
Resultados da busca
141 resultados encontrados com uma busca vazia
- A mais famosa escadaria de Roma
O cenário de igreja, fonte e degraus da popular Piazza di Spagna Roma é um destaque turístico mundial por ser um patrimônio histórico-cultural e suas obras primas espalhadas pela cidade comprovam essa fama e fazem jus ao título. A Cidade Eterna possui mais de duas mil fontes d’água por sua extensão e centenas de praças públicas. Nas praças é onde o povo se encontra, e sua presença está no cotidiano dos moradores e visitantes da cidade. É um local popular que faz parte do costume dos romanos, que as frequentam mesmo que seja apenas para colocar a conversa em dia. Certamente, o hábito ainda é conservado até os dias atuais, e um local de destaque é a Piazza di Spagna, uma das mais notáveis praças italianas. A praça tem um papel muito importante, pois é um local em que os italianos costumam frequentar há séculos para socializarem entre si. A Piazza di Spagna, ou “Praça da Espanha”, é uma das praças mais conhecidas da capital italiana e está situada em uma das melhores regiões, localizada na elegante rua conhecida como Via dei Condotti. Essa parte da cidade é considerada uma excelente região para fazer compras. A praça também é paralela com a Via Frattina e a Via del Babuino, onde é possível encontrar diversos palácios dos séculos XVII e XVIII. O nome da praça foi modificado ao longo da história, antigamente a Piazza di Spagna era chamada de Piazza di Francia. A igreja que se encontra no alto do morro, Trinità dei Monti, foi construída entre os anos de 1502 a 1519 pelo rei francês Luigi XII. Em 1620, a Espanha instalou a sede de sua Embaixada na praça, o Palazzo di Spagna. Desde o início do século XVII até os dias atuais, é lá que reside o Embaixador da Espanha na Itália. A restauração mais recente da escadaria foi em 1995 e da praça, em 2015. A escadaria é a atração principal da Piazza di Spagna e possui 135 degraus. Foi inaugurada por intermédio do Papa Bento XIII em ocasião do Jubileu de 1725, no intuito de ligar a Igreja Trinità dei Monti, que fica no alto do monte, à praça. As escadas foram projetadas por Alessandro Specchi e Francesco DeSanctis, representando uma típica obra barroca. Antes de sua construção, a escadaria rendeu diversas discussões sobre sua inclinação e a necessidade de urbanizar a região para ligar a igreja à praça. Assim, DeSanctis contribuiu com a solução final: criarem a imponente escadaria que seria o elo entre o ambiente superior – a Igreja Trinità dei Monte – e a praça situada morro abaixo. Há uma belíssima fonte logo na descida das escadarias, a Fontana della Barcaccia. Essa fonte foi esculpida em mármore e nela há água potável para consumo, como em diversas outras fontes espalhadas nas praças de Roma. Os escultores dessa fonte foram Pietro Bernini e seu filho, Gian Lorenzo, grandes referências artísticas do período barroco. A obra foi encomendada pelo Papa Urbano VIII e realizada inicialmente por Pietro e, posteriormente, seu filho Gian Lorenzo a finalizou, em 1629. Nota-se que, além da obra possuir uma riqueza de detalhes e simbologia, ela também é um grande feito de engenharia hidráulica para a época em que foi construída, visto que é uma fonte de água pura. Repleta de significados e simbolismos, os italianos tem a Piazza di Spagna como um espaço público e lá é proibido o tráfego de veículos. Muitas produções cinematográficas já utilizaram o local como cenário, como no caso do filme “A Princesa e o Plebeu”, estrelado por Audrey Hepburn e Gregory Peck, em 1953 . Na época da primavera, as escadarias da Piazza tradicionalmente recebem cerca de 600 vasos de azaleias durante 30 dias. As cores chamativas das flores contrastam com o ambiente, chamando ainda mais a atenção para o ponto turístico. Quando a floração termina, os vasos são recolhidos e devolvidos ao Parque de San Sisto, onde são cultivadas até o ano seguinte na mesma época, para a mesma finalidade. Na frente da igreja Trinità dei Monti está o Obelisco Salutiano, obelisco romano que imita os tradicionais egípcios. Esse monumento copia as inscrições do Obelisco Flamínio, que hoje enfeita a Piazza del Popolo. Os mercadinhos de Natal são tradicionais na Itália e ocorrem em várias cidades. Em Roma, na Piazza di Spagna, eles também enfeitam a praça na época natalina, tornando o ambiente ainda mais acolhedor e especial. Nas proximidades do local é possível acessar locais tão incríveis quanto a praça. Caminhando cerca de 500 metros é possível chegar na Igreja de Santa Maria da Conceição, ou Santa Maria della Concezione dei Cappuccini. Construída entre os anos de 1626 e 1631, a igreja é conhecida por abrigar um dos mais macabros tesouros de Roma. O seu interior está decorado por criptas que mostram os ossos de mais de quatro mil irmãos capuchinhos mortos no período de 1528 a 1870, expostos decorativamente. Ainda próximo à Piazza di Spagna há a famosa Fontana di Trevi, a quase 600 metros de distância. Já escrevi sobre essa magnífica fonte em outro artigo do blog, que você pode ler clicando aqui. A Piazza Colonna também é um ponto turístico próximo da Piazza di Spagna. Nesta praça, um espaço público em forma retangular dá luz a grandes edifícios, dentre os quais há o Palazzo Chigi, que hoje é a sede do Governo Italiano. Caminhando pela Via del Babuino, o turista pode chegar na Piazza del Popolo, outro ponto famoso da cidade que também já mencionei aqui no blog e você pode ler sobre essa praça clicando aqui. Esse foi um breve resumo sobre a Piazza di Spagna, fascinante cenário romano de inúmeras experiências e possibilidades, que a faz ser um dos ambientes mais procurados pelos turistas e mais frequentados pelos italianos. Deixe seu e-mail no campo logo abaixo do artigo e não perca as postagens do blog! Você receberá as novidades, dicas e conteúdos gratuitos, semanalmente! Me conte nos comentários qual é a principal atração que você deseja conhecer na Itália e qual outro local você gostaria de ler sobre aqui no blog. Ci vediamo!
- A história da Pizza
A trajetória complexa até a receita se tornar um dos pratos italianos mais conhecido no mundo A pizza, junto com a massa, é sem sombra de dúvida o prato mais conhecido e apreciado da cozinha italiana, um verdadeiro símbolo gastronômico da Itália que está difundido no mundo inteiro. Apesar dessa notoriedade, a história da pizza é extremamente complexa e, ainda hoje, é difícil saber exatamente quem a inventou. Com o descobrimento do fermento pelos egípcios, as antigas massas de cereais torradas e moídas, feitas desde os primórdios da humanidade, alcançaram um novo nível, tornando-se um pão com textura muito mais macia, leve e saborosa. Esse pão costumava ser muito utilizado como base para pratos mais elaborados, então a receita era colocada e servida como uma cobertura em cima da massa. No ano de 997 d.C., em Gaeta, uma pequena cidade italiana, está o registro mais antigo da palavra pizza. Em 1535, na “Descrição dos lugares antigos de Nápoles”, o poeta Benedetto Di Falco escreve que a “focaccia, em napolitano é chamada de pizza”. E assim o nome pizza finalmente se torna oficial. A história moderna da pizza começa enfim a partir de 1600, com a massa de pão assada em forno à lenha e temperada com alho, banha ou azeite de oliva, sal grosso e manjericão. Somente na segunda metade do século XVIII é que o uso de uma fruta exótica importada das Américas finalmente se espalhou para a cozinha italiana: o tomate. Com a chegada do tomate na Itália as receitas passam a ter um sabor diferente! A primeira receita de pizza como a conhecemos hoje é relatada em um tratado publicado em Nápoles, em 1858, que descreve o modo em que naqueles anos se preparava a “verdadeira pizza napolitana”. Apesar de seu grande sucesso, por muito tempo o fenômeno da pizza limitou-se ao Reino de Nápoles. Em outros locais fora da região napolitana o sucesso da receita não foi repentino e a pizza ainda não era tão popular. No século XVIII, em Nápoles, a pizza era comida principalmente na rua e era preparada pelos vendedores para uma clientela humilde. A pizza era feita nos fornos à lenha das lojas e vendida em bancas ao ar livre, pelas ruas e becos da cidade. A Antica Pizzeria Port’Alba, em Nápoles, é a pizzaria mais antiga da qual se tem registro e sua história começou em 1738, antes mesmo da Itália ser um país unificado. No início, a pizzaria era apenas uma tenda que vendia pizza para quem estivesse de passagem e hoje, quase 200 anos depois, ela continua funcionando no centro histórico de Nápoles. Foi na virada dos séculos XVIII para XIX que o costume de comer pizza começou a se espalhar. Essa época marcou o nascimento e disseminação das pizzarias da forma como as conhecemos, com suas características inconfundíveis. A primeira pizzaria dos EUA foi inaugurada somente em 1905, na cidade de Nova York, em um bairro chamado Little Italy, onde se concentram muitos imigrantes italianos. Em junho de 1889, os então soberanos da Itália, o rei Umberto I e a rainha Margherita, fizeram uma visita a Nápoles e o melhor pizzaiolo da época, Raffaele Esposito, preparou para eles três pizzas: a pizza Mastunicola (manjericão, queijo e banha), a pizza Marinara (alho, tomate, azeite e orégano) e a pizza de tomate com mozzarella e manjericão. Esta última ainda não possuía um nome, e foi feita especialmente para a ocasião e em honra à rainha Margherita, com as cores dos ingredientes representando as cores da bandeira italiana. A soberana rainha apreciou tanto as cores e o sabor dessa última pizza que agradeceu e elogiou o pizzaiolo, e o modo que ele encontrou para retribuir esse agradecimento foi homenagear com o nome da rainha a sua criação culinária: “Pizza Margherita”. Desde então, a pizza foi conquistando os paladares das pessoas pelo mundo todo, sendo um dos pratos italianos mais consumidos no planeta. Para celebrar uma história tão rica em ingredientes, tradições, variações e cores, a arte do pizzaiolo de fazer a típica pizza napolitana se tornou Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, em 2017. Massa, tomate, muçarela e manjericão. É incrível pensarmos que um prato que nasceu com ingredientes tão simples se tornou um símbolo italiano famoso em todo o mundo, com toneladas de pizzas sendo consumidas anualmente! Espero que você tenha gostado de saber essas informações e curiosidades sobre a história da pizza! Aproveite para conferir também o meu artigo com a receita da famosa Carbonara, clique aqui para ler! Eu imagino que depois desse artigo você também esteja com água na boca, com vontade de provar uma verdadeira pizza napolitana. Para que você possa tirar o maior proveito possível desse e qualquer outro passeio pela Itália, o ideal é fazer essa visita sabendo falar e conseguindo entender um pouco de italiano. Já imaginou, o quanto sua experiência será ainda mais rica, podendo entender tudo no idioma local?! Deixe seu e-mail no campo logo abaixo do artigo e não perca as novas postagens do blog! Você receberá novidades e conteúdos gratuitos semanalmente! Me conte nos comentários qual o seu prato italiano favorito e se existe alguma curiosidade ou assunto que você gostaria de saber mais a respeito aqui no blog, eu vou adorar saber o que você gosta lá e receber as suas sugestões para os próximos artigos! Arrivederci!
- Entre fé e batalhas
Do paganismo ao cristianismo, conheça a história do Imperador Constantino O Império Romano foi uma época onde houve uma transição do paganismo, onde diversos deuses eram cultuados, para o cristianismo. Durante esse tempo, houve um homem que ficou conhecido como o primeiro imperador cristão. Para alguns historiadores, ele foi cristão apenas por conveniência política, mas outros dizem que sua fé foi realmente verdadeira. Naquele tempo era muito comum que o imperador tivesse uma ligação forte com alguma divindade específica e essa divindade era vista como aliada daquele governo, e com esse apadrinhamento eles teriam segurança. Os deuses eram bastante cultuados e um exemplo disso é visto inclusive nas moedas, que além da imagem do imperador também levavam a figura do deus que o representava, o que mostrava a aprovação divina e legitimava o poder do imperador. Por muito tempo, o cristianismo não foi a crença da grande maioria da população, muito pelo contrário, os cristãos eram minoria, foram perseguidos e muitos foram executados. Em 306 d.C. iniciou o reinado de um dos maiores imperadores de Roma, o Flavius Valerius Constantinus, conhecido como Constantino, o Grande. Ele nasceu em 272 d.C., na região onde hoje temos a Sérvia, filho de Helena de Constantinopla e do Imperador Constâncio Cloro. Em 312 d.C., um importante evento mudou sua vida para sempre, a Batalha da Ponte Mílvia. Mas o acontecimento que a tornou tão marcante ocorreu um pouco antes da batalha acontecer... A história conta que Constantino, antes de deixar a base com seus soldados e ir em direção ao confronto, viu uma enorme luz luminosa no céu, acima do sol, com as iniciais da palavra Cristo em letras gregas (ΧΡΙΣΤΟΣ), formando uma cruz acompanhada da frase em latim "in hoc signo vinces", que significa “com este sinal vencerás”. Após a mensagem divina, Constantino mandou pintar o sinal, conhecido como “Chi Rho”, no escudo de todos seus soldados para assim poderem seguir para a batalha. Constantino venceu a batalha contra Massenzio e esse foi o marco de sua conversão ao cristianismo, o primeiro imperador cristão. Logo após a vitória foi erguido um monumento em sua homenagem, o Arco de Constantino, eu já escrevi sobre ele aqui no blog e você pode ler o artigo clicando aqui. Em 311, já havia sido firmado o Édito de Tolerância, que oficializava a permissão de cultos e expressões cristãs. E, em 313, Constantino e seu co-imperador Licínio assinaram o Édito de Milão, um grande marco a favor das crenças. O Édito de Milão declarava que o Império seria neutro em relação aos credos religiosos, pondo fim a qualquer perseguição e devolvendo lugares de culto que antes haviam sido confiscados. O fato é que Constantino foi um personagem importante para a história romana e para o mundo em geral. Foram muitos feitos e um deles é a Basílica de Constantino, que fica dentro do Fórum Romano, uma das mais belas obras que o local possui. A Basílica ficou assim conhecida, pois foi Constantino que finalizou sua construção, mas na verdade quem iniciou sua edificação foi Massenzio, exatamente quem Constantino derrotou na Batalha da Ponte Mílvia! O Fórum Romano é um grande museu a céu aberto onde você pode viajar no tempo e encontrar muito sobre a história romana, ali era de fato o coração da cidade. Era uma área que reunia diversas estruturas como templos, arcos, basílicas, estruturas políticas, financeiras e comerciais, além da própria Via Sacra, uma das principais ruas da Roma Antiga. Dá para imaginar que foi um local bem movimentado! O Fórum Romano é fruto de muitos anos de construções. Sua origem remonta à época de Rômulo, e as ruínas que conhecemos hoje não são de um local planejado, ele foi a junção de vários edifícios que ao longo do tempo foram sendo ampliados e anexados. Foi palco para discursos, julgamentos, procissões, leilões... Realmente, tudo acontecia ali. Esse sítio arqueológico é um dos mais importantes do mundo. Algumas ruínas ainda estão bem preservadas e podem nos transportar para a história, nos permitindo sentir toda a grandiosidade e importância desse local. Uma das atrações mais bem conservadas fica logo na entrada, o Arco de Tito. Os romanos gostavam de ostentar suas vitórias e os arcos eram justamente para isso, para comemorar o triunfo. E esse arco foi construído no século 1, em homenagem a conquista de Jerusalém realizada por Tito. O arco foi feito completamente em mármore, rico em detalhes. Além desse você também encontra ali no Fórum Romano, o Arco de Septímio Severo, que foi feito no século 2 para simbolizar a sua vitória na Guerra Romano-Parta junto com seus dois filhos, Caracala e Geta. Contei um pouco sobre o Imperador Septímio Severo e uma das incríveis obras inauguradas por seu filho, Imperador Caracala, no artigo que você pode ler clicando aqui. Além da Basílica de Massenzio/Constantino, no Fórum Romano foram construídas outras basílicas importantes como a Basílica de Giulia e a Basílica de Emília. Essas basílicas eram espaços que eram utilizados para realizar grandes assembleia. Mais tarde elas foram adaptadas para locais religiosos, além das funções administrativas. No Fórum também foram construídos vários templos, alguns ainda possuem ruínas presentes no sítio arqueológico, como o Templo dos Dióscuros ou Templo de Castor e Pólux, que eram os gêmeos da constelação de Gemini, considerados os deuses protetores do exército. Ainda é possível ver as ruínas do Templo da Vesta, do Templo de Vênus e Roma, do Templo do Divino Rômulo, de César, de Vespasiano e Tito, ver as grandiosas oito colunas do Templo de Saturno, que são uma das vistas mais conhecidas do Fórum Romano, e visitar também o Templo de Antonino e Faustina, que está belissimamente preservado. Algumas construções possuíam um uso mais político, como o Tabulário, que era um edifício com escritórios dos oficiais do governo romano, e também a Cúria, que era a sede do Senado. Eu acho esse passeio fantástico para quem gosta do período do Império Romano. Por isso, eu indico fortemente que se você puder contratar um guia, contrate! Ou ao menos um áudio guia, que irá te acompanhar por toda a visita e contar as histórias do local. Para que você possa tirar o maior proveito possível desse e qualquer outro passeio, o ideal é fazer essa visita sabendo falar e conseguindo entender um pouco de italiano. Já imaginou, o quanto sua experiência será ainda mais rica, podendo entender tudo no idioma local?! O ingresso para o Fórum Romano é o mesmo bilhete que vale para o Coliseu e para o Palatino, que você pode comprar tanto no site do Coliseu como na bilheteria desses três locais, que são todos próximos um do outro. Se quiser conhecer algumas curiosidades sobre o Coliseu, pode ler meu artigo do blog clicando aqui, e para saber sobre o Monte Palatino, eu escrevi um artigo que você pode ler clicando aqui. Espero que você tenha gostado de saber essas informações e curiosidades sobre a vida do Imperador Constantino e os incríveis monumentos que podemos encontrar no Fórum Romano! Deixe seu e-mail no campo logo abaixo do artigo e não perca as novas postagens do blog! Você receberá novidades e conteúdos gratuitos semanalmente! Me conte nos comentários o que mais te atrai no país da bota e se existe alguma curiosidade ou assunto que você gostaria de saber mais a respeito aqui no blog, eu adoraria receber as suas sugestões para os próximos artigos! Arrivederci!
- Os 3 alimentos italianos mais imitados no exterior
Italian Sounding e a discussão em defesa dos produtos autênticos A culinária italiana é conhecida como uma das gastronomias mais famosas e saborosas do mundo, possuindo pratos com uma extensa variedade de ingredientes e receitas. Aqui no Brasil estamos acostumados a ver uma grande diversidade de produtos conhecidos como “italianos” nas prateleiras dos supermercados, sempre cheios de símbolos, cores e termos que nos remetem ao Bel Paese. Mas será que de fato estamos consumindo produtos de origem italiana? A imitação de produtos italianos é algo tão preocupante que os italianos possuem até um termo para chamar essas imitações que tentam se passar por produtos originados lá: italian sounding. O site Authentico é composto por um time de diferentes profissionais que defendem com paixão a excelência da comida italiana e ajudam os consumidores de todo o mundo a reconhecer produtos autênticos, combatendo assim as imitações. É nítido que muitas pessoas ao redor do mundo amam os produtos italianos, mas não o conhecem realmente, o que acaba sendo explorado por produtores estrangeiros que usam um apelo cultural pra comercializar seus produtos, frutos de imitação. Os nomes de cidades e regiões italianas, assim como imagens e as cores que evocam a Itália são frequentemente utilizadas para promover produtos que, por outro lado, não possuem ingredientes que são de fato atribuíveis ao Bel Paese. Esse é um fenômeno cada vez mais disseminado no mundo e difícil de se limitar que aconteça. Já escrevi um artigo no blog sobre algumas das mais famosas receitas italianas e que são bastante conhecidas e copiadas aqui no Brasil, você pode ler o artigo clicando aqui. O site Authentico relata que entre as comidas italianas mais copiadas estão os queijos, os salames, o azeite extravirgem e algumas frutas e vegetais frescos, como o tomate San Marzano. Se você ficou com curiosidade de saber quais são alguns desses produtos, a classificação dos três alimentos mais imitados é a seguinte: 3) Prosecco Vinho branco feito de uvas Glera, com um aroma floral e frutado e um sabor fresco e leve. É produzido exclusivamente na região nordeste da Itália, nas províncias do Veneto e Friuli Venezia Giulia. O Prosecco é um dos vinhos italianos mais apreciados no exterior e é também o mais exportado. Devido ao seu enorme sucesso, aparece nessa lista como um dos produtos mais copiados! 2) Mozzarella di bufala Macia, suculenta, com uma crosta fina e feita apenas com leite de búfala fresco da região da Campania e de algumas áreas do Lazio, da Puglia e de Molise. A sensação e o sabor são inconfundíveis, mas está em segundo lugar na lista de produtos mais imitados no exterior. 1) Parmigiano Reggiano O campeão em imitações! Queijo com longo período de maturação e produzido totalmente sem aditivos: mesmo os de origem natural são proibidos! A alimentação das vacas é feita exclusivamente de feno e capim, diferentemente do que ocorre para a produção de outros tipos de queijo. A produção pode ser feita somente nas províncias de Parma, Reggio Emilia e Modena, e em uma pequena parte das províncias de Mantova e Bologna, entretanto, aparece em primeiro lugar na lista de alimentos mais copiados no mundo! Aqui no Brasil, por exemplo, trata-se do parmesão! Outros alimentos italianos que também estão na lista de produtos mais imitados são os queijos Pecorino, Gorgonzola, Grana Padano e Asiago, o presunto San Daniele, o vinho Chianti e o Salame. Nas prateleiras brasileiras e de diversos outros países é possível encontrar as mais variadas imitações desses produtos tipicamente italianos, o que incomoda os amantes da comida italiana, que consideram essas cópias uma fraude. Não se trata apenas de utilizar as mesmas matérias-primas para produzir determinado alimento, o que garante que ele será autêntico é também o local de origem dos produtos e a técnica utilizada no processo de produção, que deve acontecer em cidades ou regiões específicas da Itália. O projeto Authentico defende que os amantes da cozinha italiana merecem alimentos autênticos e considera que as imitações são inclusive uma forma de concorrência desleal contra empresas italianas que produzem e exportam seus próprios produtos, feitos exclusivamente de acordo com a verdadeira tradição italiana. Para eles, essas empresas perdem importantes participações no mercado estrangeiro graças aos produtos italian sounding e por isso defendem que é fundamental sensibilizar e conscientizar os consumidores sobre o que estão comprando e colocando à mesa. Outra preocupação é que ao consumir produtos que não são legítimos o consumidor pode ficar decepcionado com o sabor do alimento e não ter suas expectativas atendidas, sem saber que na realidade adquiriu um produto que não é autêntico, o que pode comprometer a reputação de excelência de verdadeiros produtos Made in Italy. Pensando nisso, o projeto Authentico desenvolveu um aplicativo para ajudar na identificação de produtos autenticamente italianos e locais onde eles podem ser encontrados no exterior, para que o consumidor possa sempre fazer a escolha certa e consciente. Ficou com água na boca depois desse artigo? Aproveite para conferir meu artigo com a receita da famosa Carbonara, clique aqui para ler! Espero que você tenha gostado de saber essas informações e curiosidades sobre a culinária italiana e também sobre o projeto que visa proteger os produtos autenticamente italianos. Deixe seu e-mail no campo logo abaixo do artigo e não perca as novas postagens do blog! Você receberá novidades e conteúdos gratuitos semanalmente! Me conte nos comentários o que mais te atrai no país da bota e se existe alguma curiosidade ou assunto que você gostaria de saber mais a respeito aqui no blog, eu adoraria receber as suas sugestões para os próximos artigos! Arrivederci!
- Il Duomo di Firenze, muito mais que uma Catedral
Arte e história no centro de Florença Santa Maria del Fiore é o nome que recebe o Duomo di Firenze. Duomo, no italiano, refere-se à Catedral. No entanto, essa linda construção abriga muito mais que uma Igreja. A Catedral de Firenze compõe, na verdade, um complexo arquitetônico e está localizada na Piazza del Duomo, inserida no centro histórico de Firenze, ao lado da Campanile di Giotto e do Battisterio di San Giovanni. Esse complexo abriga a Cúpula de Brunelleschi, a própria Catedral e o Campanário de Giotto. Construção que é um dos maiores símbolos de Firenze, a Catedral pode receber até 30 mil pessoas em seu interior e levou muito tempo para ser finalizada da maneira como a conhecemos hoje. O mármore branco e verde em sua fachada é algo notável e impressionante. A fachada, no entanto, teve que esperar até o século XIX para ser construída. As técnicas de sua construção demonstram um resultado extraordinário da exuberante arte gótica renascentista. O Duomo di Firenze não foi a primeira catedral da cidade. A primeira era chamada de Igreja de San Lorenzo e a segunda de Santa Reparata. A terceira, Santa Maria del Fiore, teve sua construção feita a partir da primeira e da segunda catedral, até ser finalizada do modo que hoje se encontra. Partimos de 1296, que foi o ano em que iniciaram sua construção, emergida sobre aquela que foi anteriormente a segunda catedral da cidade, Santa Reparata, que funcionou durante nove séculos até que fosse completamente destruída em 1375. Com o passar dos séculos, os 153 metros de comprimento, 90 metros de largura e 90 metros de altura - ou 115 metros de altura, se contada a lanterna - da bela Catedral de Santa Maria del Fiore foram objetos de muitas mudanças. Quem foi o responsável pela sua cúpula foi ninguém menos que Filippo Brunelleschi, arquiteto e escultor italiano também responsável pela construção do icônico palácio renascentista presente na lateral direita do Rio Arno e bem próximo da Ponte Vecchio, o Palazzo Pitti. Esse mesmo arquiteto foi quem construiu ainda uma das mais importantes obras-primas do período do Renascimento, a Capela Pazzi. O arquiteto responsável pela obra, com exceção da cúpula, foi Arnolfo di Cambio, tendo trabalhado na obra até 1302, ano em que faleceu. Um novo nome foi indicado para supervisionar a obra, Giotto di Bondone, em 1334. Giotto veio a falecer poucos anos depois, mas enquanto vivo e incumbido da missão de supervisor da obra, dedicou-se à construção do campanário da catedral, e que hoje é o monumento conhecido como “Il campanário di Giotto”, a imponente torre que se situa na imediação da catedral. Após o falecimento de Giotto, seu substituto na obra foi Andrea Pisano até meados de 1348, período em que a peste negra dizimou boa parte da população fiorentina, reduzindo de 90 mil habitantes para 45 mil, e ceifando também a vida do arquiteto. Como se pode notar, várias tentativas eram feitas até que fosse de fato construída a catedral. Após mais esse falecimento, entre os anos de 1349 e 1359, o campanário da catedral foi chefiado por Francesco Talenti, que elaborou um novo projeto para o Duomo contando com a colaboração do arquiteto Giovanni di Lapo Ghini. A construção já estava bem adiantada em 1370. A catedral anterior, Santa Maria Reparata, foi então demolida completamente em 1375. 140 anos depois do início da sua construção, a consagração do Duomo foi dada pelo Papa Eugenio IV, na data de 25 de março de 1436. A lanterna da catedral, no entanto, ainda não havia sido fixada, o que veio a ser feito em 1461. Conforme o projeto original de Arnolfo di Cambo, os revestimentos externos precisavam de finalização. Durante o século XV, inúmeros artistas trabalharam na fachada, porém Francesco di Medici I resolveu pôr abaixo a construção, entre 1587 e 1588, pois a considerava fora de moda. A fachada ficou sem detalhe algum até o século XIX. Em 1864, Emilio di Fabris ganhou o concurso para nova fachada e é, finalmente, a mesma que conhecemos nos tempos atuais: um mosaico em mármores coloridos de estilo neogótico, que ficou pronta em 1887 e foi dedicada à Virgem Maria. Em 1903 foram finalizadas as portas de bronze da catedral. Logo na porta de entrada da catedral visualizamos um imenso relógio, que foi decorado por Paolo Uccello. Uma curiosidade sobre ele é que era acertado com a chamada “hora itálica”, configuração de tempo utilizada na Itália até o século XVIII, que tinha como referência o horário do pôr-do-sol para se iniciar o dia. Nos vitrais do Duomo estão relatadas diversas figuras do Novo e Velho Testamento Cristãos. O Campanario di Giotto, que é a torre do Duomo feita por Giotto, também conta com uma riquíssima decoração e possui um conjunto de sete sinos. Há retratos esculpindo cenas como a criação de Adão, de Eva, a invenção do pastoreio, a invenção da música, a invenção do vinho e até a invenção da metalúrgica, além de um Losango dos Planetas. Já o Batistério di San Giovanni, que encanta os olhares de quem se aproxima do Duomo, é o monumento mais antigo da Piazza del Duomo e fica bem em frente à fachada da catedral. A construção foi melhorada com mármore de outros edifícios mais antigos de Firenze e em 1128 foi quando passou a ser usado como o batistério da cidade. Os mármores decorativos em suas três portas narram episódios bíblicos, uma construção surpreendente e rica em detalhes. Em Firenze, Filippo Brunelleschi conseguiu projetar e construir essa que é a maior cúpula do mundo, com estimados 4 milhões de tijolos, que vem a ser o grande símbolo da cidade, o berço do Renascimento. A cúpula, que tem quase 46 metros de diâmetro, foi construída com a impressionante técnica de espinha de peixe (onde os tijolos se encaixam sem necessidade de outra estrutura de apoio), demorando 16 anos para ser feita. Pode ser avistada, inclusive, através das janelas da Galleria degli Uffizi. No século XV, era a maior catedral do mundo. Hoje ocupa o quarto lugar, sendo vencida apenas pela Catedral de Saint Paul de Londres, na Inglaterra, pela Basilica di San Pietro, em Roma, no Vaticano e pelo Duomo di Milano, em Milão. A Catedral conta com 463 degraus de um estreio espaço para se chegar até a cúpula da Catedral. Tal esforço vale o sacrifício pois a vista da cúpula é emocionante! Uma das vantagens de se visitar o Duomo é a proximidade de outros pontos turísticos que também são símbolos da cidade, além de ser uma região repleta de hotéis estrategicamente posicionados e de excelente infraestrutura. A Catedral está localizada no Centro Histórico de Firenze, estando muito vizinha de monumentos como a Ponte Vecchio, a ponte de pedra mais antiga de toda a Europa, e a Galleria degli Uffizi, museu sobre o qual já escrevi um artigo e você pode conferir clicando aqui. Arte, história e fé compõem o cenário da cidade e fazem de Santa Maria del Fiore um local rico em detalhes arquitetônicos, artísticos e religiosos, que se torna parada obrigatória a todos aqueles que querem se aventurar em uma viagem pelo tempo e pela amplitude cultural da bela Itália. Esse artigo foi um pequeno resumo da história e beleza que o Duomo di Firenze guarda e assim lhe trazer mais um pouco desse país maravilho e cheio de cultura que tanto amamos. Me conte nos comentários a principal atração que você deseja conhecer em Florença e qual outro local deseja ler sobre aqui no blog. Deixe seu e-mail no campo logo abaixo do artigo e nunca mais perca uma postagem do blog! Você receberá as novidades, dicas e conteúdos gratuitos, semanalmente! Ci vediamo!
- Um caminho que te leva a Roma
Conheça a impressionante Via Appia Pense em sua viagem à Itália. Nos dias de hoje, se você quiser sair de Roma e visitar cidades que ficam em outras regiões do país, você não terá dificuldade. Você pode simplesmente pegar um trem ou até mesmo um voo, giusto? Mas agora imagine como faziam os antigos romanos, a dificuldade de realizar uma viagem entre regiões distantes mais ou menos 300 anos antes de Cristo! Consegue imaginar como isso era complicado? As estradas eram precárias, o caminho poderia reservar diversas surpresas que atrapalhariam o andamento da viagem, além de não existirem estradas tão longas até aquele momento. Mas os romanos não eram só bons com esculturas e pinturas, eles também eram bons em engenharia! Para ligar Roma com a cidade de Cápua, na Região da Campania, o Cônsul Appio Claudio iniciou a construção da Via Appia, em 312 a.C. Essa foi a primeira vez em que uma Via levou o nome de quem a fez. As ruas e estradas sempre levavam o nome da sua função ou para onde ela iria. A Via Appia era uma estrada longa, com aproximadamente 300 quilômetros. Posteriormente, foi aumentada até chegar na cidade de Brindisi, na Puglia, e ainda hoje podemos ver uma das colunas que indica o ponto final da estrada. Com esse aumento até a Puglia, a estrada chegou a ter 540km de extensão! Isso fazia dela a principal Via de Roma, a mais famosa e imponente, e acabou ficando conhecida entre os romanos como a Regina Viarum, a Rainha das Estradas. Além de extensa, também tinha uma largura que facilitava a passagem de vagões de viagem e a passagem das tropas militares, que foi a função inicialmente planejada para a Via Appia. A engenharia que os romanos utilizaram para construção dessa Via era revolucionária para a época. Atualmente ainda podemos ver a Via Appia Antica, em sua forma original em algumas partes, e a engenharia que foi utilizada ainda pode ser aplicada nos dias de hoje. Inclusive, em algumas ruas de Roma utilizam o mesmo modelo de estrutura da via Appia Antica porque é eficaz e duradoura. Isso é fantástico! A principal característica dessa estrada era poder ser usada por qualquer meio e independentemente do clima. Ela foi pensada para que mesmo com chuvas realmente fortes não se formassem poças ao longo do caminho para não atrapalhar a passagem. O pavimento utilizado eram pedras grandes e lisas, que foram perfeitamente combinadas e apoiadas sobre uma camada de brita que era ligeiramente curva em direção dos meios-fios, fazendo com que a água das chuvas fosse drenada. Para manter a resistência e a estabilidade da estrada os romanos faziam quatro camadas por toda a extensão da estrada. Além de pedras e britas, ainda contava com mais duas camadas maciças de pedras e areias envolvidas por uma espécie de manta para dar firmeza à estrutura. Isso realmente foi bem engenhoso para a época. Uma coisa que chama atenção na Regina Viarum é que a estrada é surpreendentemente reta, com trechos muito precisos que muitas vezes chega a ser difícil de ver seu fim. Por um período, depois da queda do Império Romano, a estrada foi abandonada e ficou sem uso por muito tempo, mesmo que ainda encontrassem vilas habitadas ao longo da sua rota, assim como hoje temos em beiras de estradas. Esses centros habitados deixaram grande patrimônio para região, onde é possível encontrar muitas igrejas e mausoléus de famílias ilustres. Essas construções também ficaram abandonadas e só começaram a ter um processo de restauro muitos séculos depois. Somente anos mais tarde, durante o período do Renascimento, alguns entusiastas resolveram intervir para recuperar a Via Appia Antica como vemos hoje. Com essas atividades de arqueologia os materiais encontrados abasteceram vários museus da Europa e nesse momento também surgiu a ideia de se criar um parque arqueológico. O Parco Regionale dell’Appia Antica tem por volta de 45 quilômetros, mas existem atividades de proteção para valorizar toda a extensão por onde a Via Appia passou. Esse complexo arqueológico, que é considerado um dos diversos patrimônios da UNESCO dentro da Itália, ajuda a conservar suas atrações. O parco conta com trinta pontos arqueológicos entre igrejas, catacumbas e aquedutos, cinco casas de serviço que são para atividades de informação aos turistas e de educação ambiental para crianças, além de paisagens incríveis para admirar e conhecer mais da fauna e flora que o espaço apresenta. Reserve um momento para esse passeio especial em sua viagem. O local é ótimo para quem gosta de admirar as paisagens e deseja conhecer mais sobre a genialidade da engenharia romana. Um dos passeios mais comuns nesse parque é feito de bicicleta. Logo na entrada existe um posto que aluga bicicletas e capacetes para os visitantes. A entrada no parque é gratuita, mas o aluguel das bicicletas, visitas guiadas e entrada de alguns pontos arqueológicos são pagas. Você encontra até excursões feitas de bicicleta que são contratadas no início da via e podem ser bastante divertidas. Opções de como apreciar o parque não vão faltar! Além das bicicletas, você também pode caminhar tranquilamente pela bela estrada e contratar até mesmo um passeio a cavalo. São várias formas de conhecer esse parque que abriga tantas histórias. Mais uma forma de passear pelo parque é através dos ônibus turísticos que podem ser contratados no centro de Roma e que te levam até a Via Antica. Neste caso, o ônibus não passa dentro da via Appia, pois veículos não são permitidos nessas ruas. Mas com eles você pode ter a comodidade do ônibus e o acompanhamento dos guias apresentando os pontos. Uma coisa importante para se lembrar é que o parque é gratuito e abre todos os dias, porém, as quartas-feiras é comum encontrar alguns monumentos fechados como a Catacumba di San Callisto, por exemplo. Por isso antes de planejar seu passeio é bom conferir os horários. Se você quiser estar mais próximo do campo e de um local mais tranquilo durante seu período em Roma, sem perder a viagem pela história que a cidade proporciona, esse passeio pode ser a solução para todos aqueles que querem se aventurar em uma viagem pelo tempo. Eu já escrevi outro artigo aqui no Blog que também trata a respeito das incríveis estradas romanas, você pode ler algumas curiosidades sobre a impressionante extensão delas clicando aqui e assim entender a expressão "todas as estradas levam a Roma". Deixe seu e-mail no campo logo abaixo do artigo e nunca mais perca uma postagem do blog! Você receberá as novidades, dicas e conteúdos gratuitos, semanalmente! Me conte nos comentários qual é a principal atração que você deseja conhecer na Itália e qual outro local você gostaria de ler sobre aqui no blog. Ci vediamo!
- Um passeio pela Galleria degli Uffizi
Venha conhecer este belíssimo museu de arte em Firenze Após escrever sobre pontos turísticos de Roma, a amada cidade eterna, chegou a hora de mudar de ares e conhecer outra belíssima cidade italiana. Pensei então em pegar o trem e partir rumo à romântica região da Toscana, onde está a cidade que é o berço do Renascimento italiano, Firenze. A história de Florença é intimamente ligada à história da arte renascentista e a cidade faz brilhar os olhos de qualquer visitante, proporcionando uma inesquecível experiência cultural. Ao visitar Florença é impossível deixar de conhecer um dos maiores museus da Itália, a Galleria degli Uffizi. O museu é também um dos mais famosos e antigos do mundo e é onde está reunida a maior e mais importante coleção de obras de arte de artistas renascentistas que existe! A Galleria degli Uffizi foi projetada pelo arquiteto Giorgio Vasari, por encomenda do duque de Florença, Cosimo I de Medici, em 1560. A intenção do duque era reunir no edifício os escritórios (uffizi) dos mais importantes magistrados da cidade, facilitando assim o controle da cidade. A construção ficou completa somente em 1580, quando quem comandava Florença era o duque Francesco I, um grande apreciador da arte e que decidiu reservar um dos andares do palácio para as obras de arte pertencentes à família Medici. A partir disso o local começou a ser um museu particular da família. Somente em 1769, com o fim do poder de comando da família Medici, a Galleria degli Uffizi finalmente abre as portas ao público, tornando-se então o primeiro museu da Itália. A coleção do museu reúne, em cerca de 50 salas dedicadas à arte, inúmeras esculturas e pinturas de valor inestimável. Ao longo dos ambientes é possível admirar incríveis obras de Giotto, Botticelli, Rembrandt, Leonardo da Vinci, Caravaggio, Michelangelo e diversos outros grandes artistas da história da arte. Os belos corredores da Galeria são adornados com esculturas romanas, afrescos, bustos e estátuas da família Medici, e o acervo do museu ainda inclui coleções de desenhos e estampas. Ao visitar as salas do museu, nos sentimos abraçados por um misto de emoções. É na Galleria degli Uffizi que podemos encontrar a única tela pintada por Michelangelo que sobreviveu até os dias de hoje, o quadro de moldura redonda e com cores vibrantes conhecido por Doni Tondo, ou Doni Madonna. Michelangelo costumava se destacar pela pintura de afrescos, como os da Capela Sistina, mas tinha na escultura sua verdadeira paixão. Isso torna a cena da Sagrada Família representada no quadro Doni Madonna ainda mais incrível e surpreendente, por se tratar de uma peça tão rara feita pelo gênio em meados de 1505. E por falar em obras icônicas, não posso deixar de citar o famoso quadro do artista florentino Sandro Botticelli, “O Nascimento de Vênus”, pintura célebre feita em 1485. A obra retrata Afrodite e nela é possível contemplarmos na cena o nascimento da deusa do amor e da beleza. Outra raridade que você encontrará em seu passeio são as pinturas de Leonardo da Vinci, que possui uma sala especialmente dedicada a ele. Lá é possível apreciar obras de quando o famoso da Vinci ainda era apenas um jovem artista com talento promissor e aprendiz do pintor Verrocchio. Nos quadros “Anunciação” e “Batismo de Cristo” é possível observar o trabalho em conjunto do aluno e seu mestre. Em meados dos anos 1850, 28 estátuas de mármore foram inseridas nos nichos dos pilares, ao lado de fora da Galeria, com a representação de alguns talentosos gênios da Toscana, como Giotto, Nicolau Maquiavel, Leonardo da Vinci, Galileu Galilei, Donatello e Michelangelo. Durante o passeio, você também pode aproveitar para relaxar tomando um café no terraço da galeria e assim apreciar a belíssima vista da cidade, com a cúpula do Duomo de Florença aparecendo bem próxima para você fotografar! Agora que você já conheceu um pouco sobre o que poderá encontrar na Galleria degli Uffizi, se desejar também pode dedicar um tempo para explorar o site do museu e se deslumbrar com as obras de inúmeros artistas. Você pode acessar a galeria virtual clicando aqui. Espero que esse breve passeio tenha inspirado você a conhecer a encantadora cidade de Florença, e que lá você reserve um tempo em seu roteiro de viagem para se maravilhar com a beleza das obras de arte que encontrará na fascinante Galleria degli Uffizi. Não esqueça de deixar aqui nos comentários qual é o próximo ponto turístico ou a cidade que você gostaria de conhecer na Itália, e assim viajaremos juntos por esse belo país!
- 10 curiosidades sobre o Anfiteatro Flavio em Roma
Conheça mais sobre esse belo monumento romano Que o Coliseu é uma das mais fantásticas obras já construídas, não há dúvidas. Tudo que envolve sua história é impressionante, mesmo após tantos séculos de existência. Resolvi então trazer para você algumas curiosidades sobre esse surpreendente monumento da Roma Antiga que se tornou cartão postal da cidade: 1. O Coliseu, chamado também de “Anfiteatro Flavio”, foi construído pelo Imperador Vespasiano, fundador da Dinastia Flaviana, aproximadamente no ano de 72 d.C., e inaugurado pelo seu filho, o Imperador Tito, em 80 d.C. O Coliseu ainda estava sendo construído quando houve a grade explosão do Vesúvio, em 79 d.C.; 2. Historiadores acreditam que o nome Coliseu tenha vindo do “Colosso de Nero”, uma estátua colossal de Nero, o imperador romano, que ele mesmo mandou construir e ficava próxima do local. A estátua era de bronze, possuía cerca de 30 metros de altura e foi demolida por Vespasiano; 3. Para construir o Coliseu foram usados mais de 100.000 metros cúbicos de mármore travertino; 4. É o maior anfiteatro do Império Romano e também do mundo! Tem a forma de uma elipse com o eixo maior de 188 metros de comprimento, o eixo menor de 156 metros de largura, a circunferência tem mais de 500 metros e a altura de 48 metros; 5. O Coliseu podia acomodar, segundo certos cálculos, de 40.000 a 45.000 espectadores. Para alguns historiadores é possível que esse número chegasse até 73.000; 6. O Coliseu também foi usado como piscina! Historiadores acreditam que os romanos inundavam a arena para fazer representações de batalhas navais com pequenos barcos; 7. Para cativar o povo com uma política de pão e circo, o Coliseu era uma atração diária e gratuita para todos! O público não pagava, mas os ingressos eram dados com o assento reservado e havia divisão nas arquibancadas conforme a classe social; 8. O Coliseu tinha uma cobertura retrátil, que protegia o público proporcionando sombra. Marinheiros habilidosos trabalhavam no topo da estrutura, manipulando o toldo chamado de “velarium” conforme a mudança do sol; 9. O lado Nordeste está quase intacto, embora o Coliseu tenha sido atingido por um raio em 217 d.C. e por terremotos nos anos de 442, 1231, 1255, 1349 e 1703; 10. Por muitos anos o Coliseu ficou abandonado e durante esse tempo aconteceram muitos saques ao monumento, que originalmente era todo revestido de mármore. O mármore da fachada e de algumas outras partes do Coliseu foi utilizado inclusive na construção da famosa Basílica de São Pedro, no Vaticano, e somente no século XVIII o Papa Bento XIV declarou o Coliseu um lugar sagrado e o monumento passou a ser preservado; 11. Curiosidade extra! Você sabia que tem uma Igreja dentro do Coliseu? Sim, é a Igreja de Santa Maria della Pietà al Colosseo, local de culto em memória dos mártires cristãos que perderam a vida dentro do Coliseu. Agora que você já sabe esses fatos sobre o grandioso monumento da Roma Antiga, deixe aqui nos comentários qual é o próximo ponto turístico que você gostaria de conhecer!
- Piazza Navona, a mais famosa praça de Roma
História e cultura no centro da cidade É um costume comum dos italianos se encontrarem em praças e isso faz parte do cotidiano deles. Mas além de estarem presentes no dia a dia dos romanos, essas praças fazem parte da história do país. Dentre as diversas praças que podem ser encontradas em Roma algumas se destacam, e hoje vamos conhecer um pouco mais sobre uma das principais e mais bonitas praças da cidade, La Piazza Navona. Pra entender um pouco mais da origem dessa praça e também do seu nome vamos viajar até a Roma de 86 d.C. Época do imperador Tito Flavio Domiciano, que fez parte da dinastia Flaviana, período que foi marcado por um programa de obras públicas e construções grandiosas, como por exemplo o Coliseu, que teve início através de seu pai Tito Flavio Vespasiano. Você pode inclusive conhecer algumas curiosidades sobre o Coliseu em meu outro artigo do blog, clicando aqui. O imperador Domiciano, mesmo tendo fama de cruel segundo alguns historiadores, foi responsável por diversos programas culturais para o povo. Entre suas ideias estava a de um local que atendesse às competições de atletismo, que na época não tinham um espaço específico para acontecer. O local escolhido foi o Campo de Marte, uma área pública de Roma que foi muito usada durante o governo de seu pai Vespasiano para o treinamento de militares. Inspirado em espaços gregos, Domiciano foi o responsável pelo primeiro estádio atlético permanente para competições esportivas em Roma. O estádio tinha capacidade para 30 mil espectadores, um espaço realmente grande para sua atividade. Para fins de comparação, o Coliseu atraía um público maior e suportava entre 50 e 80 mil pessoas. Além de ter o nome de Estádio de Domiciano, o local também era conhecido como Circo Agonal, do latim Circus Agonalis, pois a palavra "agones" significava “jogos”. Partindo do termo agones, a pronúncia foi se modificando com o tempo, transformando “agones” em "in agone" depois em "innagone", "innavone", "navone", até que finalmente, como chamamos hoje, Navona. Mas então você pode estar se perguntando, afinal, estamos falando sobre o Estádio de Domiciano ou sobre a Piazza Navona? A resposta é que a atual praça fica exatamente no mesmo local onde era o Estádio, inclusive tem até o mesmo formato! Hoje, cerca de 4 metros e meio abaixo da Piazza Navona, existe uma área arqueológica com as ruínas que restaram do grande Estádio de Domiciano. O local é tão surpreendente que foi declarado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco e você pode visitá-lo quando estiver em Roma. Com o passar dos anos, belas construções foram feitas ao redor da Praça Navona, como por exemplo o Palazzo Pamphilj, que hoje é sede da embaixada Brasileira. Ele foi construído a partir de casas da família Pamphilj, que era uma das famílias papais muito conhecida em Roma nos séculos XVI e XVII. Nessa época, o Palácio era grandioso, porém o centro da praça era simples, com uma pequena e frágil fonte. Mas quando Giovanni Battista Pamphilj se tornou o Papa Inocêncio X e sua família ganhou ainda mais prestígio, ele encomendou uma série de obras para embelezar a praça e o principal destaque foi La Fontana dei Quattro Fiumi. Após elaborar um concurso, o papa contratou o artista Gian Lorenzo Bernini para dirigir e realizar o trabalho da fonte pois ficou impressionado com o seu projeto. A fonte foi construída em 1651 e representa os maiores rios conhecidos até aquele momento. As quatro grandes esculturas retratam os rios Danúbio, Ganges, Rio da Prata e Rio Nilo e acompanham elementos de cada um dos quatro continentes representados. No alto da escultura está o brasão de mármore da família Pamphilj e uma pomba carregando um ramo de oliveira no bico. Além dessa imponente obra de Bernini a praça também conta com mais duas fontes, ambas projetadas por Giacomo Della Porta, por volta de 1575. Ao sul está La Fontana del Moro e ao norte fica a La Fontana del Nettuno. Essas três fontes trazem um ar refrescante à praça, que sempre foi um espaço para diversão, festivais e movimentos culturais, onde ainda hoje é possível apreciar artistas de rua como músicos e pintores. O local também é repleto de bares e restaurantes bastante convidativos. Por muitos anos, nos meses de agosto, a praça era inundada para que formasse o Lago di Piazza Navona, permitindo assim a diversão do povo romano durante o verão. Ainda podemos ver que a cultura está muito presente no local e a praça já foi cenário de grandes e famosos filmes como “Anjos e Demônios”, de 2009, e o filme “Para Roma com Amor” comédia de 2012 dirigida por Woody Allen. É uma das mais belas e famosas praças de Roma e continua sendo marcada pela cultura e pela história, merecendo assim uma visita especial. O acesso à praça é gratuito, mas lembre-se de também visitar o subsolo, rico em detalhes arqueológicos, uma verdadeira viagem no tempo. O ingresso para conhecer as ruínas do Estádio de Domiciano pode ser comprado online ou na bilheteria local e a visitação conta com um guia que explica a história dos esportes da antiguidade greco-romana, como luta, corrida, lançamento de disco e de dardo, e ainda mostra a história do estádio, apresentando toda sua organização, estrutura, arquibancadas e estátuas que faziam parte do local. Na praça você também encontra a igreja barroca de Sant'Agnese in Agone e também pode visitar o Palazzo Pamphilj, que hoje é sede da embaixada brasileira na Itália e conta com uma pinacoteca onde estão expostas obras de grandes mestres como Rafael e Caravaggio. O ingresso para a visita é comprado no próprio local e não é comum encontrar filas. Também na praça, perto da Fontana del Moro, você pode conferir o Museo di Roma que possui mais de 12 mil objetos, entre quadros, esculturas, fotografia e outros artefatos que ajudam a recontar a riquíssima história da cidade. Além disso, o museu ainda abriga exposições temporárias de arte. E se você está na Piazza Navona não pode deixar de conhecer o Pantheon. Já escrevi sobre essa belíssima obra arquitetônica e você pode ler meu artigo clicando aqui. O local fica a cerca de 400 metros da Piazza Navona. Espero que você tenha ficado animado em conhecer essa praça em Roma. Me conte nos comentários se você já conhecia a Piazza Navona e qual outro local turístico italiano você tem interesse em conhecer, assim poderei escrever sobre outros monumentos e te mostrar mais sobre esse belíssimo e amado país.
- Uma fortaleza em Roma
A história do Intrigante Castel Sant’Angelo Muitos monumentos de Roma são atrações imperdíveis e pontos turísticos costumeiros nos passeios dos turistas que visitam a Itália. Mas, entre tantos lugares de tirar o fôlego, falarei hoje sobre uma edificação diferente, que resistiu ao tempo e impressiona por sua grandeza monumental. O Castel Sant’Angelo, também conhecido como Mausoléu de Adriano, fica próximo ao Vaticano e às margens do Rio Tibre. É um monumento curioso e um destino atípico em Roma, que acompanhou a evolução da capital e foi modificado diversas vezes, tendo seu uso adaptado às diferentes fases da história da cidade, mas não costuma estar presente no roteiro de viagem de muitos turistas. A história do castelo tem quase dois mil anos e teve início com o Imperador Adriano, no ano de 130 d.C., quando Adriano planejou a construção de um local grandioso que serviria como um monumento funerário para ele e sua família. A construção do mausoléu só foi então concluída por outro Imperador, Antonino Pio, no ano de 139 d.C., um ano após a morte de Adriano. Mesmo o monumento ficando pronto depois de sua morte, suas cinzas foram transferidas ao Mausoléu e, de fato, o Imperador Adriano e sua esposa Sabina tiveram suas cinzas depositadas lá a mando de Antonino Pio. O sepulcro também abrigou os restos mortais da família do próprio Imperador Antonino Pio e de Faustina, sua esposa, assim como o Imperador Marco Aurélio e seus filhos também foram enterrados lá. Alguns anos mais tarde, em 403 d.C., o monumento acabou se transformando em uma fortaleza militar. O imperador Honório ordenou que lá incluíssem todas as ferramentas de defesa necessárias e que fossem feitas as devidas modificações na estrutura do castelo para que o mausoléu virasse um forte seguro. Com isso, o forte foi ligado à muralha Aureliana, que protegia a cidade de Roma, e assim por diversas vezes salvou a região que era vulnerável a saques e batalhas. O monumento já estava sob comando militar, mas o povo ainda o chamava de Mausoléu do Imperador. O nome só mudou depois de um fato curioso que ocorreu em uma época triste para Roma. Em 590 d.C. a cidade estava sendo devastada por uma grande epidemia de peste bubônica. A maior parte da Europa já havia sido atingida pela doença e haviam inúmeras mortes. Muitos romanos acreditavam que a praga era um castigo divino por conta da corrupção dentro da igreja, ideia que foi reforçada quando a doença chegou à cidade e a primeira vítima foi o Papa da época, Pelágio II. Por conta de sua morte a votação de um novo papa precisou acontecer. O papa escolhido foi Gregório I, e este teria um grande desafio pela frente ao acompanhar um povo que necessitava reforçar sua fé diante da epidemia. O novo papa deu suporte para os fiéis fazendo inúmeras missas e procissões pedindo ajuda aos céus para superar a peste. Em uma dessas procissões, o Papa Gregório I passava próximo ao Mausoléu do Imperador com o povo quando avistou o Santo Arcanjo Miguel voando sobre o monumento, guardando uma espada em sua bainha. O papa interpretou a aparição como um aviso divino de que o anjo protegeria a cidade e livraria Roma da peste. Pouco tempo depois a epidemia realmente chegou ao fim, o que foi visto como um milagre pela população. Em homenagem a este acontecimento colocaram uma grande escultura de anjo no topo do castelo. Além da mudança no terraço do castelo, também decidiram alterar o nome do local que, por conta do Santo Anjo Miguel que cuidou de Roma no momento da peste, passou a ser conhecido como Castelo do Santo Anjo, o Castel Sant'Angelo. Por ser um local seguro, diversas famílias ilustres de Roma tentaram comprar o forte para se protegerem de possíveis ataques durante a história. Durante o período em que o castelo foi propriedade da família Orsini, do Papa Nicolau III, uma modificação importante e extremamente estratégica foi feita em sua estrutura por volta do ano de 1277, o Passetto di Borgo. O passeto é uma passagem de 800 metros que conecta a fortaleza diretamente aos Castelos do Vaticano através de suas muralhas e foi construído para permitir que o chefe da Igreja se refugiasse rapidamente para dentro do forte a fim de se proteger em caso de perigo. Por um longo período o castelo foi propriedade do Vaticano e serviu como refúgio papal e prisão. Hoje o castelo pertence ao Estado Italiano e abriga o Museu Nacional de Castel Sant`Angelo e é aberto à visitação. O museu apresenta a longa história do castelo dividida em três partes principais: o mausoléu imperial, o castelo fortificado e os apartamentos papais. Ao longo dos cinco andares que podem ser visitados você pode conferir as celas antigas, os sepulcros, as esplêndidas salas com pinturas renascentistas, que estão muito bem conservadas, e também os quartos papais. Mas um dos locais mais esperados pelos turistas é o Terraço. Do alto do castelo temos uma deslumbrante vista de 360 graus da cidade de Roma e do Vaticano. Inclusive, no terraço você encontra indicações para localizar os grandes prédios de Roma na paisagem. Um dos melhores locais para apreciar a cidade eterna. Outra experiência interessante ao visitar o museu é fazer o caminho sobre o passetto, que inclusive foi cenário do filme “Anjos e Demônios”. Assim você pode percorrer o caminho feito pelos papas do castelo até o Vaticano. Mas para essa visita é necessário agendamento no site e só é permitido quando acompanhado por um guia credenciado. O ingresso pode ser comprado no site do museu ou na bilheteria do local que não costuma ter grandes filas durante o período da manhã, já que neste horário os turistas costumam ir para a praça do Vaticano para verem o Santíssimo Papa. O Castel Sant’Angelo também fica próximo da Praça Navona, cerca de 700 metros. Se você se interessa por arte sacra, também vale a pena visitar o Museo d’arte Sacra San Giovanni dei Fiorentini, que fica a 400 metros do castelo. Lá você poderá apreciar belíssimas obras de Michelangelo, Bernini e outros grandes artistas que contribuíram com a história da fé na cidade de Roma. Espero que o meu texto tenha inspirado você a conhecer essa grandiosa obra na capital italiana. Me conte nos comentários qual outro ponto turístico italiano você tem interesse em conhecer, ficarei muito feliz em escrever sobre outros monumentos históricos e assim te permitir saber mais sobre esse belíssimo e amado país.
- 10 curiosidades sobre a famosa carbonara
Conheça mais sobre essa deliciosa receita romana Continuando nosso passeio por Roma, fica difícil não querer saborear um delicioso prato da culinária local em um dos charmosos restaurantes que podemos encontrar na cidade. Pensei então na tradicional massa com carbonara! Que a famosa carbonara conquistou o paladar das pessoas por todo o mundo a gente já sabe. Mas será que você conhece tudo sobre essa receita tipicamente romana? Resolvi então trazer para você algumas curiosidades sobre esse delicioso prato típico de Roma, que é presença garantida nos cardápios da cidade: 1. A receita clássica leva apenas quatro ingredientes: queijo pecorino romano, pimenta-do-reino, ovos e guanciale. Guanciale é um tipo de bacon com sabor diferenciado e textura mais delicada, preparado com a bochecha (guancia) do porco; 2. Tradicionalmente, a massa mais utilizada na receita é o spaghetti, mas também é possível fazer carbonara com fettuccine e rigatoni; 3. Apesar de levar poucos ingredientes, o preparo da receita é complexo. Deve-se adicionar a massa à frigideira onde se preparou o bacon, e depois juntar com os ovos, o queijo e a pimenta, e mexer com cuidado para que o prato fique com aspecto cremoso e não vire um omelete. O ovo irá cozinhar com o próprio calor da massa; 4. Existem várias teorias sobre a origem da carbonara, uma delas é que a receita tenha sido feita com ingredientes fáceis de encontrar e preservar e por isso foi muito apreciada pelos trabalhadores das zonas montanhosas, que mineravam carvão vegetal, e em função disso seu nome deriva de carbone (carvão); 5. Há quem diga que o nome pode ter derivado da aparência causada pelos pequenos pedaços de guanciale frito, junto com a pimenta escura sobre a massa; 6. Os ingredientes principais do prato são muito semelhantes com a romana pasta alla gricia, mas que diferentemente da carbonara não leva ovo em sua receita; 7. É difícil saber ao certo quando a carbonara realmente surgiu. A popularidade do prato começou somente após a Segunda Guerra Mundial quando teria sido consumido pelos soldados norte-americanos, que posteriormente difundiram a receita nos Estados Unidos, e só depois dos anos 50 ela passou a ser mencionada em guias culinários e livros de receitas. A primeira menção ao spaghetti alla carbonara foi em um filme italiano de 1951, em uma fala do ator romano Aldo Fabrizi; 8. Essa receita é tão querida pelos romanos que existe um dia especial para homenagear o prato. É o Carbonara Day, em 6 de abril, e foi criado em 2017 pela Associação das Indústrias do Doce e da Massa Italianos (AIDEPI) junto com a Organização Internacional da Massa (IPO); 9. É uma das receitas italianas mais copiadas no mundo! Diversas alterações são feitas, dependendo de onde você a encontrar. Há quem substitua o pecorino por queijo parmesão, o guanciale por bacon tradicional e também é comum que retirem o ovo da receita e utilizem creme de leite. Já escrevi um artigo sobre esse e outros pratos italianos muito conhecidos e copiados aqui no blog, clique aqui para ler; 10. Apesar desta não ser uma receita com muito molho, vale lembrar que depois de saborear uma deliciosa receita italiana você não esqueça de fare la scarpetta! Sim, em Roma é comum ter pão acompanhando as refeições e é aceitável que você o passe limpando o molho que ficou no prato. Como diz o ditado, quando em Roma, faça como os romanos! Se quiser saber outras dicas de etiqueta para usar na Itália, pode ler meu artigo sobre isso clicando aqui. Espero que você tenha gostado de saber um pouco mais sobre esse prato da culinária romana! Agora que você já conhece essas curiosidades sobre a deliciosa carbonara, provavelmente deve estar com água na boca assim como eu. Não esqueça de deixar aqui nos comentários qual é o próximo ponto turístico, cidade ou prato típico que você gostaria de conhecer!
- O templo de Todos os Deuses
Surpreenda-se com o Panteão em Roma É no centro de Roma, na Piazza della Rotonda, que se encontra o impressionante e mais bem conservado monumento da Roma Antiga, o Panteão, um dos templos mais famosos da antiguidade. A praça leva esse nome graças ao próprio Panteão, que é também conhecido pelo nome de Igreja de Santa Maria Rotonda. Esse título vem pelo formato da cúpula do impressionante monumento. A fonte que enfeita o centro da praça foi construída em 1575 pelo escultor e arquiteto Giacomo Della Porta, por encomenda do Papa Gregório XIII. Nela foi colocado um obelisco egípcio em 1711, por ordem do Papa Clemente XI. O obelisco do Panteão foi construído na época de Ramsés II, entre 1279 a 1213 a.C. e levado a Roma pelo imperador Domiciano, que o colocou como decoração no seu Campense, templo dedicado à divindade egípcia Ísis, próximo à igreja de Santa Maria sopra Minerva. Foi colocado em frente ao Panteão somente em 1711, sobre a fonte de Giacomo Della Porta, a pedido do Papa Clemente XI. O obelisco tem pouco mais de seis metros, mas considerando a base da fonte e a cruz em seu topo, a obra atinge a altura de 14,52 metros. Mas o que realmente chama a atenção no local, é a grandiosidade do monumento Pantheon, o Panteão. Erguido há mais de dois mil anos, durante o período imperial, esse templo é um dos maiores símbolos da antiguidade de Roma e um dos monumentos mais bem preservados da época, uma obra fantástica da arquitetura e engenharia do Império Romano, que chama a atenção pela forma de enorme cúpula. Foi construído originalmente em 27 a.C. por Marco Vipsânio Agripa, genro de Augusto, mas após ser destruído por dois incêndios nos anos de 80 e 110 d.C., foi reconstruído por Adriano entre os anos de 120 a 124 d.C. Ao contrário do seu antecessor Trajano, o imperador Adriano abandonou a política expansionista e preferiu investir na consolidação das fronteiras e na unificação dos diversos povos que viviam dentro do Império, assim como na promoção e reconstrução de várias instituições civis e religiosas. Eu já falei aqui no blog sobre a belíssima Villa Adriana, construída na cidade de Tivoli durante o século II para ser uma residência do imperador romano Adriano. Você pode ler o artigo completo sobre esse fascinante local clicando aqui. Acredita-se que o Panteão foi construído como um templo para glorificar e homenagear diversos deuses romanos, sendo o teto em formato de abóboda uma referência ao céu. O nome do monumento é derivado das palavras gregas pan e theos, que significa "todos os deuses". Após a queda do Império Romano, o Papa Bonifácio IV obteve permissão do imperador bizantino Focas para converter o Panteão em uma igreja cristã, em 609 d.C., e assim o local foi transformado na Basílica de Santa Maria dos Mártires. Isso foi fundamental para a sobrevivência do Panteão, pois a conversão permitiu que a construção sobrevivesse aos séculos já que a igreja tinha os recursos para reparação e manutenção necessárias. O Panteão até hoje impressiona pela sua magnitude e perfeição nas proporções. As medidas de diâmetro e altura da cúpula são exatamente as mesmas, 43,3 metros, formando uma esfera perfeita. A cúpula do Panteão é a maior cúpula de concreto não reforçado do mundo, pesando quase 5000 toneladas, que se concentram em anéis de concreto. Ela não é sustentada por nenhum tipo de viga ou pilar! Para a construção da estrutura, nas camadas superiores da cúpula foram utilizados materiais mais leves como concreto com pedra pomes, além do formato dos caixotes ter aliviado o peso da construção. Já na parte inferior optaram por materiais mais sólidos e pesados. O Panteão é uma edificação tão impressionante que até mesmo Michelangelo se surpreendeu com sua estrutura. O monumento posteriormente influenciou alguns dos maiores arquitetos do Renascimento italiano e do período barroco, tornando-se um modelo de inspiração para muitas construções ao longo dos séculos. A entrada imponente é um grande pórtico, com enormes colunas, que remonta aos templos gregos helenísticos e deixa qualquer um deslumbrado. O interior é de tirar o fôlego. No topo da cúpula tem um óculo, uma abertura circular de 8 metros de diâmetro que permite ventilação, entrada de luz e também de chuva. É a única fonte de luz natural, causando um belo efeito visual no interior do local. Por conta do óculo, quando chove, também chove dentro do Panteão! O piso é levemente côncavo no centro e o escoamento da água se dá por ralos, uma série de furos no pavimento que fazem a água ser drenada. Grande parte do interior em mármore também sobreviveu ao tempo. Lá estão diversos nichos com afrescos e esculturas, assim como túmulos de personagens importantes da história italiana. O Panteão guarda o túmulo do grande artista renascentista Rafael. Também estão no Panteão as tumbas de dois reis da Itália, Vítor Emanuel II e seu filho Humberto I, assim como o de sua mulher, rainha Margherita, da casa Savoia. O harmonioso monumento de arquitetura pagã continua sendo utilizado até hoje como igreja católica, com missas celebradas no local aos domingos e dias santos, e onde também se realizam casamentos. Um fato curioso é que, como já contei anteriormente em outro artigo aqui no blog, o cimento utilizado para construir o Panteão, assim como outros monumentos romanos, é muito resistente. É provável que o templo da época do Império continue em bom estado de conservação daqui centenas, ou até milhares de anos, caso não seja destruído por um evento externo significante, pois ficam mais resistentes a cada dia que passa. Incrível! Quando você for conhecer o Panteão, lembre-se de aproveitar a proximidade para visitar também outros belos locais pela região, como a Piazza Navona e a Fontana di Trevi. O site oficial para saber os horários de funcionamento e informações sobre o Panteão é https://www.pantheonroma.com/. A entrada é gratuita! Me conte nos comentários se você gostou de conhecer essas curiosidades sobre o Panteão, e que outro ponto turístico de Roma é indispensável no seu roteiro de viagem à Itália.