio do idioma e da cidadania. Ela tem o sonho de ter sua cidadania reconhecida e que também seus filhos se tornem cidadãos italianos. O primeiro desafio para ela realizar este sonho foi encontrar um método que fosse eficiente e que ela acreditasse que pudesse aprender a falar italiano. No vídeo que tem aqui embaixo você poderá conferir se a Leodir conseguiu falar italiano. Ela utilizou meu método de ensino para chegar à fluência em italiano em oito meses, método esse que criei quando morei na Itália e precisei aprender italiano rapidamente. E neste processo fiz muitas pesquisas sobre como o cérebro funciona e como ele retém informações, assim pude evitar os principais erros de quem tenta aprender italiano e aprendi de forma muito eficaz a me comunicar em italiano. Veja aqui o vídeo inspirador da Leodir: Foi seguindo o meu método que ela teve o resultado que desejava e nos presenteia com seu vídeo onde ela conta um pouco da sua história. Atualmente meu propósito é ajudar milhares de brasileiros a falar italiano assim como a Leodir. Mas, não é apenas sobre falar um idioma. É criar uma conexão com nossos antepassados; É nutrir os nossos sonhos; É manter o cérebro ativo; É para todos que são apaixonados pelo Bel Paese; e principalmente, é: Transformar vidas por meio do aprendizado.

  • É preciso escolher ser feliz hoje!

    A escolha é sua, mas quero te mostrar como essa decisão mudou minha vida! Eu recebo muitos comentários diariamente em minhas redes sociais, muitos deles é sobre um sonho: o sonho de aprender italiano. As pessoas costumam me contar que durante anos sonharam em aprender italiano, mas nunca persistiram em alcançar seu sonho e tem medo de agora a idade ser um impeditivo para isso. Se você me acompanha a algum tempo (se você ainda não me segue, clica aqui), já sabe muito bem que a idade não impede ninguém de aprender um novo idioma. O aprendizado de um novo idioma auxilia na prevenção do envelhecimento e ajuda a desenvolver novas conexões entre os neurônios, melhorando o funcionamento cerebral. A idade pode nos impedir de realizar poucos sonhos, nenhum deles ligado ao aprendizado. Devido a idade e ao desgaste natural que nosso corpo enfrenta, pode ser mais difícil, mas não impossível ser um corredor de grandes distâncias ou um alpinista. Mas a idade não nos impede de aprender um idioma, ou mesmo usar um smartphone, um computador, e fazer um curso pela internet. Tenho alunos de muitas idades, muitos acima de 60 ou 70 anos. Mas se pudessem escolher, acredito que muitos deles teriam começado a estudar antes. Eles teriam priorizado seus sonhos de maneira mais consciente. Ainda assim, quem começa a estudar uma língua depois dos 70 anos também é uma pessoa muito admirável. E digo isso porque muitas vezes nos deixamos levar por aquilo que a sociedade espera que façamos, os sonhos tradicionais que nos são impostos. Vamos aceitando e sem perceber deixamos nossos sonhos de lado. Quando paramos para refletir, nos vemos muito distantes dos sonhos que tínhamos quando éramos mais jovens. Mas nunca é tarde para começar. E para que isso aconteça, precisamos analisar alguns pontos com muita clareza: 1. O sonho Algumas pessoas não precisarão refletir por muito tempo para saberem o que desejam, mas se você pensar por alguns minutos, ou horas não tem problema. O importante é não adiar a reflexão e conquistar o seu objetivo. Depois que você tiver clareza de seu sonho, pense em uma forma de mantê-lo presente em seu dia a dia. Você pode escrever um papel e colar na parede do seu quarto, ter um chaveiro simbólico ou ainda um objeto que você veja diariamente e tenha uma conexão com seu objetivo. Esse será seu amuleto. 2. O plano Trace um plano para alcançar seu objetivo, detalhando suas ações. O ideal é que você escreva suas metas, indicando quando você pretende completar seu objetivo, o que você precisa aprender, como fará para estudar e qual horário do seu dia vai separar para se dedicar ao seu sonho. Os americanos costumam sempre escrever em um papel aquilo que querem fazer ou conquistar. É uma técnica que realmente funciona. Depois que você escreve, parece que aquilo fica te cobrando e que enquanto você não fizer, causa uma sensação de desconforto. Eu já fiz esse teste e comigo deu certo. 3. Mãos à obra Com objetivos e planos feitos, é hora de fazer tudo funcionar! Chegou o momento de ter uma atitude decisiva: dar um primeiro passo! Pois de nada adianta sonhos e planos, sem ação. E é aqui que muitas pessoas desistem. Elas ficam com medo de serem julgadas pela família ou pelos amigos, elas ficam com medo de não conseguirem. Lembre-se: VOCÊ É CAPAZ! Não importa o que os outros digam, siga seu coração! O primeiro passo é o que nos dá mais medo, estamos entrando em um mundo desconhecido. Pela minha história, recebo algumas mensagens de pessoas que me perguntam se elas deviam seguir seus sonhos e minha resposta sempre foi e vai continuar sendo: SIM! A minha família é de origem italiana e desde criança eu tinha o sonho de conhecer a Itália. Em 2006, tomei a decisão de largar minha estabilidade de servidor público e ir para Itália realizar meu sonho. Estudei um pouco de italiano e em 2007 eu chegava em Turim. Mas como meu tempo de estudo não foi suficiente e a maneira como eu estudei era errada, eu não consegui emprego nos 3 meses, tempo que eu tinha para voltar ao Brasil se as coisas dessem errado. O dia da minha volta chegou, e eu entrei em desespero. Sem dinheiro e sem emprego, eu me alimentei em uma igreja onde os padres davam refeições. E agora você deve estar se perguntando porque eu ainda motivo as pessoas a seguirem seus sonhos. Realizar meu sonho não foi uma tarefa fácil, pois eu deveria ter um plano melhor para alcançá-lo. Mas essa busca me fez aprender italiano, trabalhar na Itália e na Alemanha, conhecer lugares lindos e ainda chegar até aqui, espalhando a língua e a cultura italiana por todo Brasil, e mundo. E foi durante este processo de ir atrás do meu sonho que eu fui me descobrindo e hoje me sinto muito realizado. Imagino que se eu tivesse me contentado com meu emprego, hoje eu estaria pensando: por que não fui fazer do meu sonho uma realidade? Neste processo para realizar seu sonho você vai descobrir uma coisa: A felicidade não está na conclusão, mas sim no caminho que percorremos para alcançar nossos sonhos. Realizar o seu vai lhe trazer grande felicidade, mas lembre-se dos pequenos momentos felizes, dos pequenos passos que você deu, do quanto você evoluiu. Como comentei anteriormente muitas pessoas me relatam ter o sonho de falar italiano. Mas cada pessoa é única, muitas vezes aprender o idioma é apenas um dos passos para poder morar na Itália, como no meu caso. E seu sonho pode ser muito diferente disso. Você pode sonhar em conhecer a Austrália, ter um diploma universitário, montar uma pequena produção de bolos na sua casa, cantar em um coral ou mesmo aprender a fazer crochê ou origami. Uma coisa existirá em comum entre cada sonho: o aprendizado. Indiferente do que você sonha, é preciso passar por um momento de dedicação e estudo. Quando pensamos em colocar a mão na massa e fazer o plano dar certo, surgem algumas dúvidas e ficamos indecisos em qual caminho seguir. E foi conversando com uma amiga que cheguei a uma frase que levo sempre comigo: “Nós somos maiores que qualquer obstáculo” Percebi com a ajuda da Marcela que as objeções que temos em relação a algo novo podem ser apenas suposições, e cabe a cada um encontrar uma solução e ter a certeza que somos capazes! Nosso cérebro é preguiçoso e vai nos incentivar a encontrar algumas desculpas para nos manter na zona de conforto. Mas seja mais forte, encontre a solução e faça seu cérebro entender que seu sonho é uma prioridade e você não abrirá mão dele. Já contei a história da minha amiga Marcela aqui no blog. Se você não leu pode CLICAR AQUI para entender como foi participar do processo dela para superar as barreiras que ela estava criando para chegar ao seu objetivo. Me conte nos comentários qual seu sonho e qual a maior barreira que você vai superar para realizá-lo!

  • Podcasts italianos são uma ótima estratégia para complementar seus estudos

    O número de adeptos de podcasts vem aumentando e você também poderá usá-los para aprender italiano Os podcasts estão crescendo, e cada vez chegando a mais pessoas, dado sua praticidade e modo descontraído de levar conteúdo para todos que querem estar informados e ainda ganhar tempo. Podcast é um conteúdo em forma de áudio, para que você acompanhe no momento mais adequado à sua rotina. Eu costumo escutar enquanto dirijo, estou preparando minhas refeições ou em algum momento de descanso onde quero estar conectado com as descobertas do momento e aprender novos assuntos. Costumo ouvir sobre diversos temas, mas um que não saí dos meus ouvidos com certeza são os de italiano. E pensando nisso montei uma lista com meus podcasts italianos favoritos para compartilhar com você. Lembrando que esta é uma estratégia de imersão para complementar seus estudos, fazendo com que o método de estudo seja potencializado, assim você aprenderá de forma mais rápida e eficaz e com conteúdos diversos. 1. News in slow italian Você já tentou acompanhar um noticiário italiano, mas ficou sem entender nada? Aqui isso não deve acontecer. Este podcast tem como objetivo repassar as notícias da semana no cenário mundial de modo pausado e com palavras básicas do vocabulário italiano. E a descrição do episódio é bem detalhada, auxiliando também na leitura. Clique aqui para ouvir no Spotify 2. Il podcats di Psinel Neste podcast você encontrará conteúdos sobre psicologia e desenvolvimento pessoal com Gennaro Romagnoli. E segundo a descrição do podcast, ele é o mais ouvido sobre o assunto na Itália! Entre assuntos como meditação, comunicação, responsabilidades e tecnologias, Gennaro nos faz repensar nossa relação com as pessoas que nos cercam e com o mundo. Com fala um pouco mais rápida e um vocabulário específico, este podcast é para os que já estão familiarizados com o idioma. Mas poderá servir como um bom desafio caso você queira se aventurar no universo da psicologia e seus temas. Clique aqui para ouvir no Spotify 3. In 4 minuti De segunda à sexta a equipe editorial do The Vision traz as principais notícias para que você comece o dia bem informado. Com áudios de apenas 4 minutos, este podcast fala sobre notícias internacionais, não deixando de lado as notícias da Itália. O podcast In 4 minuti é bom para aumento do vocabulário, e indicado para aqueles que já tem algum conhecimento da língua, devido a fala ser mais rápida do que o podcast “News in slow Italian”. Clique aqui para ouvir no Spotify 4. Parliamo di cose O podcast com os assuntos mais diversos da nossa lista. Em Parliamo di Cose Jacopo D’Alesio nos diverte com sua opinião pessoal sobre os mais diferentes temas. Ele explica porque odeia áudios no Whatsapp, qual sua opinião sobre comprar um carro e porque os robôs vão roubar seu trabalho; e muitos outros. Esse é o podcast mais rápido da lista e é bom que antes de escutá-lo você tenha um entendimento básico do idioma para não ficar desapontado. Clique aqui para escutar no Spotify 5. Al Dente Al Dente é um podcast feito por uma escola de línguas chamada Club Migros, que fez um trabalho pioneiro utilizando essa plataforma de áudio para ensinar línguas, sim, várias línguas e não apenas italiano. Desde 2008 mais de 1.500 programas de idiomas foram produzidos em alemão / alemão suíço, francês, italiano, espanhol e inglês. O nível de italiano é a partir do nível A2/B1, ótimo para quem está iniciando os estudos. Mesmo quem está no nível A1, pode ouvir para acostumar os ouvidos com os sons da língua italiana. Clique aqui para escutar no Soundcloud Todos os podcasts serão bons para complementar os estudos, mas considero bom escutar segundo os seus interesses e também nível do idioma. Seja rápido ou falado lentamente, o podcast vai ser um ótimo complemento para acostumar sua audição às frequências audíveis do italiano. Mas acredito que se você acompanhar um similar ao seu nível de entendimento do idioma, se sentirá mais motivado a continuar. Por último mas não menos importante: Italiano com Silvano (você achou mesmo que o meu ficaria de fora?) Inspirado por minha paixão pelo idioma e pela cultura italiana, eu desenvolvi o podcast Italiano com Silvano. Nele compartilho conteúdos sobre cidadania, como aprender de forma mais eficiente, imigração italiana no Brasil, culinária e ainda um pouco da minha jornada até me tornar professor de italiano. No meu podcast você ainda encontrará o meu projeto Destrave seu italiano, uma aula prática de pronúncia para que você treine as pronúncias mais difíceis do idioma e fale com fluidez essa bela língua. O podcast Italiano com Silvano foi lançado dia 9 de dezembro de 2019 e toda segunda-feira tem um conteúdo novo para você acompanhar, e cada semana aprender mais sobre o idioma ou curiosidades culturais italianas! Clique aqui para escutar no site Clique aqui para escutar no Spotify Além desses acima, tem um outro canal que eu gosto muito de acompanhar, mas esse não é podcast, e sim um canal no youtube. É o canal Geologia Pop, apresentado pelo italiano Andrea Moccia, que traz assuntos que eu adoro como fontes energéticas, vulcões e terremotos, placas tectônicas, aquecimento global e outros fenômenos. Apesar de serem assuntos técnicos, a linguagem de Andrea é adoravelmente simples e clara de entender. Uma ótima oportunidade para treinar o ouvido, aumentar o vocabulário e, ao mesmo tempo, aprender sobre ciência, tecnologia e a geografia italiana. Clique aqui para conhecer o canal Geologia Pop Me conte nos comentários que estratégias complementares você usa para intensificar o seu aprendizado e qual sua preferida. E não esqueça de compartilhar este conteúdo com aquela pessoa querida que também está estudando e quer aprender de forma eficiente e divertida!

  • Tiramisù - 10 fatos curiosos sobre a deliciosa sobremesa italiana

    Descubra 10 curiosidades e ainda aprenda minha receita desta típica sobremesa italiana Uma equipe de confeiteiros italianos em Milão preparou, em março do ano passado (2019) o maior Tiramisù do mundo, com 273,5 metros de comprimento, entrando para o Guiness Book of Records. O record anterior era de 266,9 metros, feito em Friuli-Venezia Giulia. Foram utilizados no total, 50 mil biscoitos savoiardi, meia tonelada de queijo mascarpone, 300 litros de café expresso, 65 kg de açúcar, 60 kg de gema de ovo, 70 kg de clara de ovo e 65 kg de cacau em pó. O Tiramisù de 273,5 metros ainda não foi superado. Você já experimentou essa deliciosa sobremesa italiana? Que tal conhecer agora mais fatos curiosos sobre ela? 1 – É a sobremesa italiana mais conhecida no mundo. 2 – Existem várias cidades italianas que se dizem como o local de origem dessa sobremesa. Entre elas estão Siena e Firenze, na Toscana, Treviso, na região do Veneto e Pieris na província de Gorizia, bem no Norte da Itália, quase na fronteira com a Eslovênia. 3 – O nome Tiramisù significa me puxa/me joga pra cima. Isso se deve ao efeito do café e do cacau na sua formulação. 4 – É considerada uma sobremesa afrodisíaca e umas de suas versões de origem é que foi criada para dar mais energia às meretrizes. 5 – Uma outra suposta origem é que o Tiramisù foi criado por uma senhora que cuidava de crianças em um orfanato, e dava a sobremesa para as crianças quando elas estavam tristes. 6 - É a sobremesa preferida do Papa emérito Bento XVI. 7 – Outra suposta versão diz que o Tiramisù foi criado a partir da união de duas receitas: a zuppa del duca e do sbatudin, uma sobremesa simples de gema de ovo com açúcar originária de Treviso. Quem uniu essas receitas foi o confeiteiro Loli Linguanotto, que depois acabou adicionando o savoiardi e o mascarpone, criando a síntese das delícias gastronômicas do norte da Itália. 8 – O Tiramisù é uma sobremesa relativamente nova, Loli Linguanotto criou essas combinações no ano de 1970, bem diferente do panetone por exemplo que tem mais de 500 anos. 9 – Outra possível origem nos leva a pequena cidade de Pieris, onde inicialmente o doce era chamado de Coppa Vetturino, servido pela primeira vez em 1939. O criador teria sido Mario Cosolo, segundo cozinheiro friulano da rainha Marina. A base era um mousse de chocolate com “pan di spagna” molhado com Marsala, gemada e chantilly. 10 – A última possível origem diz que o Tiramisù tem origem em Padova, no Veneto. Que seria uma versão modificada do doce TORINO, uma receita que foi descrita no livro A ciência na cozinha e a arte de comer bem de Pellegrino Artusi, (receita número 649). Essa teoria é sustentada por duas provas: uma conta datada de 1959 onde o cliente pedia dois pedaços de “tirami su” e um cardápio que provavelmente foi impresso entre 1963 e 1965 onde pode-se encontrar o nome em língua friulana “i dolci di tirimi-su un pôc e di côce i flôrs”. Independente da cidade de origem, é uma sobremesa fantástica e um ícone da rica culinária italiana. De acordo com dados do Google Trends, a receita do Tiramisù foi a segunda mais procurada pelos italianos em 2018. Segundo a Accademia della Crusca, principal instituição linguística da Itália, o termo Tiramisù está presente como “italianismo gastronômico” em 23 idiomas diferentes. No Brasil, a receita foi trazida pelos imigrantes a partir da década de 1870, que assim como eu em 2010, se depararam com um problema na hora de preparar o doce: a falta de ingredientes. Claro que no meu caso isso foi mais fácil de resolver. Já os imigrantes tiveram muito mais dificuldades, o que fez com que o Tiramisù sofresse algumas “mutações” para se adaptar. Como eu prometi no podcast #006 Italiano com Silvano, onde eu falo sobre esse assunto (se você não ouviu o podcast, clique AQUI), vou ensinar a vocês a minha receita de Tiramisù. Obtida após trabalhar na Alemanha em uma sorveteria italiana, onde eu era o responsável pela produção dessa sobremesa, e levemente modificada por mim (sem alteração do sabor) para atender a falta de ingredientes no Brasil. Se bem que hoje já é mais fácil de encontrá-los. Vamos à receita: INGREDIENTES: 500 gramas de nata (essas que tem no mercado que são bem firmes). Eu uso a nata para substituir o mascarpone, o sabor e a textura ficam idênticos. Mas se na sua cidade tiver mascarpone fica a seu critério. 300 gramas de biscoito champanhe 150 gramas de açúcar 500 ml de creme de leite pasteurizado para chantilly 6 gemas de ovos frescos e de boa procedência 4 colheres de vinho Marsala 4 colheres de licor italiano Amaretto 4 xícaras de café forte sem açúcar 1/2 xícara de leite em pó Cacau amargo em pó. Tempo de preparo: 1 hora e 45 min PREPARO Prepare o café e deixe esfriar. Em uma batedeira, comece batendo as gemas com o açúcar, até obter um creme branco e espumoso. Junte a nata e o leite em pó e bata até obter um creme homogêneo. Coloque em outro recipiente e leve ao congelador por alguns minutos (apenas enquanto você faz o chantilly). Agora você vai usar a batedeira para fazer o chantilly de acordo com o modo de preparo escrito na embalagem do creme de leite pasteurizado. Quando o chantilly estiver pronto, misture delicadamente com o creme que estava no congelador. Se puder usar um fue é melhor. Volte o creme para a geladeira enquanto você monta os biscoitos. Despeje o café frio em uma tigela grande junto com o vinho marsala e o licor de amaretto. Mergulhe os biscoitos champanhe em ambos os lados, rapidamente, para evitar que fiquem muito molhados ao ponto de quebrar, e coloque-os no fundo de uma assadeira retangular, lado a lado. Na primeira camada com o açúcar do biscoito virado pra baixo. Cubra os biscoitos com uma camada de creme. Coloque a segunda camada de biscoitos, agora com o açúcar virado pra cima e em posição contrária. Veja a foto: Posição correta: Posição errada: Deixe descansar na geladeira por pelo menos 3 horas e, no momento de servir, polvilhe a superfície com uma camada uniforme de cacau. Faça isso com a ajuda de uma peneira. Depois de saborear (com moderação) escreva aqui nos comentários como ficou. Buon appetito!

  • Intercâmbio na Itália: 21 perguntas e respostas que você precisa ler antes de fazer as malas

    Qual a melhor idade para fazer intercâmbio, quanto custa, quais os processos de visto, o que preciso para fazer um intercâmbio inesquecível na Itália? Reuni as dúvidas mais pertinentes para você se preparar e realizar essa experiência transformadora. São poucas coisas na vida que causam a mesma sensação nas pessoas. O intercâmbio em outro país é uma dessas experiências. Desconheço alguém que tenha feito intercâmbio e não diga que transformou sua forma de viver, de pensar, ou ainda que não indique essa como uma experiência que todos deveriam ter pelo menos uma vez na vida. A experiência de intercâmbio é realmente transformadora, e se for na Itália, país que nutro uma paixão infinita por sua língua e cultura, melhor ainda. Como já passei pela experiência de viver no país da bota, separei as perguntas mais frequentes e que você precisa saber antes de fazer as malas. Então prepare papel e caneta ou salve este artigo como favorito e não esqueça desses passos. Tudo pronto? Então vamos lá. 1 - Por que escolher a Itália para um intercâmbio? Não teria como iniciar o texto sem essa pergunta. Embora a decisão de escolher o país e a cidade para fazer um intercâmbio deva ser restritamente pessoal, existem alguns motivos que fazem da Itália uma boa opção para escolha. Entre eles estão: a cultura italiana, admirada por todo o mundo e reconhecidamente como uma das mais ricas da história da humanidade. Aliás, um fato curioso sobre arte e cultura, é que a Itália concentra 75% de todo o patrimônio cultural do mundo. Falei sobre isso recentemente nesse post do Instagram: Então se você gosta de cultura, a Itália é o país perfeito. Mas não é só esse o motivo. Além da riqueza cultural, a Itália é um dos poucos países europeus que concedem bolsas de estudos para estrangeiros, o que viabiliza - e muito - o sonho de diversos brasileiros de realizar um intercâmbio na Itália. Há ainda outros bons motivos para escolher o solo italiano para sua experiência de intercâmbio, como a comida italiana, belíssimas paisagens, ser reconhecida como referência da moda, o inigualável gelato, reconhecido como o melhor do mundo e, é claro, a linda e romântica língua italiana. Naturalmente a decisão de escolha do país e cidade para seu intercâmbio cabe somente a você, mas não há como negar o quanto essas características são tentadoras. 2 - Qual a idade máxima para fazer um intercâmbio na Itália? Essa é uma pergunta muito legal e que pode te surpreender. Não há idade máxima para fazer um intercâmbio na Itália, ou em qualquer outro país. O que existem são planos de intercâmbio voltados para uma determinada faixa etária, um produto de agências de viagens que são direcionados para um público específico. Mas assim como os intercâmbios de ensino médio, voltados para jovens até 18 anos, e os de faculdades, direcionado para pessoas de 18 até 30 anos, também existem programas para pessoas acima dessa faixa etária. Inclusive, tem aumentado o número de programas de intercâmbio voltados para pessoas com mais de 50 anos, e a tendência é crescer ainda mais. Mais um motivo para não permitir que a idade limite seus sonhos. 3 - Quanto custa um intercâmbio na Itália? Talvez a pergunta mais recorrente desse processo e a mais difícil de responder precisamente, já que depende de muitos fatores, como data de viagem, cidade escolhida, curso ou programa adquirido, local de moradia na cidade, cotação da moeda estrangeira, entre muitos outros. Mas calma, chegaremos juntos a um valor estimado. Mas lembre-se, é apenas uma estimativa, muito provavelmente o valor final do seu intercâmbio será diferente do que faremos aqui. Inclusive a cotação da moeda tende a ser diferente. Vale lembrar que usaremos a cotação de R$ 4,84, disponível no dia 28/11/2019. Dentre os itens que devemos considerar para fazer um intercâmbio na Itália estão: Programa de estudos: Talvez o primeiro item pesquisado pela maioria - ou talvez 100%- das pessoas que estão pretendendo fazer um intercâmbio na Itália. O valor varia bastante dependendo do tipo de curso escolhido. Nos cursos de língua italiana, a escola, dedicação dos professores (se é um curso individual ou coletivo) e o número de horas-aula na semana são os itens que mais influenciam no valor final do curso. Por exemplo, considerando um curso coletivo de 4 horas de aula por dia, com aula todos os dias da semana, durante duas semanas, o valor médio é de 440,00 euros ou R$ 2.129,60 na cotação atual. Se você optar por curso intensivo e individual, esse valor pode chegar a 1.260 euros semanais, ou a bagatela de R$ 6.098,40 a cada semana, R$ 24.393,60 em um mês. Mas vamos considerar o curso coletivo nessa estimativa, portanto temos R$ 2.129.60 referente ao curso de italiano na Itália. Vamos ao segundo item. Acomodação na Itália É bastante comum as escolas de italiano ofertarem acomodações estudantis ou indicarem parceiros com preço bem reduzido para quem está inscrito nas aulas. No entanto, essas acomodações costumam ser para compartilhamento com outro estudante. Então se você pretende fazer seu intercâmbio na Itália com outra pessoa, essa pode ser uma excelente opção. Para termos uma ideia, o preço de um quarto compartilhado para duas semanas em Roma, através do sistema de parceria com a escola de italiano, gira em torno de 300,00 euros, enquanto que fora desse sistema, um quarto do mesmo nível de conforto não sai por menos de 40,00 euros por dia, ou 560 euros pelo mesmo período. Sim, é quase o dobro. Clicando aqui você pode ter uma ideia dos valores de acomodações oferecidos pela Dilit Italian School, uma das escolas de italiano mais tradicionais de Roma. Uma informação muito importante sobre esses quartos, é que eles ficam disponíveis apenas durante o prazo contratado para o curso. Ou seja, não é possível alugar essas acomodações após o curso terminar. Se quiser permanecer na Itália após o curso (o que é amplamente indicado), será necessário alugar um outro quarto. Você pode também pesquisar no Airbnb, mas legal mesmo é você ter algum amigo que já more em alguma cidade italiana passar uns dias com ele. Para nossa estimativa, vamos considerar o seguinte cenário: um mês em Roma, sendo as duas primeiras semanas em um quarto compartilhado indicado pela escola e as duas semanas restantes em um quarto do mesmo nível, fora do sistema. Nessas circunstâncias, a estimativa de valores ficaria assim: Duas semanas em quarto duplo - escola de italiano: 300 euros ou R$ 1.452,00. Duas semanas em um quarto - casa compartilhada: 560 euros ou R$ 2.710,40. Total de acomodação para um mês: 860,00 euros ou R$ 4.162,40. Importante dizer que considerei os valores da região central de Roma, uma das cidades mais procuradas em um intercâmbio na Itália. Dependendo da cidade e do bairro escolhidos, os valores serão diferentes, e você pode encontrar valores mais baixos. Agora nosso terceiro item essencial: Transporte e alimentação Este item é ainda mais complicado de estimar, uma vez que ele é diretamente ligado ao quanto você pretende se locomover dentro da cidade. Mas uma notícia boa, é que o sistema de transporte público na Itália é muito organizado e eficiente, e muitas cidades possuem diferentes tipos de planos, que vão desde uma passagem diária até abonos turísticos mensais e anuais. Em Roma por exemplo, você pode optar pela passagem BIG, que permite você usar o transporte público de forma ilimitada do momento da validação do tíquete até a meia-noite do mesmo dia. Com um único bilhete, você pode usar o metrô, ônibus, bondes, além dos trens locais entre Roma-Lido, Roma–Viterbo e Roma–Pantano, e o trolebus, que são os ônibus elétricos da cidade. Nesse site você tem mais informações das passagens. Inclusive estou pensando em escrever um artigo somente sobre transporte na Itália, se você gosta da ideia, comente nesse texto. Vale ressaltar que se você ficar hospedado em uma acomodação parceira da escola, poderá ir caminhando para a aula, pois elas sempre ficam muito próximas do curso. Já sobre alimentação, é possível tomar um café da manhã com suco, sanduíche e capuccino por €10. Para o almoço e jantar, embora existam restaurantes para todos os bolsos e gostos, uma refeição custa de 10 a 25 euros. Então considerando que você faça três refeições diárias em restaurantes, será preciso destinar o valor médio de 40 euros por dia para alimentação, o que resulta em 1.200 euros mensais, ou R$ 5.808,00. Acrescentando os 6 euros diários do transporte público urbano, teríamos um total de 180 euros ou R$ 871,20 de transporte. Nossa estimativa final de transporte e alimentação nesse cenário de um mês de intercâmbio na Itália ficaria por 1.380 euros ou R$ 6.679,20. Evidente que esse valor tende a reduzir drasticamente se você comprar os alimentos no mercado e preparar suas refeições em casa. Se você tem essa possibilidade, vale muito a pena para seu bolso. Custos de viagem Além de todos os valores que vimos, também precisamos considerar as passagens e o seguro viagem. Falando de passagens, recentemente escrevi um artigo bem legal sobre melhores assentos de um avião, vale a pena conferir. Existem diversos sites na internet que fazem busca por passagens de avião mais baratas. Em média, uma passagem de ida e volta para Roma partindo de São Paulo custa R$ 3.000. Vale lembrar que a época do ano, empresa e número de conexões do voo podem variar - e muito - essa estimativa. Além disso, se você é uma pessoa que costuma levar bastante roupa, pode ser que seja necessário desembolsar um pouco mais para excesso de bagagem, então esteja preparado. O seguro saúde é outro item indispensável para seu intercâmbio na Itália. Naturalmente que os valores variam dependendo da empresa escolhida e do perfil do segurado (idade, motivo da viagem, tempo de permanência, entre outros itens), mas é possível encontrar um seguro saúde razoável por R$ 700,00, que cobre diferentes tipos de despesas médicas durante o período de 30 dias. A dica aqui é ler atentamente as coberturas oferecidas, se há suporte de atendimento e principalmente, quais as instituições da cidade escolhida para seu intercâmbio na Itália que aceitam seu seguro. Em soma, temos R$ 3.700 em despesas de viagem, sem considerar possíveis gastos com excesso de bagagem e transporte entre aeroporto e hotel, nos dois países. Hora de somar tudo? Ainda não, falta um item muito especial. Fundo de reserva Este é um item fundamental, porém pouco lembrado na hora de fazer um intercâmbio na Itália. Acredite, ter um fundo de reserva, um dinheiro extra pode salvar muitas vezes o seu dia durante sua experiência no país da bota. Embora você tenha previsto grande parte dos seus custos, é sempre bom estar preparado para gastos extras com alimentação, transporte e passeios locais, além de é claro, imprevistos. Minha dica é separar pelo menos 30 euros por dia como reserva, até porque serão infinitas tentações para quem, assim como eu, é apaixonado pela cultura italiana. Lembranças, museus, gelato, peças de teatro e tantas outras coisas legais que certamente irão chamar sua atenção. Nesse cenário, o total de fundo de reserva seria 900 euros ou R$ 4.356,00. Você pode estar pensando agora: “nossa, quanto dinheiro”, mas quero te lembrar que é só um fundo de reserva, se você economizar, vai sobrar bastante. Isso varia muito de cada pessoa. Outra dica valiosa sobre atrações na Itália é comprar os ingressos antes, através de sites e serviços como o Roma Pass, que é um passe que combina atrações com transporte, disponível em duas versões: A versão de 72 horas tem valor médio de 38,50 euros e dá direito a 72 horas de transporte público ilimitado, além de duas atrações gratuitas e 20% de desconto a partir da terceira atração visitada. Já o Roma Pass 48 horas, custa 28 euros e dá direito a 48 horas de transporte público ilimitado, uma atração gratuita e 20% de desconto a partir da segunda atração visitada. Independente da modalidade escolhida, optar pela compra antecipada dos ingressos certamente vai transformar seu intercâmbio na Itália. Total da estimativa Agora que consideramos alguns itens essenciais, temos um valor aproximado de uma estimativa de investimentos de um intercâmbio na Itália. Preparado? Então vamos lá: R$ 2.129,60 para duas semanas de curso de italiano em Roma; R$ 4.162,40 para um mês de acomodação em Roma; R$ 6.679,20 para alimentação e transporte diário; R$ 3.700,00 para passagens aéreas (ida e volta) e seguro durante a permanência no país; R$ 4.356,00 para o fundo de reserva indicado para aproveitar o intercâmbio na Itália; Total: R$ 21.027.20. O que você achou desse valor ? Está próximo do que você esperava? Lembrando que esse é um valor que vai além do intercâmbio na Itália, também consideramos 15 dias de viagens pelo país da bota. Mas não deixe de comentar no fim do texto. Agora vamos a próxima pergunta. 4 - Quais os documentos necessários para fazer um intercâmbio na Itália? Depende muito do tempo que você quer permanecer no país. A notícia boa é que os brasileiros são isentos de visto para viajar à Itália a turismo, negócios, competição esportiva, convite, missão ou estudo, desde que a estadia não exceda 90 dias. Para os casos acima, basta preencher um documento chamado “Declaração de Presença” ou Dichiarazione di Presenza, em até oito dias após a chegada ao país. Os demais documentos que você precisa ter são um passaporte válido por no mínimo toda a duração do seu curso na Itália e a contratação de um seguro de saúde. 5 - É preciso falar italiano para fazer um intercâmbio na Itália? Também depende muito do seu tipo de intercâmbio na Itália. Para os cursos de curta duração, geralmente não é obrigatório, mas é altamente indicado. Inclusive, para viver uma experiência turística ainda melhor, falar italiano certamente transformará sua viagem a Itália. Recentemente minha amiga Tathy Agnellino compartilhou sua experiência sobre isso nesse post. No entanto, algumas opções de intercâmbio na Itália, como cursos de graduação ou cursos de longa duração, exigem um certificado de proficiência em Italiano. Mas isso é assunto para outro artigo. Se você quer que eu faça um artigo sobre esse assunto, escreva nos comentários. 6 - Quanto é o custo de vida na Itália? Esse é um tópico que merece um artigo inteiro só pra ele, ou quem sabe um vídeo, visto que são inúmeros fatores para discutir. Mas simplificando, o custo de vida italiano é mais baixo do que no Brasil, se levarmos em conta a mesma faixa de salário e custo de vida. Por exemplo, considerando custos como educação, moradia, alimentação, saúde, transporte, internet, luz e água em uma cidade como Roma, teríamos o custo fixo de aproximadamente 500 euros, pouco menos de 50% da renda mínima italiana. Já no Brasil, esses mesmos custos consomem praticamente toda a renda de uma pessoa. No entanto, vale lembrar que não há um salário mínimo definido por lei na Itália, mas os menores valores pagos superam os 1.100 euros, ou seja, é um custo de vida muito favorável se considerarmos a qualidade de vida na Europa. Para ter uma ideia mais aproximada, você pode usar sites como o Numbeo, que fornecem uma lista comparativa de itens básicos de diversas cidades do mundo, é bem legal. Clicando aqui você acessa o custo de vida da cidade de Roma. Em breve voltarei a escrever mais sobre esse assunto. 7 - Como é a segurança na Itália? Um dos principais diferenciais do país da bota. Você pode andar tranquilamente na rua, passear pelas praças, usar o transporte público e tudo mais, sem correr o risco constante de ser assaltado. Certamente que existem casos de furtos, principalmente nas grandes cidades e nas estações de trem centrais, mas nada que assuste nós brasileiros que, infelizmente, estamos acostumados a um país com altos índices de criminalidade. Nos quase três anos que morei na Europa (Itália e Alemanha), felizmente nunca tive problemas com isso. Foram inúmeras vezes que caminhei sozinho à noite em Milão, Verona, Turim e em Mainz. 8 - Quais as principais cidades para fazer um intercâmbio na Itália? Sou suspeito para listar as melhores cidades para um intercâmbio na Itália, já que sou apaixonado por todo esse país e cultura, tão ricas e únicas no mundo. Por isso, vou usar um levantamento realizado em 2018 pelo jornal italiano Il Sole 24 Ore, que realiza desde 1990 um ranking das melhores cidades de acordo com a qualidade de vida que oferecem. Dentre os critérios avaliados estão a economia, emprego, serviços, cultura e tempo livre. No último levantamento, as cidades de Milão, Aosta e Bolzano ficaram com as primeiras colocações, mas também vale citar Roma que sempre aparece nas primeiras posições. Além de Veneza, Turim, Gênova, Catânia, Bari e Bolonha que melhoraram seus aspectos. Independente da cidade que você escolher, certamente seu intercâmbio na Itália será uma experiência transformadora, já que no ano passado a Itália foi eleita o país com a população mais saudável do mundo, cuja expectativa de vida supera os 80 anos. Incrível, não? 9 - É possível viajar pela Europa em um intercâmbio na Itália? Sim, e além de possível é altamente indicado. Mas atenção: existem diferentes linhas de trem com taxas, duração e principalmente serviços adicionais diferentes. Uma dica valiosa é falar italiano ao ir viajar de trem dentro da Itália, já que o mais comum é os trabalhadores desse setores falarem somente italiano. Nesse vídeo abaixo eu dou uma dica sobre isso. 10 - É possível trabalhar durante um intercâmbio na Itália? Nos casos de viagens até 90 dias, seja turismo ou cursos de curta duração, não é possível trabalhar legalmente na Itália. O visto de trabalho - ou lavoro - na Itália deve ser obtido na Embaixada ou Consulado da Itália ainda no Brasil, por alguém que já tenha uma oferta de emprego no país da bota. Este visto possui três modalidades: subordinato, concedido por vínculo empregatício formal, autonomo para sócios de empresas, profissionais autônomos ou liberais e ainda o stagionale, específico para trabalho sazonal. Se você tiver interesse em saber mais desse assunto, deixe seu recado nos comentários. 11 - Como funciona o processo de visto para um intercâmbio na Itália? Se seu desejo é fazer um curso de longa duração, superior a 90 dias, ou mesmo migrar para Itália, tirar um visto italiano é um dos passos mais importantes desse processo. Naturalmente que os requisitos mudam conforme a modalidade de visto desejada, mas dentre as etapas necessárias estão a ida até o consulado da sua região e a apresentação de documentos como: Passaporte válido; Formulário de pedido de visto; 1 fotografia; Comprovante de residência; Comprovante de meios de subsistência na Itália; Comprovante de inscrição na universidade (em caso de curso, ou contrato de trabalho); Seguro saúde Proficiência em Italiano Outros documentos podem ser exigidos, dependendo do visto solicitado. Você pode consultar a lista de consulados da Itália no Brasil clicando aqui. 12 - É possível permanecer no país após o término do intercâmbio na Itália? Você pode permanecer na Itália por 90 dias sem necessidade de visto, como turista. Para permanência superiores a esse prazo, fique atento ao tempo de validade do seu visto de estudos ou trabalho. Caso ultrapasse este período, será considerado irregular. Se você permanecer além dos prazos legais previstos, estará sujeito às sanções das leis, que variam desde multas de 5.000 a 10.000 euros, até deportação para estrangeiros em situação ilegal. 13- É possível fazer um intercâmbio na Itália sem estar estudando no Brasil? Sim, é possível. Existem diversos pacotes disponíveis no mercado que não exigem vínculo estudantil no Brasil, mas eu indico saber falar italiano antes de preparar sua mala. 14 - O que eu preciso pagar à parte em um intercâmbio na Itália? Essa é uma lista bem particular, já que ela depende muito do que você pretende realizar em solo italiano. No entanto, geralmente os pacotes de intercâmbio na Itália compreendem somente o curso escolhido e acomodação durante o período do curso. Todos os custos com transporte, alimentação, viagem, seguro, acesso e ingressos para visitas culturais ficam a cargo do intercambistas. 15 - Onde buscar opções de bolsas de estudos na Itália? Como eu disse no início desse texto, a Itália é um dos poucos países europeus que concedem bolsas de estudos para não-europeus. Um desses programas é o Erasmus Mundus, que permite que estudantes europeus possam ir estudar em outro país da União Europeia ou até mesmo fora da União Europeia, e que estudantes de fora da União Europeia possam estudar na Itália. Esse programa é uma das melhores oportunidades para ter uma experiência de intercâmbio na Itália e ainda obter um diploma reconhecido. Nesse site, você pode conhecer mais sobre o Erasmus Mundus. 16 - Como alugar apartamentos e casas na Itália? Aqui vale lembrar que a melhor opção de aluguel sempre será a relacionada ao seu curso, quando a escola oferecer alguma parceria. Fora isso, pode ser necessário você procurar outras formas de achar apartamentos na Itália estando aqui no Brasil. E nesse cenário, talvez a primeira pergunta que venha a sua cabeça é a necessidade de um fiador para alugar um espaço na Itália. Se for essa sua dúvida, fique tranquilo, não é necessário um fiador. Mas talvez seja preciso um “caparra”, ou seja, um caução que pode ser o valor de um a três meses de aluguel caso seu contrato seja diretamente com o locatário, que geralmente é mais barato. Mas existem outras formas de conseguir alugar seu espaço na Itália além do mundialmente conhecido AirBnb. Abaixo eu separei cinco bons sites para buscar seu apartamento durante seu intercâmbio na Itália. Subito.it; Muito semelhante ao Olx no Brasil, o Subito possui diversas categorias de produtos, inclusive apartamentos e casas com valores mais atrativos. Immobiliare.it Esse já um site exclusivo para negociações de imóveis, desde compra, aluguel e venda. Há ofertas de empresas e pessoas físicas, além de filtros e opção de ofertas por mapa. Kijiji.it Um concorrente direto do Subito, com um layout mais amigável, mas sem tantas opções de produtos. Mas ainda uma excelente opção de pesquisa. Affitto.it Um dos mais tradicionais sites de aluguel de imóveis da Itália, mantido por empresas e corretores. Easystanza.it. Um dos mais utilizados por estudantes de todo o mundo, o EasyStanza ou RoomGo é um bom site para achar apartamentos e residências estudantis com preço atrativo. 17 - Como os italianos tratam os brasileiros? Essa é uma das principais diferenças sentidas pelos brasileiros que fazem um intercâmbio na Itália ou mesmo visitam o país como turistas. Apesar de muito educados, os italianos não são tão calorosos e receptivos como os brasileiros. Na língua por exemplo, se você não entende italiano, não espere a ajuda ou mesmo o esforço de um nativo para tentar compreender o que você diz. Os italianos são muito ligados às suas raízes e tendem a não se esforçar para ajudar alguém que fala outro idioma, mesmo o inglês. No entanto, eles vão te ajudar muito, caso você esteja tentando falar italiano. Portanto, esteja preparado para as diferenças culturais no seu intercâmbio na Itália. Mas não se preocupe, essa é justamente umas das características que tornam essa experiência tão rica. 18 - Onde procurar emprego na Itália? Eu separei abaixo três dos principais sites de vagas de empregos na Itália, mas antes de você sair clicando nos sites e vendo as oportunidades, lembre-se que é necessário um visto que permita atuar profissionalmente no país. Frequentemente eu falo sobre esses processos no meu Instagram, me segue lá. Mas agora, vamos aos sites: Adecco.it O principal site de empregos do país. Permite buscar vagas com palavra-chave para o tipo de trabalho buscado ou usando a localidade onde queremos arrumar o emprego. Além disso, fornece dicas de currículo, entrevista, carta de motivação e outros assuntos muito úteis ao candidato. Clicca Lavoro Um dos melhores sites e mais fáceis de usar da Itália. Conta também uma área com cursos com vagas abertas, e um blog sobre o mercado de trabalho na Itália, com as melhores empresas para trabalhar e vagas. Gi Group Site conhecido internacionalmente, que facilita a busca de emprego em vários países do mundo, e é muito usado na Itália. Mas uma dica extremamente importante é falar italiano antes de se candidatar para qualquer vaga. É essencial que você domine a língua nativa, já que a maioria das entrevistas é realizada exclusivamente em italiano. 19 - Qual a duração de um intercâmbio na Itália? Depende muito da sua escolha. Há opções para diversos prazos, gostos e principalmente, bolsos. Mas em média os cursos de curta duração são de 14 dias. Já os de médio prazo duram entre 30 e 60 dias, e os de graduação ou especialização podem durar até 4 anos. 20 - Qual a melhor época para fazer um intercâmbio na Itália? Os intercâmbio geralmente estão atrelados ao calendário estudantil, mas se forem cursos de curta duração, o mês de junho é o mais indicado, já que as temperaturas estão mais altas e você não sentirá frio para os padrões brasileiros, e ainda assim não está tão quente quanto julho e agosto. Além disso, é um mês mais barato para viajar, pois ainda não é período de férias, nem o mês mais procurado da primavera que é maio. De forma geral, a melhor época para visitar as principais cidades italianas vai de março a junho e de setembro a outubro. Mas se você gosta de frio e neve assim como eu, indico que vá a Itália entre novembro e fevereiro. 21 - Preciso tomar alguma vacina antes de fazer meu intercâmbio na Itália? Essa é uma pergunta frequente de quem pretende fazer um intercâmbio na Itália, já que para viajar para países da América Latina é obrigatório tomar a vacina contra febre amarela e pegar o certificado internacional de vacinação. Felizmente não há alertas epidemiológicos para o país da bota, portanto não há obrigatoriedade de qualquer vacina para entrar na Itália. Mas é altamente indicado que você mantenha suas vacinas em dia, principalmente a da gripe, já que você provavelmente transitará em lugares com alta aglomeração de pessoas durante seu intercâmbio na Itália. A dica aqui é sempre consultar o portal do Itamaraty para buscar todas as informações úteis, como vacinas e endereços de embaixadas no país. Informação bônus Estamos chegando ao fim desse super artigo de perguntas e respostas sobre intercâmbio na Itália e espero de coração que essas informações sejam úteis para você. Como dica bônus, quero compartilhar uma lição que aprendi a duras penas, quando morei na Itália. Agora que você sabe da importância de falar italiano antes de ir para Itália, quero te fazer um convite. Participe das minhas redes sociais para aprender italiano com as dicas diárias que posto, e assista as aulas gratuitas toda terça-feira no YouTube. Falar italiano fluentemente é possível, e pode ser mais fácil e divertido que você imagina. Até o próximo artigo.

  • Mistérios da Itália: 3 contos de mulheres romanas que você talvez não conheça

    Ouvimos muito sobre os pontos turísticos, mas nesse artigo quero te contar outro lado de Roma A capital italiana é um dos destinos mais desejados do mundo, e um sonho frequente de muitos brasileiros. Seja por sua gastronomia, cultura, vinhos ou monumentos históricos, Roma atrai milhares de pessoas todos os anos, e mesmo quem já a conhece, deseja voltar. Difundida mundialmente, as fotos e vídeos de seus monumentos históricos e pontos turísticos são facilmente acessados de qualquer lugar via internet. Hoje em dia, o que não é mais novidade, é possível "caminhar" pelas ruas através do Google maps. Porém, mesmo sendo uma cidade do mundo, existem algumas histórias e contos locais que não são abordadas pelos guias turísticos, ficando praticamente restritas aos nativos e quem fala italiano. Mas não se preocupe, nesse texto vou compartilhar três contos de mulheres históricas da capital italiana. Tudo pronto? Então vamos lá. IL FANTASMA DELLA SIGNORA OLIMPIA A Donna Olimpia Maidalchini, que possuía o título honorífico de Princesa de San Martino, era uma das mulheres mais poderosas e temida de Roma. Conhecida como autoritária, tirana e oportunista, Donna Olimpia era obcecada pelo poder, e soube utilizar muito bem sua influência durante sua vida. Quando jovem, foi enviada para um monastério por seu pai. No entanto, Olimpia acusou o líder do local de tentar seduzi-la. Em sua volta para Roma, casou com um concidadão rico, do qual ficou viúva pouco tempo depois. Seu segundo casamento, foi com um nobre 30 trinta anos mais velho do que ela, Pamphilio Pamphilj, cuja família se instalara em Roma havia um século. Na nova família, Olimpia fez amizade com o seu cunhado, o cardeal Giambattista Pamphilj. Quando o Papa Urbano VIII morreu em 1644, o cardeal Pamphilj, cunhado de Olimpia, foi eleito papa com o nome de Inocêncio X. Olimpia então ficou viúva pela segunda vez e tornou-se conselheira do Papa, o que lhe trouxe a crítica dos italianos e dos protestantes franceses. Dizem que Inocêncio X nunca tomou uma decisão nem nomeou ninguém sem ter consultado Olimpia. O Papa Inocêncio X morre em janeiro de 1655 e Olimpia é banida pelo novo papa, Alexandre VII, logo nos primeiros dias do pontificado. Dois anos depois da morte do religioso, Donna Olimpia, com medo do sucessor lhe tirar suas riquezas, fugiu com elas em uma carruagem em uma noite chuvosa, mas sofre um acidente e acaba morrendo em 1657, nas águas do Rio Tivere. Segundo a lenda, Olimpia virou um fantasma e para vê-la é preciso esperar até uma noite feia e chuvosa de outono ou inverno, quando a mulher aparece na mesma carruagem com todas as suas posses pegando fogo. Dizem que a carruagem faz o trajeto da Piazza Navona até a Ponte Sisto, onde cai nas águas do Rio Tivere (Tibre). LE MANI DI CONSTANZA DE CUPIS Outra mulher nobre do século 17, Constanza era conhecida pela beleza das suas mãos delicadas, frágeis e pequenas. Eram tão lindas que inclusive viraram molde para reproduções feitas em gesso por um artista romano. Depois que as esculturas foram concluídas, elas atraíram pessoas de todo país. Eram comuns excursões até o ateliê do artista para conhecer as mãos, tocá-las ou só admirá-las. Com tanta beleza e sucesso, Constanza ficou muito famosa em toda Itália. Um dia, um padre contou a Costanza que tive um sonho onde alguém cortava suas mãos para guardá-las. Constanza ficou muito assustada com o aviso do padre, e se trancou em casa, no Palazzo Tuccimei, na via Santa Maria dell'Anima, bem no centro de Roma. No entanto, após anos de reclusão, Constanza cortou suas mãos enquanto cozinhava, e procurou um médico, que disse que a única solução era amputá-las. Com medo de piorar sua saúde, Constanza deixou amputarem suas mãos, confirmando o sonho do religioso. Em pouco tempo, a má-cicatrização gerou uma grande infecção que acabou matando Costanza. Por isso, os romanos contam que quando a luz da lua bate nas janelas do Palazzo Tuccimei, as que ficam em frente a Piazza Navona, é possível ver as pálidas mãos de Constanza contra o vidro. O conto de Constanza de Cupis é amplamente conhecido em Roma, sendo inclusive tema de diversos blogs locais. Vou deixar três blogs com esta história em italiano, para você ir treinando sua leitura nessa língua maravilhosa. ● C’era una volta Roma… “Costanza De Cupis” ● La "Mano Fantasma" Di Costanza De Cupis A Piazza Navona ● Il Fantasma Di Costanza De Cupis BEATRICE CENCI Deixei o mais famoso dos contos romanos para o final. Desde pequena, Beatrice Cenci, que era de uma família nobre, sofria com a violência e com os abusos de seu pai, Conde Francesco Cenci, um homem cruel e problemático. Após anos de maus tratos, inclusive estupros, a garota organizou um plano para matar seu pai, e contou com a ajuda da sua madrasta Lucrezia Petroni, o irmão Bernardo Cenci e o amante Giacomo. No dia 9 de setembro de 1589, Francesco foi repetidamente golpeado na cabeça e depois atirado de uma janela para simular um acidente. No entanto, a polícia pontifícia não acreditou e formalizou uma acusação contra a mãe e os três filhos. O processo todo foi uma farsa: as circunstâncias atenuantes - como o fato de o conde ser reconhecidamente um homem violento e agressivo - foram ignoradas e os empregados de Francesco testemunharam que ele era um homem com ares de santidade. A população romana, porém, apoiou Beatrice e sua família quando foram descobertos. Mesmo assim, seu julgamento teve uma publicidade incomum e terminou com a condenação dos assassinos. O Papa Clemente VIII, que ficou conhecido por legalizar o café em Roma - até então era considerada uma bebida otomana, muçulmana e anticristã -, mandou cortar a cabeça de todos os envolvidos. Beatrice foi executada um ano depois do crime, com apenas 22 anos. Sua execução aconteceu em um patíbulo (aquela estrutura de madeira própria para execução, coloquei uma foto abaixo) armado na Piazza Ponte S.Angelo. A história de Beatrice foi imortalizada pelo escritor francês Marie Henri Beyle, mais conhecido como Stendhal (1783-1842) e no quadro clássico do pintor italiano Michelangelo Merisi, mais conhecido por Caravaggio (1571-1610), e por muitos poemas e tragédias posteriores. Também virou filme do diretor Riccardo Freda, que você pode assistir (em italiano, é claro) no YouTube. Clique aqui para assistir o filme no YouTube De acordo com a lenda, o fantasma decapitado da jovem aparece todos os anos no dia 11 de setembro, quando foi morta, na Ponte San'Angelo. Com um andar melancólico, um vestido azul turquesa, uma manta prata nas costas e sua cabeça nas mãos, a jovem caminha sem rumo pela noite... Chegamos ao fim destes três contos envolvendo mulheres romanas, como um jeito novo de turistar na Itália e, lógico, treinar seu italiano. O que você achou dessas histórias? Lembre-se de deixar seu comentário, é muito importante saber se o que escrevo tem valor para você. Arrivederci!

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