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136 itens encontrados para ""

  • A história da família mais poderosa da Itália

    Os Médici construíram um verdadeiro império, e são os principais responsáveis pelo triunfo de Florença! Firenze (Florença) nem sempre foi uma potência na Europa — no ano de 1348, ela foi infelizmente atingida por uma doença muito contagiosa, conhecida como Peste Negra! A falta de trabalhadores resultou na perda das colheitas, o que acabou gerando fome, e, por consequência, gerou também uma grande crise econômica em Firenze, que permaneceu em decadência até a família Médici assumir o controle no século quinze. Os Médici foram uma família de banqueiros que comandaram Firenze, reergueram a cidade e foram importantíssimos no movimento renascentista. Eles foram os donos do Banco Médici, principal instituição econômica da história da cidade! E eu vou te contar como eles conquistaram tudo isso! Vem comigo! A origem dos Médici A história dessa família poderosa começa com Giovanni di Bicci de Medici, o patriarca, que tinha um cargo muito importante no governo de Firenze. Ele era gonfanoleiro, ou seja, ele comandava as forças armadas da cidade, entre outras atribuições. Foi ele quem fundou o banco Médici, e deixou para os filhos Cosimo e Lorenzo um verdadeiro império! Giovanni foi um grande homem de negócios, e o Banco Médici abriu filiais por toda a Europa. Ele morreu em 1428, com 68 anos e uma excelente reputação na cidade, o que contribuiu para o sucesso dos seus descendentes. Após o falecimento de Giovanni, seu filho Cosimo assumiu os negócios da família. Ele também fez um excelente trabalho, manteve a riqueza que seu pai havia acumulado, mas uma ditadura imposta pela família Albizzi o fez se afastar de Firenze. Os Albizi e outros membros de classe alta da cidade acusavam Cosimo de querer derrubar o governo e agir contra as oligarquias de Firenze – ou seja, contra as famílias que detinham o poder naquela época. Isso fez Cosimo deixar a cidade em 1433. O triunfo de Cosimo Depois de passar um ano exilado em Veneza, Cosimo de Médici retornou à Firenze e foi recebido com muita festa pelo povo, pois ele já era famoso e considerado um benfeitor. Esse retorno triunfal foi o começo do fim do governo republicano na cidade, pois, aos poucos, Cosimo foi usando sua alta quantidade de dinheiro para apadrinhar a classe média! Além disso, ele se aliou aos poderosos da cidade, e ganhou a confiança de todos, o que acabou dando à família Médici ainda mais poder, até chegarem ao comando de Firenze, em um domínio que durou quase 300 anos. A Fortuna de Cosimo de Médici era tão grande que ele se tornou simplesmente o homem mais rico de toda a Europa. Inclusive, nessa época Firenze já havia se tornado uma cidade extremamente rica, e além do Banco Médici, haviam também dezenas de outros bancos que emprestavam dinheiro até para reis, imperadores e papas. Isso fez com que Firenze se tornasse mais rica do que a própria Inglaterra. A influência no movimento renascentista Com seu dinheiro, os Médici fizeram de sua família uma instituição que mandou e desmandou na política, na arte e até na religião. A fama e a aprovação do comando da cidade pelos Médici eram tão grandes que ninguém se opôs quando o poder passou para o filho de Cosimo, Piero, e logo depois para o neto, Lorenzo. Conhecido como O Magnífico, Lorenzo levou o governo dos Médici ao auge em 1469. Muito culto, interessado em leituras de temas como filosofia, poesia e arte em geral, ele também era um diplomata nato e ótimo negociador. Ele atraiu comerciantes judeus para a cidade e trouxe os melhores artistas da época para Florença, o que fortaleceu ainda mais a economia local. Esse foi um passo essencial para o Renascimento, movimento artístico que marcou a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna. Ali, surgiram nomes como Michelangelo, Donatello, Brunelleschi, Sandro Botticelli, Nicolau Maquiavel, Leonardo da Vinci e diversos outros grandes pintores, escultores e arquitetos famosos. Firenze foi o centro transmissor de arte e cultura na época do Renascimento, pois muitos artistas italianos foram para outros países da Europa e acabaram espalhando os conhecimentos sobre estilos e técnicas de pintura e escultura desenvolvidos na cidade. Este fato fez com que o Renascimento não ficasse restrito à Península Itálica, espalhando-se por vários países. Obviamente, isso gerou uma herança cultural impressionante, que ainda pode ser observada atualmente em Firenze. São inúmeros palácios, galerias de arte, museus e edifícios históricos. A consolidação de uma dinastia Mesmo tanto anos depois, a história e o nome da família Médici ainda é muito celebrado em Florença. Na cidade, você pode visitar diversos museus e locais que foram influenciados por essas figuras. Dica: Se você gosta de assistir filmes e séries, e quer descobrir mais sobre a história dessa incrível família, eu sugiro a série Medici: Masters of Florence (disponível na HBO Max e Claro TV)! Na trama, Cosimo de Médici acaba tendo que assumir o Banco de Médici, pois seu pai e dono do lugar, é assassinado misteriosamente. É uma indicação perfeita para quem gosta de desvendar mistérios e suspense, e é claro, de história! Confira um pequeno trailer abaixo: Espero que você tenha gostado de conhecer um pouco mais afundo a história dos Médici! Como sempre, vou pedir para você deixar um comentário aqui abaixo, me contando o que achou do artigo e dando a sua opinião! Nos vemos nos próximos posts! Arrivederci!

  • As 3 mais belas ilhas de Veneza

    Veneza foi construída sobre um arquipélago de 118 ilhas, e nesse artigo você vai conhecer 3 delas: as mais belas e importantes! Quem vai a Veneza, não pode deixar de dar um pulinho em 3 charmosas ilhas que também fazem parte da cidade! Muito importantes para a economia de Veneza, acessíveis aos turistas com alguns minutos no vaporetto, elas são pequenas, mas com certeza valem a visita! Estou falando de Murano, Burano e Torcello, ilhas com histórias e características particulares e encantadoras! Vamos agora conhecer as atrações desses lugares que contribuem para fazer de Veneza, uma cidade turística incrível! Murano Murano tem uma história bem particular, vinculada ao crescimento econômico e territorial de Veneza. A ilha foi fundada pelos romanos, e desde o século VI foi habitada por pessoas das comunas de Altino e Oderzo. No início, a ilha prosperou com as atividades de porto pesqueiro e produção de sal, tornando-se um centro de comércio. Mas, no século VIII, tudo mudou. Uma tradição nasceu em Veneza: o trabalho com vidro. Mestres vidraceiros utilizavam areia e fogo para criar peças em vidro. Esse trabalho acabava gerando peças magníficas, e por isso, a demanda desses objetos cresceu cada vez mais, o que acabou preocupando a população de Veneza. Devido ao trabalho ser realizado com fogo, o medo de explosões e incêndios fez com que todos os fabricantes de peças em vidro fossem realocados para a ilha de Murano, em 1291, já que a grande maioria dos edifícios em Veneza eram feitos de madeira. Para preservar o talento e o processo da criação dos vidros e cristais, os vidraceiros receberam benefícios do governo, para que eles não saíssem da Ilha e não divulgassem os segredos dos seus trabalho! Isso fez com que a indústria local se desenvolvesse e Murano chegasse a ser a maior produtora de cristais da Europa! Atualmente, ela conta com 5500 habitantes e a produção de vidro continua sendo o seu forte, além, é claro, do turismo fomentado por visitantes que saem de Veneza para conhecer Murano e seus encantos. Burano Outra pequena ilha próxima à Veneza e acessível através do vaporetto é a encantadora Burano. A ilha de Burano nada mais é do que um pequeno arquipélago com 5 ilhas que são ligadas através de pontes. Ela é muito famosa por suas rendas, que se tornaram as mais famosas de toda a Europa, e pelas charmosas casinhas coloridas! O seu nome tem duas possíveis origens: uma versão diz que o nome deriva do apelido da primeira família que ali se estabeleceu, os Buriana, e a outra que o nome foi dado por habitantes de Buranello, uma ilha 8 km ao sul de Burano. A princípio, Burano não passava de uma pequena ilha de pescadores, mas ela ganhou importância no século XVI, quando as mulheres locais começaram a produzir belíssimas peças artesanais de renda. Esses produtos começaram a ser exportados por toda a Europa, se tornando os preferidos de reis, rainhas e princesas, e com isso a ilha ficou muito conhecida. Essa produção teve um declínio, e a ilha só se recuperou em 1872, quando foi inaugurada uma escola profissional para tecedeiras. Essa escola se chamava Escola dei Merletti, e fez com que o trabalho com renda recuperasse o fôlego e voltasse a ser a atividade mais importante da de Burano. Atualmente, a produção de renda é cada vez mais escassa, e os produtos mais caros. Isso acontece, pois, a produção artesanal leva muito tempo, e são poucas as pessoas que ainda produzem a renda. Nos dias atuais, a ilha conta com cerca de 3 mil habitantes, que dividem as suas ocupações entre a pesca e o turismo. Mesmo assim, em Burano é possível visitar diversas lojas com as famosas rendas à venda, bem como o Museo del Merletto, o Museu da Renda, que fica na Baldassare Galuppi, a praça principal. Além da renda, o que chama bastante atenção em Burano são as casinhas coloridas, que com certeza rendem excelentes fotos! Diz a lenda que elas são pintadas de cores fortes para que os pescadores, ao voltar à noite para a ilha, pudessem identificar as suas casas mesmo sem a luz do sol! As cores vibrantes são uma tradição que remete ao século 16, e segue bem preservada atualmente. Se um morador quiser trocar a cor da fachada da sua casa, por exemplo, precisa pedir uma autorização ao governo, que define quais as cores e tons são permitidos para cada. Torcello A terceira ilha encantadora de Veneza se chama Torcello! Torcello foi uma das primeiras ilhas da lagoa de Veneza a ser habitada após a queda do Império Romano, já que os habitantes do norte da Itália fugiam do continente para escapar das invasões bárbaras. Torcello se desenvolveu rapidamente e chegou a ser um importante centro comercial, com a grande produção de sal e de lã. A cidade chegou a contar com 20.000 habitantes, virou sede episcopal e detinha o poder sobre outras ilhas, que na época eram menos importantes, como Mazzorbo e Burano A partir do século XII, o aumento dos pântanos e uma epidemia de malária acabou reduzindo o crescimento de Torcello, e a população que aos poucos foi abandonando a ilha. Os sobreviventes tiveram de fugir para as ilhas próximas e para Veneza para se defenderem da doença. Atualmente, Torcello é quase que totalmente formada por paisagens rurais. O principal ponto turístico da cidade é a Basílica de Santa Maria dell’Assunta. Nela, podemos contemplar maravilhosos mosaicos bizantinos dos séculos XII e XIII. A basílica, fundada em 639, ainda conserva um pórtico com arcos do século IX! Se você quiser ter uma boa vista da lagoa e tirar algumas fotos, você pode subir ao campanário e também visitar o museu da basílica. Outro ponto interessante dessa pequena ilha é a Ponte del Diavolo, a ponte do diabo, que carrega uma história bem assustadora. A lenda conta que na época da invasão austríaca uma jovem veneziana se apaixonou por um soldado austríaco, mas sua família era contra o relacionamento e fez de tudo para impedir a união, levando-a embora de Veneza. Mais tarde, a jovem descobriu o assassinato de seu amado, entrou em greve de fome e estava quase morrendo quando por influência de um amigo de família, procurou uma bruxa. Assim, as duas fizeram um pacto: a jovem e a bruxa ofereceriam ao diabo a alma de 7 crianças em troca do soldado austríaco e o ponto de encontro para a troca era exatamente a ponte de Torcello. A jovem teve o seu amor de volta, mas a bruxa foi morta e nunca apareceu para acertar as contas com o diabo. Por isso, dizem que todo dia 24 de dezembro, o diabo se apresenta na ponte para procurar pela bruxa e ter sua parte do combinado! A ponte é uma das duas pontes de toda a Veneza que restaram como eram antigamente, sem parapeito ou proteção. Visitação É possível visitar as três ilhas no mesmo dia, já que você demorará em torno de duas horas para conhecer cada uma delas. Os bilhetes para o vaporetto, o barco que funciona como o ônibus de Veneza, custa 20 euros e dura 24 horas. Na Piazza San Marco há diversas agências que vendem excursões para as ilhas e o passeio custa cerca de 20 euros, a excursão dura 4 horas. Espero que você tenha gostado de conhecer mais sobre essas encantadoras ilhas, que com certeza tornam Veneza um destino ainda mais atrativo e encantador! Lembre-se de deixar seu comentário aqui embaixo me contando o que achou do artigo! Arrivederci!

  • A macabra história da Ponte dos Suspiros, em Veneza

    Muitos dizem que a ponte é tão bela que arranca suspiros de quem passa por lá, mas a história verdadeira não é bem essa… A Ponte dos Suspiros, em italiano, Ponte dei Suspiri é uma belíssima ponte de pedra, ponto turístico marcante de Veneza! Ela foi projetada pelo arquiteto Antonio Contin e inaugurada em 1603! Ao longo dos anos, muitas teorias surgiram para explicar o nome dado a Ponte! Para alguns, ela é uma obra arquitetônica tão bela que arranca suspiros de quem a admira, para outros, os suspiros vêm dos apaixonados casais que passam de gôndola por debaixo da sua estrutura. A verdade, entretanto, não é tão romântica ou suave assim - eu diria, até, que a história da ponte é um tanto obscura. É exatamente isso que eu vou te contar no artigo de hoje! Aproveite, boa leitura! A história da ponte Inicialmente, os prisioneiros em julgamento em Veneza eram mantidos nas câmaras da prisão subterrânea no Palácio dos Doges — local por onde se acessa um dos lados da ponte. Entretanto, conforme o número de prisioneiros crescia, a prisão foi expandida para um prédio do outro lado do canal chamado Nova Prisão, e a Ponte dos Suspiros foi construída principalmente para transportar os prisioneiros diretamente de seu julgamento para suas celas. É por isso que, o nome da ponte vem dos suspiros dos prisioneiros que cruzaram a ponte a caminho de suas celas de prisão ou câmara de execução, capturando seu último vislumbre da beleza de Veneza através das pequenas janelas. A passarela da ponte também está dividida em duas partes e separada por um muro. Isto foi feito para que os prisioneiros que caminhavam em direções opostas nunca pudessem se ver ou se cruzar. Isso só reforça o quanto a vida de um prisioneiro era solitária e sem esperança! O prisioneiro fugitivo Dar uma rápida olhada pela janela e encarar a execução foi o destino de praticamente todos os prisioneiros, com exceção de um... Giacomo Casanova, escritor e aventureiro italiano, foi feito prisioneiro no (Palácio Ducal) em 1755, e colocado em uma cela minúscula, com a previsão de permanecer por ali por pelo menos 5 anos. Ela havia sido preso na madrugada de 26 de julho de 1755, sob a acusação de levar uma vida dissoluta, de possuir livros proibidos e de fazer propaganda antirreligiosa. Giacomo era conhecido como um mulherengo, aventureiro, e uma de suas mais notáveis aventuras foi justamente escapar de ser mais um homem que dava seus últimos suspiros na Ponte dos Suspiros. Inconformado com a sua prisão, ele começou a cavar um túnel já nos primeiros dias encarneirado. Esse plano, entretanto, falhou quando ele foi trocado de cela. Mas, mesmo com essa adversidade, ele não desistiu, e depois de 16 meses, fugiu por um buraco feito no teto da cela, de onde ele teve acesso aos telhados do Palácio ducal e saiu em fuga rumo à França! Você pode ler tudo sobre essa grande aventura no livro História da Minha Fuga das Prisões de Veneza, com autoria do próprio Giacomo! — pois, sim, ele relatou tudo! A beleza da Ponte dei Suspiri Nem só de histórias trágicas e de épicas aventuras vive a Ponte dos Suspiros — ela também reserva um espaço para o romance! Diz a lenda que o amor eterno estará garantido se você passar por baixo da ponte de gôndola ao pôr do sol com os sinos do campanário de são Marco tocando. Vale a pena tentar… Você não acha? Pelo menos, eu tenho certeza de que a vista será linda! Falando em vista, a maneira mais fácil de ver a Ponte dos Suspiros por fora é visitando uma das pontes vizinhas. A mais fácil de se alcançar é a Ponte Paglia ao lado da Praça São Marco e logo atrás do Palácio dos Doges. Mesmo sendo uma das pontes mais movimentadas de Veneza, vale a pena ir até lá, pois a luz entra por trás e ilumina perfeitamente a Ponte dos Suspiros. É exatamente o que você precisa para uma foto maravilhosa! A Ponte dos Suspiros é um exemplo incrível da história de Veneza, a cidade que cresceu e prosperou em cima da água! Espero que você tenha gostado de aprender um pouco mais sobre esse ponto turístico indispensável da Itália. Lembre-se de deixar seu comentário aqui embaixo, me contando o que você achou do artigo e das histórias que contei aqui! Caso ainda não tenha feito, cadastre seu e-mail no campo logo abaixo do artigo para sempre ficar por dentro das novidades daqui! Arrivederci!

  • 3 segredos do Palazzo Ducale de Veneza

    O Palazzo Ducale, lar dos doges, antigas autoridades de Veneza possui algumas coisas curiosas e diferentes em suas salas! O Palazzo Ducale, também conhecido como Palácio dos Doges, como o próprio nome já indica, foi o lar dos Doges, autoridades de Veneza e é um dos edifícios que mais representam Veneza! Por isso, eu separei hoje 3 curiosidades desse local tão importante para a cidade. Ao entrar no Palácio, tudo ao nosso redor chama atenção. Mas, assim como vários outros monumentos da Itália, existem alguns segredos e itens curiosos escondidos pelo Pallazzo Ducale – e é isso que vou te contar agora. Separei 3 coisas diferentes e incomuns que você pode observar durante o seu passeio! 1- Bocas do leão Uma careta bem pouco amigável nas paredes do palácio... Quem diria que isso vai além de uma mera decoração, e tinha utilidade bem interessante! Essas bocas nada mais são do que pequenos buracos nas paredes, onde as pessoas podiam depositar denúncias anônimas escritas à mão em um bilhete, para as autoridades investigarem. Os próprios guias do Palácio avisam que isso raramente era feito, ainda mais porque na época da república de Veneza, pessoas alfabetizadas eram raras. Ainda assim, você pode observar duas bocas de leão por lá: uma do lado de fora, no pátio principal e outra no palácio, em uma das salas dos andares superiores. 2- O Doge renegado A segunda curiosidade é um detalhe que pode ser observado nos afrescos que decoram o Salão do Conselho. Essa, é uma das principais salas do palácio, decorada com pinturas em todas as paredes, inclusive no teto! No alto das paredes, existe uma faixa de pinturas que faz a volta em todo o salão. Ali, estão pintados retratos de vários homens usando capas vermelhas, lado a lado. Esses são os doges de Veneza. O interessante, nesse caso, é que um desses retratos foi coberto por uma camada preta de tinta. Ali é onde deveria estar Marin Faliero, que arquitetou um golpe mas foi descoberto. Marin foi eleito Doge em 11 de setembro 1354, com muitas pessoas se opondo a essa escolha. Depois disso, ele sofreu uma grande humilhação: um dos nobres que era contra a sua posição como Doge escreveu um poema obsceno sobre a esposa de Marin. Revoltado, ele começou a arquitetar um golpe que consistia em assassinar todos a sangue frio e proclamar-se príncipe de Veneza. Entretanto, um rico mercador integrante do conselho chamado Beltramo Pellizzer descobriu o plano todo antes dele ser executado. Traidor da República, ele não foi apenas condenado à morte, mas também ao damnatio memoriae, ou “condenação da memória” isto é, o apagamento total de sua existência. Esse termo nasceu de um costume da Roma Antiga de remover a lembrança de algo ou alguém que tivesse causado vergonha ou desonra para o Estado Romano. A ideia era apagar todos os vestígios da pessoa em questão da vida do império, ignorando sua existência e todos os seus feitos. O romano tinha um orgulho imenso de suas raízes e de ser um cidadão do Império, então ser apagado de toda a história era um dos castigos mais severos que alguém poderia sofrer. Por isso, todos os registros sobre Faliero foram apagados, e isso inclui o seu retrato no Salão do Conselho. Bom... se esse tal “apagamento” funcionou, eu já não sei dizer... Afinal, de todos os doges representados pelas pinturas, o único mencionado nesse texto, é justamente ele! 3- O Paraíso Para finalizar, vamos falar sobre a obra principal do Salão do Conselho. O artista Tintoretto ficou responsável por uma grande parcela da decoração dessa sala... e quando eu falo grande, é grande mesmo... O trabalho de Tintoretto no Salão do Conselho é simplesmente uma das maiores telas do mundo! Ela se chama “O paraíso” e ocupa incríveis 25 metros de largura, por 7,5 de altura – ou seja, praticamente, toda a parede. O paraíso é uma obra que apresenta uma enorme estrutura e a utilização das mais diversas técnicas, o que lhe diferencia dos demais artistas da época. Paraíso destaca um grande contraste de luz e sombra, com a presença de grandes conflitos entre as cores fortes e vibrantes presentes na tela, como o vermelho, o branco, o vinho e o marrom. Acho que não consigo descrever essa obra com outra palavra a não ser impactante! Impactante em talento, em tamanho, em cores... Com certeza o seu passeio pelo Palazzo Ducale não será completo sem parar alguns minutos para admirar essa parede deslumbrante. Visitando o Palazzo Ducale O Palazzo Ducale está localizado na Piazza San Marcos – ou seja, pertinho de outras atrações famosas de Veneza, como a Basílica San Marcos e o Museu Correr, por exemplo! Dessa forma, você pode dividir seu dia de visita à Piazza para conhecer o Palazzo e alguma outra atração da sua preferência! Mas tenha sempre em mente que esse palácio possui muitos detalhes e muita história, ou seja, reserve algumas horas para poder apreciar tudo com calma e absorver tudo da melhor forma possível! Me conte nos comentários: qual dessas três atrações você ficou mais curioso para observar de perto? Lembre-se também de cadastrar seu e-mail no campo abaixo do artigo para ser notificado quando uma novidade aparecer por aqui! Arrivederci!

  • Criptas e catacumbas: Os mistérios subterrâneos da Itália

    E se eu te falar que existem verdadeiros TESOUROS enterrados sob os solos italianos? A Itália é um país que carrega séculos de história em seus monumentos e atrações - isso não é novidade para ninguém. Mas, para além dos edifícios ao alcance da vista, existem verdadeiros pedaços da história ENTERRADOS pela Itália! Estou falando das inúmeras criptas e catacumbas, que foram descobertas devido a escavações e revelaram resquícios de construções antigas. Essas atrações subterrâneas são variadas, e eu trouxe hoje 3 das mais impressionantes, diferentes e curiosas atrações para você conhecer! 1 — Catacumbas de São Sebastião Catacumbas são, na realidade, uma espécie de cemitério debaixo da terra. Sendo assim, as catacumbas romanas eram reservadas para o sepultamento dos cristãos. Essa, em específico, se localizada na Via Appia, nos arredores de Roma. Isso se deu pelo fato de que os cristãos queriam se desfazer do costume dos pagãos, que incineravam seus mortos, mas uma lei impedia que sepultamentos fossem feitos dentro da divisão da cidade. As Catacumbas de São Sebastião ocupam cerca de 12 quilômetros da Via Appia Antica, com passagens subterrâneas, galerias, e túneis impressionantes que podem ser visitados. Como o nome indica, é ali que foi sepultado o o mártir São Sebastião - e algumas lendas afirmam que ali também foram enterrados durante algum tempo, os restos mortais dos apóstolos Pedro e Paulo. Ao longo do passeio, é possível observar afrescos, epígrafes, pinturas, e até mesmo um busto de São Sebastião, feito por ninguém menos do que o famoso artista Bernini. 2 — Criptas da Catedral de Florença O famoso Duomo de Florença — Igreja que abriga a fascinante cúpula de Brunelleschi — também tem segredos e coisas fascinantes no seu subsolo. É lá que ficam os resquícios da igreja de Santa Maria Reparata, o edifício que ali existia antes da construção do imponente Duomo. Algumas escavações arqueológicas feitas na década de 60 descobriram a igreja que antecedeu a catedral. Ali, além de pedaços do que antigamente foi a Igreja Santa Maria Reparata, também é possível visitar o túmulo do grande Brunelleschi! Eu e o meu irmão fomos explorar a cripta secreta sob a Catedral de Florença, lar da maior cúpula do mundo, para descobrir que mistérios ela escondia. Confira tudo no vídeo: 3 — Criptas dos Capuchinhos (Só para quem ter coragem) Se você gosta de atrações macabras e diferentes, As Catacumbas dos Capuchinhos de Palermo, na Sicília, abrigam um dos museus mais originais e curiosos do mundo! Essas catacumbas são o “lar” de mais de oito mil esqueletos — a maioria deles pertencentes à elite, clero e nobreza locais. Essas catacumbas existem desde o ano de 1599, quando o monge Silvestro de Gubbio foi sepultado no local, para ser orado e visitado, já que ele tinha reputação de santo! Depois disso, os frades capuchinhos iniciaram um cemitério subterrâneo atrás do altar da Igreja Santa Maria della Pace. Tudo era feito de maneira desleixada: os corpos eram enrolados em lençóis e jogados em uma espécie de fossa. Com o tempo, o espaço ficou pequeno demais, e ao transportar os corpos para um ambiente maior, os frades repararam que muitos haviam se mumificado naturalmente! A partir de então, os corpos começaram a ser colocados em pé, em nichos, na disposição que pode ser observada hoje. O Museu das Múmias pode ser visitado de segunda a sábado, das 9h00 às 13h00 e das 15h00 às 17h00, e o valor da entrada é de 3 euros! Me conte aqui nos comentários qual desses lugares diferentes da Itália você ficou com mais vontade de visitar! Lembre-se também de cadastrar seu e-mail no campo abaixo do texto, para receber as atualizações do blog diretamente no seu e-mail! Nos vemos no próximo artigo! Arrivederci!

  • As delícias da culinária Veneziana

    Além dos monumentos históricos e os festivais marcantes, Veneza também é muito lembrada pela incrível culinária! Que Veneza é repleta de monumentos históricos, paisagens belíssimas e uma cultura incrível, você já deve ter percebido por alguns artigos aqui do blog… Agora, tem uma questão que contribui para elevar ainda mais o status dessa cidade como um dos melhores destinos turísticos do mundo! Estou falando da culinária, das delícias típicas de Veneza que, é claro, são inesquecíveis… afinal, se trata de comida italiana, não é mesmo? No artigo de hoje, eu vou te mostrar os 5 pratos típicos mais famosos de Veneza, e mostrar as principais delícias que traduzem todo o requinte e tradição da culinária veneziana. Vem comigo! 1- Bigoli in salsa Nada mais é do que um prato de massa com molho delicioso! Estamos falando de culinária italiana, então, é claro que não poderia faltar uma bela pasta nessa lista, não é mesmo? Bigoli é uma especialidade preparada em toda a região do Vêneto. É uma massa acompanhada com um molho que pode, muitas vezes, ser feito de carne ou peixe. O temperado com peixe, à base de cebola e anchovas, é muito típico no Natal. Os bigoli são feitos com farinha de trigo e têm uma espessura de cerca de 2 milímetros. A massa ganha uma consistência firme e o molho é bem cremoso. 2- Risi e bisi Um dos pratos mais consumidos pelos venezianos nativos é o risi e bisi! Esse é um prato super tradicional e pode se apresentar com muitas variações. Ele não é nem um risoto, nem uma sopa: é uma mistura entre os dois e é uma delícia! Esse era o prato servido aos Doges, consumidos todo dia 25 de abril em homenagem à festa de San Marco, padroeiro de Veneza. O arroz – em italiano, risi, era estritamente de Veronese, e as ervilhas, as bisi, eram de Lumignano, na província de Vicenza. Por isso, o típico Risi e Bisi é feito com arroz Veronese e com as ervilhas de Colognola ai Colli, ou com as de Baone da região de Pádua. A receita é simples e até mesmo patenteada! Sua patente foi solicitada em 2013 pelo município de Scorzè, e está registrada na Câmara de Comércio de Veneza! O resultado final é um equilíbrio cremoso e saboroso de arroz com ervilhas... Incrível para um dia de inverno, concorda? 3- Fegato alla Veneziana Este é um dos pratos típicos de Veneza mais famosos da Itália, e é MUITO tradicional e amado pelos locais. Conhecido também como fígado à veneziana, é uma receita bem rápida de ser feita e é muito saborosa, já que leva em seu preparo a deliciosa caramelização da cebola que, durante o cozimento, acaba ficando adocicada. O contraste de sabor entre o sabor forte do fígado e o doce da cebola, é uma combinação de sucesso! O fígado utilizado é o de porco, mas o prato também pode ser feito com fígado bovino. A carne é cortada em tiras de tamanho médio e cozida juntamente com a cebola-branca, estritamente de Chioggia, cortada em rodelas finas. Na Roma antiga, este prato era combinado com figos, que também servia para amenizar o gosto ferroso do fígado, mas o jeito típico de preparo é com cebolas refogadas. O modo de preparo deste prato pode variar, mas além do fígado e da cebola ele geralmente leva azeite, manteiga, salsinha e pode ser servido junto com polenta! 4- Moeches Agora, uma opção para quem adora frutos-do-mar… e não vê problema em gastar um pouquinho a mais em uma refeição que eu só posso descrever como LUXUOSA! Você já ouviu falar dos moches? Bom, moches são pequenos caranguejos, típicos das lagoas de Veneza, que só podem ser consumidos duas vezes por anos, durante os primeiros dias quentes da primavera e os últimos do outono, pois nesta época esse pequeno caranguejo perde a carapaça e fica mole. Moech, no dialeto Veneziano significa muito mole. Ele é considerado uma das comidas mais caras encontradas em Veneza e seu preço pode chegar a 90 euros por quilo! O modo de preparo das Moeches, é bem simples e prático, pois cada porção de Moeche é passada em dois ovos batidos e empanadas em farinha de trigo, como se fosse à milanesa! disso, eles são servidos com polenta. Uma delícia, não é? 5- Fritole Bom, depois de todas essas delícias... chegou a hora da sobremesa, não é mesmo? Nesse quesito, Veneza também não fica para trás, pois é o lar do delicioso fritole, também conhecidos como fritola veneziana! Essa é uma massa doce frita, muito vendida durante a época do carnaval de Veneza. Esse doce típico Veneziano, é considerada uma das receitas mais antigas já encontradas em documentos que documentavam e citavam a gastronomia, lá pelo século XIV. É um prato típico do Carnaval Veneziano e seus fabricantes eram chamados de Fritoleri. Por ser uma receita antiga e muitos ingredientes serem escassos na época, a massa era feita de forma simples e com ingredientes simples, era usado fermento de cerveja, leite ou água, farinha, açúcar granulado, ovos, passas e pinhões. Ao longo do tempo, esta massa passou a levar a adição de frutas, principalmente maçãs, pois isto deixava a massa mais macia. Muitos anos depois, esse delicioso doce segue sendo um símbolo da cidade... Então, se você for ao carnaval de Veneza não deixe de experimentar essa guloseima! Veneza: A cidade dos encantos gastronômicos Se tem algo nesse mundo que o italiano domina é a arte de comer bem e, obviamente, isso se reflete em sua maneira de cozinhar, o que se tornou um símbolo da paixão dos italianos pela boa comida. Dessa forma, a culinária de Veneza é uma mistura de receitas históricas, preparadas para Doges e outros membros da nobreza, e receitas que aproveitam os ingredientes locais. Desde pratos chiques até os mais simples, existem pratos típicos da cidade capaz de agradar os mais diferentes paladares. Me conte nos comentários qual desses 5 pratos você mais ficou com vontade de provar! Lembre-se, é claro, de cadastrar seu e-mail no campo abaixo do artigo, caso ainda não tenha feito isso! Dessa forma, você será notificado quando uma novidade surgir por aqui! Arrivederci!

  • Os segredos da Cúpula de Brunelleschi

    A Catedral Santa Maria del Fiori, em Florença, carrega uma das obras arquitetônicas mais surpreendentes da história! A Igreja Santa Maria del Fiori é um dos pontos principais de Florença. Essa, que é a quarta maior igreja do mundo, é conhecida principalmente pelo que fica em seu topo - simplesmente a maior cúpula de alvenaria da história. Milhares de tijolos formam essa que é uma construção surpreendente - e que até hoje esconde alguns mistérios e histórias curiosas por trás. É justamente isso que eu vou te contar no artigo de hoje! Confira! A disputa: Brunelleschi x Ghiberti Com certeza o que mais chama atenção em Santa Maria del Fiore é a sua cúpula gigantesca. Hoje sabemos que ela é conhecida também como cúpula de Brunelleschi, pois o arquiteto responsável pela sua construção foi o talentoso Filippo Brunelleschi! Mas você sabia que a Cúpula de Brunelleschi quase se chamou cúpula de Ghiberti? Outra disputa ocorreu antes de início da construção, para determinar quem seria o responsável pela obra. Dessa forma, Fillippo Brunelleschi precisou provar que ele era a pessoa certa para desenvolver o projeto, e ele fez isso de uma maneira muito inteligente! O outro nome cotado para realizar a obra da cúpula, além de Brunelleschi, era Lorenzo Ghibert. Uma proposta foi feita aos dois artistas: um projeto conjunto, com atuação e comando dos dois. Decidido a superar Ghiberti de uma vez por todas, Brunelleschi queria assumir a obra da cúpula sem dividir o mérito com ninguém, e por isso, não aceitou o convite. Para obter controle total do projeto, ele criou uma estratégia muito interessante, até mesmo um pouco engraçada: ele se afastou dos projetos, estudos e das obras por seis meses, fingindo que estava doente! Dessa forma, algumas coisas começaram a desandar sem a sua presença, e foi assim que ele afirmou que era o arquiteto mais importante, e que sem ele a obra não iria se concretizar! Depois disso, toda a responsabilidade passou para Brunelleschi, e ele então começou esse trabalho surpreendente, que até hoje encanta e intriga arquitetos do mundo todo. A construção da Cúpula Desde o início esse foi um projeto ousado e muito desafiador, afinal, se trata da maior cúpula do mundo — mesmo atualmente, nenhuma construção chegou a superar a cúpula de Brunelleschi em questão de tamanho e altura. Para isso, o arquiteto precisou também projetar os equipamentos, maquinários e andaimes utilizados na obra, afinal, não existia no mundo nada que pudesse ser utilizado nesse sentido, pois era uma construção com proporções inéditas! O projeto não é formado por somente uma cúpula e, sim, por duas: uma externa mais larga e alta e uma interna vista apenas de dentro do Duomo. É no espaço entre essas duas cúpulas que fica o caminho para os visitantes que sobrem até o ponto mais alto, por meio de escadas estreias e super inclinadas. Para chegar à cúpula, é necessário subir 463 degraus em um corredor muito estreito. Contudo, vale certamente o sacrifício, já que o panorama avistado é emocionante e faz jus a uma igreja construída para ser a mais bonita, maior e nunca antes vista. Felizmente, eu tive a honra de fazer esse passeio! Confira como foi, no vídeo abaixo: A primeira cúpula, localizada na parte interna, tem formato de concha e apresenta pinturas do Juízo final, realizadas por Giorgio Vasari e Federico Zuccari. Já a segunda cúpula é resistente ao vento, chuva, raios e até terremotos. É majestosa e seu formato é ogival – ou seja, é composta por vários arcos se cruzam e apontam para o alto. A maior cúpula do mundo — até hoje Mais de 500 anos depois, nenhuma construção de alvenaria superou a cúpula de Firenze em tamanho, e ela continua sendo a maior do mundo. Ninguém sabe ao certo como Brunelleschi conseguiu estruturar os tijolos na “espinha de peixe” de maneira tão precisa, e alguns pontos da construção seguem sendo um mistério, afinal, ele não deixou nenhum registro, nenhum desenho do seu planejamento! A visita à Catedral é gratuita, mas para visitar as outras atrações do local, como as criptas, cúpula e campanário, é necessário comprar um ingresso. Para entrar na Catedral, os visitantes não podem estar vestidos com roupas curtas ou decotadas – é necessário cobrir o corpo em sinal de respeito. Quem não atender à essa regra, vai ser barrado na entrada! Arte, história e fé compõem esse cenário tão famoso de Firenze, e fazem de Santa Maria del Fiore um local rico em detalhes arquitetônicos, artísticos e religiosos. Essa é uma parada obrigatória a todos que querem se aventurar em uma viagem pelo tempo, pela cultura e pela história da Itália! Me conte nos comentários se você teria coragem de enfrentar todos esses degraus! Lembre-se também de cadastrar seu e-mail no campo abaixo do artigo, para receber as atualizações e novidades aqui do blog! Arrivederci!

  • 5 músicas brasileiras - que na verdade são italianas!

    Conheça aqui 5 sucessos da música brasileira, mas que, na verdade, são canções italianas! Brasil e Itália são dois países que se inspiram em diversos aspectos — na culinária, na arte, e também na música! Você já conferiu aqui no blog uma lista de comidas “italianas” que, na verdade, são brasileiras (Clique aqui para ler) e hoje, chegou o momento de descobrir algumas músicas muito famosas no Brasil… que são italianas! Essas são músicas que fizeram muito sucesso no Brasil, mas que não são originais do nosso país, por serem inspiradas em sucessos do país da bota! Depois de uma tradução e algumas adaptações, elas se tornaram verdadeiros clássicos por aqui. Confira quais são essas músicas: 1 — Eva (Banda Eva) ou Eva (Umberto Tozzi) Sucesso obrigatório dos carnavais pelo Brasil, a música de axé que praticamente todo brasileiro conhece, na verdade, não é uma composição original da Banda Eva. Na verdade, ela é inspirada na canção de mesmo nome, do italiano Umberto Tozzi. Umberto Tozzi é um cantor e compositor de música pop e rock italiano. Ele acumula mais de 80 milhões de álbuns vendidos, e é um dos cantores italianos mais famosos internacionalmente! Sua canção, Eva, foi lançada em 1982, e a versão brasileira que se popularizou por aqui através da Banda Eva, foi lançada em 1997! Confira a versão italiana da canção: 2 — Quem de nós dois (Ana Carolina) ou La mia storia tra le dita (Gianluca Grignani) Essa canção romântica, sucesso na voz da brasileira Ana Carolina, é também um grande sucesso na Itália, na interpretação do cantor italiano Gianluca Grignani. La mia storia tra le dita foi lançada em 1995, enquanto a versão brasileira, intitulada “Quem de nós dois” foi lançada em 2001, e faz sucesso desde então! Confira a versão do cantor italiano: 3 — Quando um grande amor se faz (Cleiton & Camargo) ou Cantare è D'Amore (Amedeo Minghi) Mais uma música romântica e que fez muito sucesso na voz da dupla sertaneja Cleiton e Camargo! Na Itália, a voz responsável por esse sucesso é o cantor Amedeo Minghi! Além de cantar, ele fez muito sucesso como compositor, e já compôs canções para Andrea Bocelli, Anna Oxa, Gianni Morandi, entre outros. No Brasil e nos Estados Unidos, ele é mais conhecido pela canção “Cantare è d'amore” que foi tema da novela Anjo Mau de 1997 e do longa-metragem da Disney, Tarzan de 1999. Escute a música em sua versão original, em italiano: 4 — Era Um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones (Engenheiros do Hawaii) ou C'era un Ragazzo Che Come me Amava i Beatles e i Rolling Stones (Gianni Morandi) Essa canção que é um verdadeiro pedido de paz, fez muito sucesso no Brasil com a banda Engenheiros do Hawaii. Antes disso, ela já encantada e emocionava o público em sua versão italiana, na voz do cantor Gianni Morandi. Morandi é um artista italiano de sucesso, que vendeu mais de 30 milhões de LPs e CDs. Ele escreveu vários livros autobiográficos e também apareceu em dezoito filmes! Confira a interpretação dele para a música: 5 — Inesquecível (Sandy e Júnior) ou Incancellabile (Laura Pausini) Em 1996, a famosa cantora italiana Laura Pausini lançou a canção “Incancellabile”, e a dupla Sandy e Junior gravou uma versão de sucesso aqui no Brasil, com o título “Inesquecível”. Essa não foi a primeira vez que uma adaptação de músicas da Laura Pausini aconteceu através da voz da dupla de irmãos: O sucesso de Laura Pausini “Non c'è”, lançado em 1993, também foi adaptado por Sandy e Junior três anos depois, com o título de “Não ter”. Ainda assim, “Inesquecível” foi um sucesso que marcou uma geração, e é até hoje lembrada como uma das mais famosas canções românticas da música brasileira! Confira a versão original, de Laura Pausini: Que tal aprender italiano com música? Cantar e escutar músicas é uma excelente forma de aprender um novo idioma! E quando falamos em aprender italiano, as belíssimas canções nessa língua não deixam a desejar. Além das músicas apresentadas acima, temos diversos clássicos na voz de grandes cantores italianos que com certeza são excelentes objetos de estudo! Ao escutar músicas, treinamos a audição, acostumamos o nosso ouvido às palavras e fonemas do outro idioma, e ao cantar, é claro, praticamos a pronúncia, destravamos a fala, e aumentamos o nosso vocabulário! Pensando nisso, eu criei um curso especial de italiano, onde eu diversas músicas italianas, para que você aprenda italiano de uma forma divertida e descontraída! Se você quiser mais informações sobre o curso, é só clicar AQUI! Espero que tenha gostado desse post! Deixe seu comentário aqui embaixo com a sua opinião, e me conte: Qual destas músicas é a sua preferida? Lembre-se também de deixar seu e-mail cadastrado no campo logo abaixo do artigo, para que você seja notificado quando alguma novidade surgir aqui no blog! Arrivederci!

  • As 5 atrações mais estranhas da Itália

    Nem só de Torre de Pisa e Coliseu vive o turismo da Itália... Que a Itália é repleta de paisagens incríveis e monumentos impressionantes, acho que todos já sabem. Mas, quando se trata de atrações estranhas e curiosas, o país da bota também é um prato cheio! Se você é o tipo de turista que adora ir atrás de localidades diferentes, ou se a sua curiosidade sempre fala mais alto, nesse artigo eu trouxe uma seleção de 5 lugares inusitados que podem ser visitados na Itália! Desde museus com cadáveres até bichinhos de pelúcia gigantes... Tenho certeza que você irá se surpreender! Confira agora as 5 atrações mais estranhas da Itália! 1 — O Coelho Gigante dos Alpes Os Alpes italianos são o lar de um coelho um tanto quanto diferente! Ele se chama Haze, e possui nada mais do que 55 metros de comprimento! Ele foi colocado no topo da colina de Colletto Fava, região de Piemonte, por artistas em 2011. Infelizmente, a previsão é de que até 2025, ele já tenha se decomposto com a ajuda do tempo e dos animais, por ser feito de palha e tecido. Então, se você quer visitar esse coelho diferente, fique atento: é melhor correr antes que ele desapareça! 2 — O Cristo Submerso de San Fruttuoso Na Baía de San Fruttuoso, entre Camogli e Portofino, na Riviera italiana, fica localizada uma uma das atrações subaquáticas mais visitadas do mundo! Estou falando da estátua de Jesus Cristo feita em bronze, em posição de oferenda: com as mãos e cabeça voltadas para cima, em direção a superfície da água. Essa estátua foi esculpida pelo artista Guido Galleti, sob a sugestão do mergulhador italiano Duilio Marcante. A obra possui 2,5 metros de altura se encontra a 17 metros de profundidade! Ela foi colocada sob as águas em 22 de agosto de 1954, próximo ao local de falecimento de Dario Gonzatti, o primeiro italiano a usar equipamentos de mergulho. A obra é conhecida como Il Cristo degli Abissi ou, O Cristo do Abismo em português. 3- Centuripe, a cidade em formato de pessoa Centuripe é uma comuna italiana da região da Sicília, na província de Enna, e tem cerca de 5.900 habitantes! Essa pequena cidadezinha é como qualquer outra cidade do interior da Itália: calma, pacata e charmosa. O que chama atenção em Centuripe é justamente o seu formato! Vista de cima, a cidade tem o formato de uma pessoa! Mas, as suas atrações não param por aí. Chamada de “Varanda da Sicília”, ela oferece uma maravilhosa vista panorâmica de 360 graus de toda a região, especialmente do Monte Etna onde o vulcão de mesmo nome está em constante erupção. Além disso, Centuripe possui um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo, referente ao período helenico e romano. A cidadezinha em formato de pessoa com certeza é um roteiro imperdível para quem visita a Sicília! 4 — A Fonte de Vinho, na Villa Caldari Que os italianos são apaixonados por vinho todo mundo sabe, mas você acredita que eles amam tanto essa bebida que criaram até um fonte que jorra vinho o tempo todo? Essa atração curiosa fica na Villa Caldari, em Abruzzo, na província de Chieti, não muito longe de Ortona e se trata de uma fonte que jorra vinho ininterruptamente! Ela foi inaugurada em 9 de outubro de 2016, data que é tradicionalmente dedicado à colheita e à prensagem de Montepulciano Storico Nitae, uma videira típica de Abruzzo. O melhor de tudo é que, assim como as outras fontes de água potável espalhadas pela Itália, a bebida é gratuita! Por isso, se estiver passando pela região, não deixe de se deliciar com um delicioso vinho típico e gratuito! 5 — O museu da morte, em Palermo Se você gosta de atrações macabras e diferentes, As Catacumbas dos Capuchinhos de Palermo, na Sicília, abrigam um dos museus mais originais e curiosos do mundo! Essas catacumbas são o “lar” de mais de oito mil esqueletos — a maioria deles pertencentes à elite, clero e nobreza locais. Essas catacumbas existem desde o ano de 1599, quando o monge Silvestro de Gubbio foi sepultado no local, para ser orado e visitado, já que ele tinha reputação de santo! Depois disso, os frades capuchinhos iniciaram um cemitério subterrâneo atrás do altar da Igreja Santa Maria della Pace. Tudo era feito de maneira desleixada: os corpos eram enrolados em lençóis e jogados em uma espécie de fossa. Com o tempo, o espaço ficou pequeno demais, e ao transportar os corpos para um ambiente maior, os frades repararam que muitos haviam se mumificado naturalmente! A partir de então, os corpos começaram a ser colocados em pé, em nichos, na disposição que pode ser observada hoje. O Museu das Múmias pode ser visitado de segunda a sábado, das 9h00 às 13h00 e das 15h00 às 17h00, e o valor da entrada é de 3 euros! Passeios diferentes Aposto que depois desse post, você já tem, pelo menos, um local curioso na Itália que está com vontade de visitar! Estou certo? Me conte aqui nos comentários qual desses lugares diferentes da Itália você ficou com mais vontade de visitar! Lembre-se também de cadastrar seu e-mail no campo abaixo do texto, para receber as atualizações do blog diretamente no seu e-mail! Nos vemos no próximo artigo! Arrivederci!

  • A celebração de Páscoa na Itália

    A Páscoa na Itália, juntamente com o restante da Semana Santa representa a forte tradição religiosa do país. Assim como no Brasil, a Páscoa na Itália é uma festa religiosa muito importante. A data é celebrada todo ano, no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre depois do equinócio de primavera/outono. Ainda assim, existem algumas diferenças em relação à Páscoa da Itália e a do Brasil. Desde as comidas típicas até as brincadeiras e os presentes, essa diferença cultural é o que faz da Semana Santa um período tão interessante no país da bota. Dessa forma, confira nesse artigo as informações que reuni sobre a Páscoa na Itália. Entenda o que comem, fazem e celebram os italianos nessa data tão especial! Confira, ainda, os ritos e tradições que acontecem até hoje! A origem da celebração de Páscoa A Páscoa é uma celebração com um plano de fundo religioso muito forte. Na Itália, então, a população carrega muitas tradições, simbolismos, história, lendas e religiosidade, afinal, estamos falando do local que é a sede da Igreja Católica. Ainda assim, a Itália antiga é repleta de folclore e ritos pagãos, onde se celebrava o início da primavera, as colheitas e a fartura. Conta a história que os antigos romanos comemoravam nesse período um culto à fertilidade. A tradição era de que as crianças procurassem por ovos escondidos em suas casas e recebiam doces como prêmio, costume bem comum até os dias de hoje - ainda que existam algumas adaptações. Atualmente, essas celebrações se misturam com as religiosas que fazem referência à morte e ressurreição de Jesus Cristo. Isso deu origem a uma data festiva muito interessante, repleta de referências e uma herança cultural muito rica. Confira todos os detalhes a seguir! Os símbolos da Páscoa na Itália Os símbolos da Páscoa na Itália são parecidos com os conhecidos aqui pelo Brasil, e também carregam significados religiosos, representando a renovação. Veja aqui quais são os principais, e seus respectivos significados! L'uovo - O Ovo O ovo, assim como o pintinho, são símbolos de nascimento e de uma nova vida. O ovo é uma imagem muito representativa da Páscoa, por celebrar a ressurreição de Jesus Cristo — ou seja, o seu renascimento. Na Itália, além do ovo ser consumido em receitas salgadas, também é comum encontrar ovos decorados com diversos desenhos e dedicatórias, recheados com doces, e até mesmo os ovos de chocolate, tão famosos no Brasil. L'agnello - O Cordeiro No cristianismo, Jesus muitas vezes foi comparado ao cordeiro, chamado de “Cordeiro de Deus”. Isso se dá pelo fato do cordeiro era um animal dócil muito usado para sacrifícios em nome de Deus. Assim, se o ovo é o símbolo da vida, o cordeiro representa o sacrifício feito pelo Filho de Deus. Adotar o cordeiro como símbolo da Páscoa é uma tradição também dos judeus, que consomem cordeiro em memória ao fato de que Deus, antes de enviar a última praga contra os egípcios para matar todos os primogênitos, prometeu a salvação se os chefes de família marcassem as portas das suas casas com sangue de cordeiro. Il Coniglietto - O Coelhinho Assim como o ovo, o coelho representa a reprodução, nascimento de novas vidas e renovação. Além disso, como este animal muda a cor do seu pelo conforme as estações quentes e frias, é referido por Santo Ambrósio como um símbolo da Ressurreição. Da mesma maneira, o coelho era um dos primeiros animais a serem vistos com o fim do inverno. Isso fez com que o coelho passasse a ser enxergado como um símbolo da renovação e, portanto, da ressurreição. La campana - O Sino O sino representa a festa, a alegria com que os fiéis celebram a Páscoa e a Ressurreição de Jesus. Assim, na Sexta-feira Santa, quando se comemora a morte de Cristo, os sinos de todas as igrejas tocam em luto, enquanto no dia de Páscoa os sinos de todas as igrejas tocam em celebração para anunciar a Ressurreição de forma festiva. Il cero - A Vela A vela representa a ressurreição de Cristo e os fiéis que acompanham a chegada da vela à igreja em procissão simbolizam o novo povo de Deus seguindo o Cristo ressuscitado, a luz do mundo. Mais um símbolo com forte significado religioso, a luz da vela ilumina as trevas, e por isso ela é um símbolo de Jesus, considerado a luz do mundo, pois com sua morte e ressurreição derrotou as trevas. A culinária de Páscoa na Itália Assim como o Natal e diversas outras festas da Itália, a Páscoa também é uma celebração familiar. Sendo assim, é muito comum que as famílias italianas se reúnam desde a manhã do domingo de Páscoa. Teoricamente, é o café da manhã do domingo de Páscoa que marca o fim do jejum da quaresma, pois esse é o primeiro alimento substancioso depois dos 40 dias - e muitas delícias são reparadas ao longo do dia para essa celebração especial. É claro que isso envolve muita comida - afinal, não seria diferente na terra de uma das culinárias mais famosas do mundo. A gastronomia típica de Páscoa na Itália é diferente entre as regiões do país, mas as principais comidas você confere agora: 1 — Agnello / Cordeiro Além de ser um dos símbolos que representam a religiosidade da data, o cordeiro se faz presente também na mesa dos italianos durante a Páscoa. Em quase todas as regiões do país, o cordeiro é consumido como prato principal no almoço. A diferença se dá entre os acompanhamentos: no Piemonte, ele é assado com batatas, no Vêneto e na Campânia é feito com alecrim e cebola, e na Sicília, com queijo e ovos, por exemplo. Seu consumo tem significado religioso, pois representa o sacrifício de Cristo na cruz. Também está ligado à celebração judaica da Páscoa, onde, antes do êxodo do Egito, conforme prescrito por Deus a Moisés, o povo de Israel sacrificou um cordeiro e o comeu assado, junto com ervas e pão. 2 — Torta Pasqualina A torta pasqualina é um prato típico da região da Ligúria durante a Páscoa. Ela leva ovos cozidos inteiros no recheio, como uma forma de simbolizar o renascimento e a vida, que é celebrada nesse período nos rituais do cristianismo e também nas celebrações pagãs de equinócio. Esse prato consiste em massa folhada à base de farinha e azeite de oliva, com recheios que variam entre espinafre, alcachofra ou acelga. Além disso, a receita também leva queijo ralado, noz moscada, noz-moscada, e é claro, os ovos. A torta pasqualina é um prato que pode ser encontrado também fora da Itália, pois é muito popular no Uruguai, Paraguai, Argentina e ate mesmo no Chile. A diferença é que, nestes outros países, ela é consumida durante o ano todo, não sendo uma exclusividade da Páscoa. 3 — Colomba A Colomba é um doce popular da Páscoa aqui no Brasil também! Esse doce, nascido em Pavía, na Itália, tem uma história de origem bem interessante: Conta a lenda que, quando a cidade do norte da Itália estava sendo saqueada por soldados do rei dos Lombardos, Alboino, um padeiro da cidade decidiu assar um bolo em formato de pomba para simbolizar a paz! Ele ofereceu o bolo aos invasores, e eles gostaram tanto do doce que decidiram poupar a cidade e não mais invadi-la! A história sendo verdadeira ou não, o importante é que o bolo em forma de pomba (colomba, em italiano) tornou-se uma tradição da Páscoa. 4 — Pinza A Pinza é mais um doce que compõe a mesa dos italianos na região de Friul-Veneza Júlia durante a Páscoa. Ela nada mais é do que um pão doce e cítrico, aromatizado com casca de limão e laranja! Conforme a tradição, ele é servido acompanhado de uma fatia de presunto para quebrar o jejum da sexta-feira santa. Em sua cobertura, é desenhada uma espécie de cruz, que simboliza a paixão de Cristo. Como são as celebrações de Páscoa na Itália? As comemorações da Páscoa na Itália se iniciam na sexta-feira (data em que os italianos trabalham normalmente) e vão até a segunda-feira! Isso mesmo, a celebração de Páscoa não acaba no domingo. Isso acontece, pois, na Itália, a segunda-feira também é um feriado conhecido como “pasquetta”. Essa é uma data que celebra a aparição do anjo para mulheres que visitavam o sepulcro de Jesus anunciando a sua ressurreição. Se o fim de semana é celebrado com refeições em família, a “pasquetta” é comemorada com mais reuniões familiares, piqueniques, passeios pelo centro da cidade e pelos pontos turísticos. De uma maneira geral, a Páscoa na Itália é um momento de paz, união familiar e o toque especial que todo evento na Itália carrega: a comida deliciosa e confraternização ao redor da mesa! Me conte nos comentários: Quais são os costumes de Páscoa da sua família? Lembre-se também de cadastrar seu e-mail no campo abaixo do artigo para receber as atualizações aqui do blog! Buona Pasqua! Arrivederci!

  • O que nenhum guia turístico te conta: 5 atrações secretas de Roma para visitar

    Conheça aqui 5 atrações surpreendentes da Cidade Eterna e que fogem do roteiro da maioria dos turistas! Roma é uma cidade muito interessante e repleta de história. Os principais pontos turísticos são conhecidos mundialmente, e claro que merecem uma visita, mas a magnífica "cidade eterna" possui muitas atrações secretas e curiosas. Essas informações não estão presentes na grande maioria dos guias turísticos e por isso não são tão visitadas. Veja bem: não por elas serem desinteressantes, bem pelo contrário, mas sim porque poucas pessoas sabem da existência dessas atrações. Por isso, no artigo de hoje eu vou te mostrar alguns lugares incríveis e secretos de Roma que passam despercebidos pela maioria dos turistas, inclusive dos próprios italianos de outras regiões. Confira! 1 — Via Piccolomini Todos já percebemos que, ao nos distanciarmos de um objeto, temos a impressão de que esse objeto vai ficando cada vez menor. Mas, e se existisse uma forma de fazer esse efeito ao contrário? E justamente fazer isso com a majestosa cúpula de São Pedro... Sim, meus amigos, é possível, e é incrível. Quanto mais nos afastamos da cúpula da basílica, mais grande ela parece ficar, mas esse efeito quase mágico só é possível em uma rua praticamente desconhecida pelos turistas, a via Piccolomini. A Via Piccolomini se encontra em uma posição um pouquinho mais elevada do que o resto da cidade, nas proximidades da colina del Gianicolo. Essa rua é perfeitamente alinhada com a cúpula de São Pedro e quanto mais nos afastamos, maior a cúpula nos parece, como se estivesse crescendo bem diante dos nossos olhos. É até difícil descrever, mas se você tiver a oportunidade de visualizar esse efeito, verá que é um espetáculo raríssimo e que dá um nó no cérebro. Esse feito acontece devido a disposição dos edifícios e ao local elevado de observação dessa rua. Enfim, a via Piccolomini é um local secreto onde você pode ver esse efeito fascinante da cúpula mais famosa do mundo a ainda aproveitar o local para uma bela noite romântica. Confira abaixo um vídeo onde é possível observar o efeito ótico: 2 — La prospettiva del Borrimini O segundo local secreto é mais um efeito ótico que passa despercebido pelos turistas! Se trata da la finta prospettiva del Borrimini, em português a falsa perspectiva de Borrimini. Tudo começou no ano de 1632, quando o cardeal Bernardino Spada adquiriu um palácio, chamado atualmente de Palazzo Spada, e pediu ao arquiteto Francesco Borrimini que reformasse o edifício para que ele ficasse com características do estilo barroco. Ali o grande Borrimini fez a sua mágica, transformando o corredor de 8 metros que dá acesso ao jardim em um corredor de 37 metros, -ou pelo menos aparenta ter 37 metros, já que é pura ilusão de ótica. Borrimini construiu uma sequência de colunas que diminuem de tamanho ao avançarem pelo corredor adentro. O piso também vai se elevando gradativamente e tudo isso cria uma perspectiva falsa que faz com que um corredor de 8 metros pareça ter 37. Para realizar esse grande efeito, Borrimini contou com a ajuda de um matemático, o padre Giovanni Maria da Bitonto. Ao visitar o local você vai perceber como esse efeito é incrível e como causa curiosidade aos turistas. O Palazzo abriga um museu e você pode aproveitar para ver belíssimas obras dos séculos 16 e 17. Além disso, é bem tranquilo, pois não é destino da maioria dos turistas que desconhecem o efeito ótico de Borrimini. 3- Il Buco Della Serratura Il buco della serratura, em português, "o buraco da fechadura”, é uma atração que fica na Piazza dei Cavelieri di Malta, localidade próxima do Circus Maximus. Ela não passa de um antigo portão de um convento, cuja fechadura permite espiar a cúpula da Basílica de São Pedro! A igreja se encaixa perfeitamente no buraco, e essa com certeza é uma vista curiosa e interessante. Ela rende fotos especiais, e é claro, um passeio muito divertido! Tudo isso, sem as famosa filas e aglomeração de turistas, afinal, poucas pessoas sabem da existência desse curioso buraquinho, com uma das vistas mais impressionantes... 4- La chiesa di Sant’Ignazio di Loyola Em Roma existem mais de 900 igrejas, uma mais impressionante que a outra, mas essa em especial tem mais um efeito ótico interessante, principalmente se levarmos em conta que foi feito há tanto tempo, em 1626. A igreja esconde uma ilusão incrível, a chamada “finta cupola”, que funciona da seguinte forma: Perto do altar, procure um círculo no piso de mármore. Fique parado bem em cima do círculo e olha para o alto, para o teto da igreja. Você vai ver a sua belíssima cúpula. Até aí tudo certo, mas ainda olhando para o alto, dê um passo em qualquer direção e veja o que acontece... a cúpula se deforma diante de seus olhos. Mas, por que isso ocorrer? Na verdade, a cúpula não existe! é uma obra de arte, uma pintura 3D incrivelmente realística feita pelo pintor, professor e arquiteto jesuíta Andrea Pozzo, um dos principais artistas da arte barroca Católica. Lembre-se: se quiser ver o efeito ótico você precisa estar exatamente no local onde está marcado o círculo no piso, de qualquer outro lugar a mágica não acontece. A entrada na Igreja de Santo Inácio é gratuita e fica a apenas 270 metros do Panteão, 3 minutos a pé em direção a Fontana di Trevi. 5 — Via Arco dei Banchi Já imaginou passar por um túnel e, ao olhar para cima, enxergar um céu repleto de estrelas? Mais uma vez, essa experiência curiosa e impressionante é possível em Roma! Estou falando da Via Arco dei Banchi, uma ruazinha coberta por um arco que liga a Via Paola com a Via del Banco di Santo Spirito com uma pequena passagem de pedra. O diferencial aqui é o teto, pintado com um belo tom de azul e com inúmeras pequenas estrelas! Seja de dia ou à noite, se você passar por esse arco de Roma, se sentirá debaixo de um céu repleto de estrelas! Roma, a cidade de muitos encantos Acho que depois desse artigo, você conseguiu perceber como as atrações de Roma vão muito além do Coliseu e da Fontana di Trevi, não é mesmo? É claro que esses locais mais famosos valem a visita, mas também é encantador passear por ruas menos movimentadas e desvendar esses verdadeiros segredos da cidade... Me conte nos comentários se você já conhecia algum destes lugares do artigo, e qual deles mais ficou curioso(a) para conhecer! Lembre-se de cadastrar seu e-mail no campo abaixo do artigo, caso ainda não tenha feito isso, para receber as novidades aqui do blog diretamente no seu e-mail! Nos vemos no próximo post! Arrivederci!

  • A história da peste negra em Veneza

    A epidemia que assolou a Europa no século XVII devastou a cidade de Veneza - mas também contribuiu para o surgimento da quarentena, técnica de contenção utilizada até os dias de hoje. O mundo infelizmente já passou por diversas epidemias, e a Itália foi bastante afetada por elas - incluindo a Peste Negra, considerada a maior de todas. Veneza, cidade portuária, acabou se tornando a porta de entrega para essa e diversas outras doenças, trazidas das mais diferentes partes do mundo pelos viajantes. No artigo de hoje, eu vou mostrar como a Peste Negra se desenvolveu na cidade - mas também como os Venezianos conseguiram conter a disseminação da doença, se tornando um exemplo para o restante da Europa. Confira! Como a epidemia chegou em Veneza? Vários historiadores sugerem que a origem da peste negra se deu na Ásia, mais especificamente na China. Sua inserção na Europa teria ocorrido por meio de caravanas comerciais que se dirigiam para cidades portuárias do Mar Mediterrâneo, como Gênova e Veneza, lugares esses onde havia uma intensa atividade comercial e grande concentração de pessoas. Inicialmente, os principais agentes transmissores da doença eram os ratos e as pulgas, que se proliferavam com facilidade tanto nos navios, quanto nas cidades e nos vilarejos menores em razão das condições precárias de higiene. Posteriormente, na fase mais crítica da pandemia, a contaminação ocorria por via aérea. Por meio de espirros ou tosse, a doença acabava sendo transmitida pelo ar. A peste era chamada de negra pois causava manchas negras na pele das pessoas, consequência de infecções. Essa peste também ficou conhecida como bubônica por provocar bulbos, que são inchaços infecciosos no sistema linfático, e que apareciam principalmente nas regiões das axilas, virilha e pescoço, antes de se espalhar pelo corpo todo. Em um período de cinco anos, um terço da população de toda a Europa morreu, o que significa que a peste negra fez entre 155 e 220 milhões de vítimas, e por isso é até hoje considerada a epidemia mais mortal da história. Tratamentos e precauções No auge dessas mortes, é claro que algumas medidas foram tomadas para evitar a proliferação dessa doença – algumas certas, e algumas erradas, afinal, estamos falando de uma época em que a medicina não era avançada e a falta de informação prejudicava bastante o tratamento dos enfermos. Durante a peste negra, as cidades contratavam médicos para tratar os doentes. Nem sempre estes eram habilitados ou possuíam estudos de medicina, mas eram aceitos com a esperança de que trariam a cura. Os médicos da peste, como ficaram conhecidos, vestiam uma máscara feita de couro e com um bico que se assemelhava ao de um pássaro. Dentro desse bico eram colocadas ervas aromáticas, a fim de prevenir o contágio, mas que também ajudavam a suportar o cheiro ruim vindo de tantos cadáveres. Muitas medidas eram tomadas na Europa inteira e em Veneza, na esperança de reduzir a contaminação e acabar com a peste. Por exemplo, era muito comum acender fogueiras e queimar ervas a fim de que a fumaça levasse a doença embora ou banhar os doentes com a água salgada da laguna. Além disso, os médicos recomendavam a ingestão de substâncias doces ou amargas, como absinto, vinagre ou um pedaço de âmbar cinzento - esse último era exclusividade dos muito ricos e consistia na secreção retirada do intestino de uma baleia. Isso, é claro, não funcionou, mas foi em Veneza que surgiu uma prática utilizada até os dias de hoje em situações parecidas: a quarentena. O termo vem do italiano quaranta giorni, ou, quarenta dias. Qualquer navio mercante que parasse em Veneza era inspecionado antes de desembarcar na cidade. Se uma única pessoa fosse suspeita de estar doente, toda a tripulação ficava isolada por 40 dias. Essa técnica mais tarde começou a ser adotada em diversas cidades portuárias e foi considerada uma das medidas mais eficientes para conter a peste. Além disso, foi também em Veneza que surgiram os primeiros lazarettos do mundo. Os lazarettos eram hospitais isolados, ou hospitais-colônia, espaços para onde os doentes eram enviados. O Lazaretto Vecchio, por exemplo, foi construído em 1403, numa ilha isolada. Muros altos, grandes quartos e camas que abrigavam três ou quatro doentes de cada vez. Se você fosse mandado para lá, tinha 90% de chances de morrer. O Lazaretto Vecchio funcionou até 1630, não só para vítimas da peste negra, mas também como um leprosário. Acredita-se que os números chegavam a 500 mortos por dia. Mesmo com a taxa de mortalidade tão alta, o ato de isolar os doentes do restante da população se mostrou muito eficiente. Superação e esperança É coerente afirmar que muitas das medidas assertivas tomadas para conter a Peste Negra foram descobertas através de tentativa e erro - muitas tentativas e vários erros, diga-se de passagem. Ainda assim, os acertos nos trazem benefícios até os dias de hoje. Atualmente, uma das medidas mais eficazes na contenção de diversas doenças é o isolamento - e todos nós vivenciamos isso durante a crise do COVID-19. Por isso, devemos todos agradecer aos venezianos que, mesmo sem conhecimento técnico, descobriram essa medida e salvaram a vida de tantas pessoas pelo mundo todo. Me conte nos comentários se você já sabia os detalhes desse acontecimento histórico que afetou o mundo todo! Lembre-se também de cadastrar seu e-mail aqui embaixo, para receber as novidades do blog e ficar por dentro de todos os conteúdos sobre história e cultura da Itália! Arrivederci!

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