top of page

Resultados da busca

1.png

136 itens encontrados para ""

  • A Arte Barroca na Bela Galleria Borghese

    Um pouco da história de um dos mais importantes museus de arte da Itália. A cultura artística está muito ligada à Itália e faz parte do cotidiano de Roma se deparar com arte pela cidade. Além de estar presente no dia a dia dos italianos, a arte faz parte da história do país. Dentre os diversos museus que podem ser encontrados pela Itália, hoje darei destaque a um deles! Vamos conhecer um pouco sobre a Galleria Borghese. Para contar um pouco de sua história, é importante mencionar que por volta de 1600 a Igreja Católica passava por um momento delicado. A população não estava satisfeita com a relação de poder que a igreja mantinha e também estava questionando seus dogmas. Esse foi o período da famosa Reforma Protestante, uma época marcada por muito questionamento. A Igreja Católica estava se sentindo ameaçada pelo protestantismo e queria reafirmar seus dogmas como verdade para manter seu domínio. Uma das formas que eles acreditavam que transmitiria isso seria através da arte. Os movimentos artísticos dessa época foram marcados pelo misto do terreno e do celestial, essa contradição entre a terra e o céu foi uma das principais características do Barroco, arte marcada pelo exagero, bastante dramática e com detalhes valorizados. Dois grandes artistas influenciaram esse movimento e ficaram conhecidos como os pais do Barroco. Um deles foi Michelangelo Merisi, mais conhecido como Caravaggio, e Gian Lorenzo Bernini. Caravaggio e Bernini eram famosos em Roma, cada um do seu modo. Enquanto Caravaggio era conhecido como um artista rebelde, Bernini era visto como mais sensato e centrado. Os quadros de Caravaggio eram realistas e com um espetacular uso de luz e sombra em forte contraste, características que marcaram suas obras. Ele era visto como um artista profano que pintava arte sacra, pois tinha um estilo de vida conturbado. Foi ajudado pelo cardeal Del Monte, que o hospedou em sua casa, e conforme aprimorava seu estilo de pintura, foi se destacando em sua arte e obtendo prestígio e sucesso. Já Bernini era filho de Pietro Bernini, escultor que trabalhou em obras para o papa Paulo V, da família Borghese, em Santa Maria Maggiore. Pietro foi ganhando a confiança do Paulo Quinto até que mostrou a ele e sua família o talento do seu filho Lorenzo Bernini. A família Borghese, que se interessava muito por arte, ficou encantada com o rapaz que dava seus primeiros passos em escultura de forma incrível. Fascinado pelos exemplos de esculturas antigas, Lorenzo Bernini foi desenvolvendo suas habilidades com esculturas e realizando trabalhos para a família Borghese. O sobrinho do papa Paulo V, o cardeal Scipione Borghese, era um apaixonado por arte e propôs a Bernini uma série de trabalhos como conclusões de esculturas e obras autorais. Ele ganhava cada vez mais clientes e sua vida profissional era muito intensa, com uma série de cargos oficiais nos trabalhos para a Igreja. Bernini, mesmo sendo muito egocêntrico, tinha uma boa fama, diferentemente de Caravaggio. Esses dois grandes artistas, com vidas pessoais tão diferentes, são considerados os pais do estilo Barroco e possuem obras de arte expostas na Galleria Borghese, local imperdível para os amantes da arte devido à quantidade e importância das esculturas e pinturas que lá se encontram. A galeria é um museu criado a pedido do cardeal Scipione Borghese, entre os anos de 1613 e 1616. O espaço de dois andares foi montado para ser um local de cultura, com exibição de arte antiga e moderna, para músicas e estudos, em um ambiente interno belíssimo e encantador. A coleção inicial foi do próprio Cardeal, mas pelos séculos seguintes o acervo se modificou um pouco por conta de algumas perdas e compras. Mesmo com essas modificações, a Galleria Borghese ainda preserva obras de Antonello da Messina, Giovanni Bellini, Raffaello, Tiziano, Correggio, Canova; além de quadros dramáticos de Caravaggio e esculturas fantásticas de Bernini. Como o Cardeal era um grande fã dos trabalhos de Bernini e Caravaggio, o acervo tem várias esculturas e quadros que vão mostrando a evolução desses artistas ao longo da vida. Os detalhes das obras impressionam e merecem atenção, como, por exemplo, as folhas com tons amarelados no quadro de Caravaggio e a pressão feita pelas mãos na escultura de Bernini. Detalhe é uma das características mais marcantes do Barroco. O museu fica na encantadora Villa Borghese, projetada por Flaminio Ponzio e Giovanni Vasanzio, que uniram edifícios, esculturas, monumentos, fontes e belíssimos jardins com plantas raras. O espaço, além de museus, é rodeado de árvores centenárias, lagoas e grandes espaços livres, onde você pode fazer um piquenique! A entrada na Villa Borghese é gratuita, mas a entrada nos museus é paga e pode ser comprada no local. Para a Galleria Borghese, o ideal é comprar o ingresso pelo site para evitar perder tempo em fila, pois a procura pelo museu é realmente grande. A Villa tem atração para todos os gostos e merece algumas horas para visitação. Lá você encontrará museus, praças, fontes e até um zoológico, sendo o Bioparco. Um local que merece destaque é o Terraço do Pincio, onde você pode admirar a vista panorâmica e ter a melhor vista da Piazza del Popolo. Vale ressaltar que o pôr do sol visto desse local também é fascinante. Mas esse é só um dos locais que destaco no meio de tantos que podem te surpreender. Esse artigo foi um pequeno resumo sobre a Galleria Borghese e todos os encantos que a grandiosa Villa Borghese pode te oferecer, e assim trazer para você mais um pouco desse país maravilho que é a Itália. Me conte nos comentários a principal atração que você deseja conhecer em Roma e qual outro local deseja ler a respeito aqui no blog. Deixe seu e-mail no campo logo abaixo do artigo e nunca mais perca uma postagem do blog! Você receberá as novidades, dicas e conteúdos gratuitos, semanalmente! Ci vediamo!

  • Piazza Navona, a mais famosa praça de Roma

    História e cultura no centro da cidade É um costume comum dos italianos se encontrarem em praças e isso faz parte do cotidiano deles. Mas além de estarem presentes no dia a dia dos romanos, essas praças fazem parte da história do país. Dentre as diversas praças que podem ser encontradas em Roma algumas se destacam, e hoje vamos conhecer um pouco mais sobre uma das principais e mais bonitas praças da cidade, La Piazza Navona. Pra entender um pouco mais da origem dessa praça e também do seu nome vamos viajar até a Roma de 86 d.C. Época do imperador Tito Flavio Domiciano, que fez parte da dinastia Flaviana, período que foi marcado por um programa de obras públicas e construções grandiosas, como por exemplo o Coliseu, que teve início através de seu pai Tito Flavio Vespasiano. Você pode inclusive conhecer algumas curiosidades sobre o Coliseu em meu outro artigo do blog, clicando aqui. O imperador Domiciano, mesmo tendo fama de cruel segundo alguns historiadores, foi responsável por diversos programas culturais para o povo. Entre suas ideias estava a de um local que atendesse às competições de atletismo, que na época não tinham um espaço específico para acontecer. O local escolhido foi o Campo de Marte, uma área pública de Roma que foi muito usada durante o governo de seu pai Vespasiano para o treinamento de militares. Inspirado em espaços gregos, Domiciano foi o responsável pelo primeiro estádio atlético permanente para competições esportivas em Roma. O estádio tinha capacidade para 30 mil espectadores, um espaço realmente grande para sua atividade. Para fins de comparação, o Coliseu atraía um público maior e suportava entre 50 e 80 mil pessoas. Além de ter o nome de Estádio de Domiciano, o local também era conhecido como Circo Agonal, do latim Circus Agonalis, pois a palavra "agones" significava “jogos”. Partindo do termo agones, a pronúncia foi se modificando com o tempo, transformando “agones” em "in agone" depois em "innagone", "innavone", "navone", até que finalmente, como chamamos hoje, Navona. Mas então você pode estar se perguntando, afinal, estamos falando sobre o Estádio de Domiciano ou sobre a Piazza Navona? A resposta é que a atual praça fica exatamente no mesmo local onde era o Estádio, inclusive tem até o mesmo formato! Hoje, cerca de 4 metros e meio abaixo da Piazza Navona, existe uma área arqueológica com as ruínas que restaram do grande Estádio de Domiciano. O local é tão surpreendente que foi declarado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco e você pode visitá-lo quando estiver em Roma. Com o passar dos anos, belas construções foram feitas ao redor da Praça Navona, como por exemplo o Palazzo Pamphilj, que hoje é sede da embaixada Brasileira. Ele foi construído a partir de casas da família Pamphilj, que era uma das famílias papais muito conhecida em Roma nos séculos XVI e XVII. Nessa época, o Palácio era grandioso, porém o centro da praça era simples, com uma pequena e frágil fonte. Mas quando Giovanni Battista Pamphilj se tornou o Papa Inocêncio X e sua família ganhou ainda mais prestígio, ele encomendou uma série de obras para embelezar a praça e o principal destaque foi La Fontana dei Quattro Fiumi. Após elaborar um concurso, o papa contratou o artista Gian Lorenzo Bernini para dirigir e realizar o trabalho da fonte pois ficou impressionado com o seu projeto. A fonte foi construída em 1651 e representa os maiores rios conhecidos até aquele momento. As quatro grandes esculturas retratam os rios Danúbio, Ganges, Rio da Prata e Rio Nilo e acompanham elementos de cada um dos quatro continentes representados. No alto da escultura está o brasão de mármore da família Pamphilj e uma pomba carregando um ramo de oliveira no bico. Além dessa imponente obra de Bernini a praça também conta com mais duas fontes, ambas projetadas por Giacomo Della Porta, por volta de 1575. Ao sul está La Fontana del Moro e ao norte fica a La Fontana del Nettuno. Essas três fontes trazem um ar refrescante à praça, que sempre foi um espaço para diversão, festivais e movimentos culturais, onde ainda hoje é possível apreciar artistas de rua como músicos e pintores. O local também é repleto de bares e restaurantes bastante convidativos. Por muitos anos, nos meses de agosto, a praça era inundada para que formasse o Lago di Piazza Navona, permitindo assim a diversão do povo romano durante o verão. Ainda podemos ver que a cultura está muito presente no local e a praça já foi cenário de grandes e famosos filmes como “Anjos e Demônios”, de 2009, e o filme “Para Roma com Amor” comédia de 2012 dirigida por Woody Allen. É uma das mais belas e famosas praças de Roma e continua sendo marcada pela cultura e pela história, merecendo assim uma visita especial. O acesso à praça é gratuito, mas lembre-se de também visitar o subsolo, rico em detalhes arqueológicos, uma verdadeira viagem no tempo. O ingresso para conhecer as ruínas do Estádio de Domiciano pode ser comprado online ou na bilheteria local e a visitação conta com um guia que explica a história dos esportes da antiguidade greco-romana, como luta, corrida, lançamento de disco e de dardo, e ainda mostra a história do estádio, apresentando toda sua organização, estrutura, arquibancadas e estátuas que faziam parte do local. Na praça você também encontra a igreja barroca de Sant'Agnese in Agone e também pode visitar o Palazzo Pamphilj, que hoje é sede da embaixada brasileira na Itália e conta com uma pinacoteca onde estão expostas obras de grandes mestres como Rafael e Caravaggio. O ingresso para a visita é comprado no próprio local e não é comum encontrar filas. Também na praça, perto da Fontana del Moro, você pode conferir o Museo di Roma que possui mais de 12 mil objetos, entre quadros, esculturas, fotografia e outros artefatos que ajudam a recontar a riquíssima história da cidade. Além disso, o museu ainda abriga exposições temporárias de arte. E se você está na Piazza Navona não pode deixar de conhecer o Pantheon. Já escrevi sobre essa belíssima obra arquitetônica e você pode ler meu artigo clicando aqui. O local fica a cerca de 400 metros da Piazza Navona. Espero que você tenha ficado animado em conhecer essa praça em Roma. Me conte nos comentários se você já conhecia a Piazza Navona e qual outro local turístico italiano você tem interesse em conhecer, assim poderei escrever sobre outros monumentos e te mostrar mais sobre esse belíssimo e amado país.

  • Uma fortaleza em Roma

    A história do Intrigante Castel Sant’Angelo Muitos monumentos de Roma são atrações imperdíveis e pontos turísticos costumeiros nos passeios dos turistas que visitam a Itália. Mas, entre tantos lugares de tirar o fôlego, falarei hoje sobre uma edificação diferente, que resistiu ao tempo e impressiona por sua grandeza monumental. O Castel Sant’Angelo, também conhecido como Mausoléu de Adriano, fica próximo ao Vaticano e às margens do Rio Tibre. É um monumento curioso e um destino atípico em Roma, que acompanhou a evolução da capital e foi modificado diversas vezes, tendo seu uso adaptado às diferentes fases da história da cidade, mas não costuma estar presente no roteiro de viagem de muitos turistas. A história do castelo tem quase dois mil anos e teve início com o Imperador Adriano, no ano de 130 d.C., quando Adriano planejou a construção de um local grandioso que serviria como um monumento funerário para ele e sua família. A construção do mausoléu só foi então concluída por outro Imperador, Antonino Pio, no ano de 139 d.C., um ano após a morte de Adriano. Mesmo o monumento ficando pronto depois de sua morte, suas cinzas foram transferidas ao Mausoléu e, de fato, o Imperador Adriano e sua esposa Sabina tiveram suas cinzas depositadas lá a mando de Antonino Pio. O sepulcro também abrigou os restos mortais da família do próprio Imperador Antonino Pio e de Faustina, sua esposa, assim como o Imperador Marco Aurélio e seus filhos também foram enterrados lá. Alguns anos mais tarde, em 403 d.C., o monumento acabou se transformando em uma fortaleza militar. O imperador Honório ordenou que lá incluíssem todas as ferramentas de defesa necessárias e que fossem feitas as devidas modificações na estrutura do castelo para que o mausoléu virasse um forte seguro. Com isso, o forte foi ligado à muralha Aureliana, que protegia a cidade de Roma, e assim por diversas vezes salvou a região que era vulnerável a saques e batalhas. O monumento já estava sob comando militar, mas o povo ainda o chamava de Mausoléu do Imperador. O nome só mudou depois de um fato curioso que ocorreu em uma época triste para Roma. Em 590 d.C. a cidade estava sendo devastada por uma grande epidemia de peste bubônica. A maior parte da Europa já havia sido atingida pela doença e haviam inúmeras mortes. Muitos romanos acreditavam que a praga era um castigo divino por conta da corrupção dentro da igreja, ideia que foi reforçada quando a doença chegou à cidade e a primeira vítima foi o Papa da época, Pelágio II. Por conta de sua morte a votação de um novo papa precisou acontecer. O papa escolhido foi Gregório I, e este teria um grande desafio pela frente ao acompanhar um povo que necessitava reforçar sua fé diante da epidemia. O novo papa deu suporte para os fiéis fazendo inúmeras missas e procissões pedindo ajuda aos céus para superar a peste. Em uma dessas procissões, o Papa Gregório I passava próximo ao Mausoléu do Imperador com o povo quando avistou o Santo Arcanjo Miguel voando sobre o monumento, guardando uma espada em sua bainha. O papa interpretou a aparição como um aviso divino de que o anjo protegeria a cidade e livraria Roma da peste. Pouco tempo depois a epidemia realmente chegou ao fim, o que foi visto como um milagre pela população. Em homenagem a este acontecimento colocaram uma grande escultura de anjo no topo do castelo. Além da mudança no terraço do castelo, também decidiram alterar o nome do local que, por conta do Santo Anjo Miguel que cuidou de Roma no momento da peste, passou a ser conhecido como Castelo do Santo Anjo, o Castel Sant'Angelo. Por ser um local seguro, diversas famílias ilustres de Roma tentaram comprar o forte para se protegerem de possíveis ataques durante a história. Durante o período em que o castelo foi propriedade da família Orsini, do Papa Nicolau III, uma modificação importante e extremamente estratégica foi feita em sua estrutura por volta do ano de 1277, o Passetto di Borgo. O passeto é uma passagem de 800 metros que conecta a fortaleza diretamente aos Castelos do Vaticano através de suas muralhas e foi construído para permitir que o chefe da Igreja se refugiasse rapidamente para dentro do forte a fim de se proteger em caso de perigo. Por um longo período o castelo foi propriedade do Vaticano e serviu como refúgio papal e prisão. Hoje o castelo pertence ao Estado Italiano e abriga o Museu Nacional de Castel Sant`Angelo e é aberto à visitação. O museu apresenta a longa história do castelo dividida em três partes principais: o mausoléu imperial, o castelo fortificado e os apartamentos papais. Ao longo dos cinco andares que podem ser visitados você pode conferir as celas antigas, os sepulcros, as esplêndidas salas com pinturas renascentistas, que estão muito bem conservadas, e também os quartos papais. Mas um dos locais mais esperados pelos turistas é o Terraço. Do alto do castelo temos uma deslumbrante vista de 360 graus da cidade de Roma e do Vaticano. Inclusive, no terraço você encontra indicações para localizar os grandes prédios de Roma na paisagem. Um dos melhores locais para apreciar a cidade eterna. Outra experiência interessante ao visitar o museu é fazer o caminho sobre o passetto, que inclusive foi cenário do filme “Anjos e Demônios”. Assim você pode percorrer o caminho feito pelos papas do castelo até o Vaticano. Mas para essa visita é necessário agendamento no site e só é permitido quando acompanhado por um guia credenciado. O ingresso pode ser comprado no site do museu ou na bilheteria do local que não costuma ter grandes filas durante o período da manhã, já que neste horário os turistas costumam ir para a praça do Vaticano para verem o Santíssimo Papa. O Castel Sant’Angelo também fica próximo da Praça Navona, cerca de 700 metros. Se você se interessa por arte sacra, também vale a pena visitar o Museo d’arte Sacra San Giovanni dei Fiorentini, que fica a 400 metros do castelo. Lá você poderá apreciar belíssimas obras de Michelangelo, Bernini e outros grandes artistas que contribuíram com a história da fé na cidade de Roma. Espero que o meu texto tenha inspirado você a conhecer essa grandiosa obra na capital italiana. Me conte nos comentários qual outro ponto turístico italiano você tem interesse em conhecer, ficarei muito feliz em escrever sobre outros monumentos históricos e assim te permitir saber mais sobre esse belíssimo e amado país.

  • O Glorioso Arco de Constantino

    O mais moderno arco triunfal romano Não é por acaso que Roma é uma das cidades mais visitadas do mundo: a bagagem histórica presente lá faz os visitantes se sentirem em um livro de história. Ao viajarmos para Roma podemos nos sentir em um verdadeiro museu ao ar livre. Com as centenas de obras-primas espalhadas pela cidade, cada uma delas carrega uma grande importância histórica, artística, cultural e social da sua época de criação. Hoje você vai conhecer o Arco di Costantino, uma imponente obra do final do Império Romano que narra uma parte importante da história romana e serviu de inspiração para arcos semelhantes pelo mundo. O Arco de Constantino faz parte de uma série de monumentos históricos fixados em Roma, que desperta no turista a sensação de desbravamento e coragem. O monumento foi especialmente criado para celebrar a vitória de Constantino contra Massenzio, na batalha pela Ponte Mílvia, em 312 d.C. e inaugurado dois anos depois, em 315 d.C. Neste período, o Império Romano encontrava-se dividido e Massenzio era o Imperador da capital italiana, enquanto Constantino era Imperador de Gália, Bretanha e Hispânia. Então, no ano de 315 d.C., com o triunfo de Constantino contra seu rival Massenzio, foi emerso o Arco de Constantino em sua homenagem, por uma decisão do Senado Romano. O local escolhido para posicionar o monumento foi precisamente onde ocorriam os chamados desfiles triunfais na era da Roma Antiga e que se findavam em uma farta celebração no Monte Capitolino. Fica estrategicamente ao lado do Coliseu. Ainda é próximo, também, do Palatino, considerado o berço da cidade romana e uma das partes mais antigas da cidade, compondo uma das sete colinas de Roma. O Arco de Constantino, situado na Via di San Gregorio, é considerado um dos pontos mais fotografados de Roma e, justamente pelo seu significado, possui um notável destaque entre os monumentos da cidade. O monumento, inclusive, serviu de inspiração para a construção do famoso Arco do Triunfo, construído por Napoleão em Paris, na França. Nos Jogos Olímpicos de 1960, que aconteceram entre agosto e setembro em Roma, o Arco de Constantino foi escolhido para representar a linha de chegada da Maratona. Uma curiosidade sobre o monumento é que um dos seus lados traz representações sobre guerra, enquanto o outro foi esculpido caracterizando a paz. Os dois opostos estão reunidos nessa imensa e surpreendente construção de mármore, repleta de detalhes. Também chama muito a atenção dos visitantes o seu excelente estado de conservação, sendo considerada uma das mais bem preservadas esculturas da cidade. Estima-se que as primeiras restaurações no Arco de Constantino foram feitas no século XVIII e a mais recente no final dos anos 1990. O Arco de Constantino é o arco mais moderno da capital, inspirado no Arco de Sétimo Severo, que fica em suas proximidades, no Fórum Romano. Foi construído em um conceito arquitetônico de reutilização e por isso possui em sua estrutura elementos de outras esculturas mais antigas da cidade, inclusive com cenas decorativas de outros imperadores, como Adriano e Marco Aurélio. O motivo para se reutilizar elementos e peças de outras esculturas se deu devido ao curto espaço de tempo para a sua construção, que iniciou em 312 d.C. sendo inaugurado em 315 d.C., fator que fez com que os arquitetos responsáveis pela criação do arco precisassem buscar soluções mais ágeis para erguer o monumento, inserindo elementos já anteriormente esculpidos para compor a grande obra. É um dos mais impressionantes monumentos de Roma, com 21 metros de altura, 25.9 metros de largura e 7.4 metros de profundidade. Na composição há três arcos de passagem, o central possui 11.5 metros de altura com 6.5 de largura, enquanto os arcos laterais possuem 7.4 metros de altura com 3.4 metros de largura cada um. Nos desenhos incorporados à escultura de mármore, Constantino foi representado como um bom imperador, de caráter piedoso e vitorioso. O ático, que é o elemento superior da fachada da construção, contém inscrições com homenagens a Constantino que indicam, segundo a narrativa histórica, que ele não era um conquistador, mas sim um homem que libertou Roma de quem a estava ocupando, chamando-o de “libertador da cidade” e “fundador da paz”. O local é cercado e protegido por guardas municipais, que tomam conta da construção para não ocorrerem atos de vandalismo e nem se ultrapasse o limite permitido de aproximação do monumento. Apesar disso, fica em um local aberto e pode ser facilmente acessado por grupos de turistas de todas as idades. É possível chegar ao local de ônibus e metrô, parando na estação Colosseo, que fica bem em frente ao grande Coliseu de Roma. Assim, você pode aproveitar e conferir três das atrações ali próximas: o Coliseu, o Monte Palatino e o Fórum Romano, e também conhecer o Arco di Costantino que é um ambiente de paisagem aberta e de livre acesso, com ampla área de circulação de pessoas, que vale a pena ser visitado. Um monumento como o Arco de Constantino representa aos visitantes um importante registro histórico de lutas e conquistas para as presentes e futuras gerações e abre na mente dos visitantes um mundo de descobertas e de resgate ao passado ao homenagear a história da humanidade. Uma das mais incríveis experiências que Roma proporciona é termos acesso à locais e ambientes não apenas documentados, mas materializados em nossa frente, o que nos permite usar nossa imaginação para compor aquela cena e refletir sobre seu papel no tempo e na história. Espero que o meu texto tenha inspirado você a conhecer essa grandiosa obra na capital italiana e que, quando for visitá-la, suas memórias permaneçam em suas melhores recordações. Me conte nos comentários qual outro ponto turístico da Itália você tem interesse em conhecer, ficarei feliz em escrever sobre outros monumentos históricos e assim te permitir saber mais sobre esse belíssimo país.

  • As principais vantagens de reconhecer a cidadania italiana

    Venha conhecer os principais benefícios de ter a cidadania italiana reconhecida Reconhecer a cidadania italiana é o sonho de muita gente. São milhares de brasileiros descendentes de italianos e que por esse motivo possuem o direito de reconhecer a cidadania jus sanguinis. Se você faz parte desse grupo, considere-se uma pessoa de sorte! Mas por acaso você já se questionou se vale a pena reconhecer a cidadania italiana? Hoje venho aqui te dizer que sim. Vou contar para você o que considero como as principais vantagens de ter a cidadania italiana reconhecida e o porquê de este ser um benefício de valor imensurável para tanta gente. Poder morar e trabalhar na Europa: Ter a oportunidade de morar e trabalhar no exterior é uma experiência enriquecedora que agrega em seu currículo e traz também satisfação pessoal. Possuir a liberdade de escolher qualquer um dentre os 28 países que fazem parte da União Europeia já é uma vantagem e tanto! Com a cidadania italiana você também possui o benefício de poder morar nos diversos países que fazem parte da Área Schengen. O Espaço Schengen é um tratado de livre circulação entre países, muitos deles não fazem parte da União Europeia, mas a cidadania italiana te permite viver lá também, sem precisar de um visto específico para isso. Poder viajar Não necessariamente você precisa obter o tão almejado passaporte vermelho após reconhecer a sua cidadania, pois este trata-se de um documento de viagem. O reconhecimento da cidadania italiana por si só já é de imenso valor, mas é importante também mencionar os benefícios de ter o passaporte europeu. Assim como poder morar e trabalhar em diversos países da União Europeia e viajar livremente pelos países da Área Schengen, a cidadania italiana também te permite uma maior facilidade na hora de viajar e diminui a burocracia, pois com o passaporte italiano não será necessária a emissão de visto para muitos países. Até mesmo para viajar para países fora da Europa, como Estados Unidos, Canadá e Japão, tendo passaporte italiano, você não precisará de visto de viagem, alguns deles apenas solicitarão uma autorização, sendo rapidamente feita a partir de um formulário online. No momento de desembarcar nestes países você também sentirá a diferença de estar munido com o passaporte italiano, pois a fila nos aeroportos é diferenciada para cidadãos europeus. O passaporte italiano é, inclusive, mais “forte” que o americano, no que se refere ao número de países onde é possível entrar sem a necessidade de visto, permitindo o acesso a 188 nações. Tornar-se um cidadão europeu Mais do que poder viajar, as vantagens de ter sua cidadania italiana reconhecida abrangem também os inúmeros benefícios de ser um cidadão europeu. Você poderá usufruir, por exemplo, do sistema de saúde público não só da Itália, mas dos diversos países que fazem parte da União Europeia. Poderá também contar com o sistema de educação oferecido por estes locais, assim como qualquer outro serviço público disponível aos cidadãos europeus também estará disponível para você. Pode inclusive fazer concurso, empreender, candidatar-se a cargos públicos e políticos. Sim, você terá os mesmos direitos de qualquer outro cidadão europeu, como se tivesse nascido naquele país! Poder estudar na Europa Sabemos a importância do conhecimento nas nossas vidas e ter certamente a oportunidade de estudar em uma universidade europeia é o desejo de milhares de pessoas. Estudar fora é uma experiência riquíssima que te possibilita abrir portas. Como cidadão europeu você poderá estudar na Europa e ter acesso facilitado e menos burocrático a algumas das mais renomadas faculdades do mundo, o que sem dúvida é uma conquista incrível. Você também poderia estudar na Europa sem ser cidadão europeu, mas uma das grandes diferenças neste caso é o preço. Em muitas universidades os valores diferem para quem é estudante estrangeiro e para quem é cidadão europeu, então como cidadão brasileiro você pagaria muito mais para ter acesso a mesma faculdade. Conquistar um sonho Sejam quais forem suas aspirações para o futuro, o significado de ser reconhecido como cidadão italiano é a realização de um sonho e também um retorno às suas origens. Como a cidadania italiana é transmitida por jus sanguinis, essa conquista ainda te permitirá passar a cidadania para os seus filhos, uma herança de valor incalculável que mudará a vida deles e permitirá que usufruam das mais diversas oportunidades. Você poderá proporcionar uma maior qualidade de vida para você e sua família caso opte por escolher outro país para viver. Graças a essa conquista, seus descendentes também poderão morar ou estudar fora do país, ter mais agilidade durante viagens e viverem com a indescritível vantagem de serem cidadãos europeus. Vivenciei essas diferenças após reconhecer a minha cidadania italiana e morar na Alemanha e espero que você também tenha a oportunidade de viver essa experiência. Ter acesso a produtos com qualidade superior e menor preço, viver em um local com maior segurança e infraestrutura e receber um salário que pode te proporcionar conforto também são diferenciais a serem considerados. Se você possui o sonho de reconhecer a cidadania italiana, é importante se atentar também à importância de saber falar italiano para enfrentar possíveis barreiras durante a jornada. Recentemente escrevi um artigo falando sobre imersão no idioma italiano, você pode começar a aprender e colocar em prática desde já, antes mesmo de estar na Itália. Você pode ler o artigo clicando aqui. Espero que o meu texto tenha inspirado você a correr atrás dos seus sonhos e buscar reconhecer a tão sonhada cidadania italiana e, com ela, mudar sua vida. Me conte nos comentários qual o principal benefício da cidadania italiana na sua opinião e se você já tem a cidadania italiana reconhecida ou se ainda é um sonho a ser realizado. Arrivederci!

  • Um passeio pela Galleria degli Uffizi

    Venha conhecer este belíssimo museu de arte em Firenze Após escrever sobre pontos turísticos de Roma, a amada cidade eterna, chegou a hora de mudar de ares e conhecer outra belíssima cidade italiana. Pensei então em pegar o trem e partir rumo à romântica região da Toscana, onde está a cidade que é o berço do Renascimento italiano, Firenze. A história de Florença é intimamente ligada à história da arte renascentista e a cidade faz brilhar os olhos de qualquer visitante, proporcionando uma inesquecível experiência cultural. Ao visitar Florença é impossível deixar de conhecer um dos maiores museus da Itália, a Galleria degli Uffizi. O museu é também um dos mais famosos e antigos do mundo e é onde está reunida a maior e mais importante coleção de obras de arte de artistas renascentistas que existe! A Galleria degli Uffizi foi projetada pelo arquiteto Giorgio Vasari, por encomenda do duque de Florença, Cosimo I de Medici, em 1560. A intenção do duque era reunir no edifício os escritórios (uffizi) dos mais importantes magistrados da cidade, facilitando assim o controle da cidade. A construção ficou completa somente em 1580, quando quem comandava Florença era o duque Francesco I, um grande apreciador da arte e que decidiu reservar um dos andares do palácio para as obras de arte pertencentes à família Medici. A partir disso o local começou a ser um museu particular da família. Somente em 1769, com o fim do poder de comando da família Medici, a Galleria degli Uffizi finalmente abre as portas ao público, tornando-se então o primeiro museu da Itália. A coleção do museu reúne, em cerca de 50 salas dedicadas à arte, inúmeras esculturas e pinturas de valor inestimável. Ao longo dos ambientes é possível admirar incríveis obras de Giotto, Botticelli, Rembrandt, Leonardo da Vinci, Caravaggio, Michelangelo e diversos outros grandes artistas da história da arte. Os belos corredores da Galeria são adornados com esculturas romanas, afrescos, bustos e estátuas da família Medici, e o acervo do museu ainda inclui coleções de desenhos e estampas. Ao visitar as salas do museu, nos sentimos abraçados por um misto de emoções. É na Galleria degli Uffizi que podemos encontrar a única tela pintada por Michelangelo que sobreviveu até os dias de hoje, o quadro de moldura redonda e com cores vibrantes conhecido por Doni Tondo, ou Doni Madonna. Michelangelo costumava se destacar pela pintura de afrescos, como os da Capela Sistina, mas tinha na escultura sua verdadeira paixão. Isso torna a cena da Sagrada Família representada no quadro Doni Madonna ainda mais incrível e surpreendente, por se tratar de uma peça tão rara feita pelo gênio em meados de 1505. E por falar em obras icônicas, não posso deixar de citar o famoso quadro do artista florentino Sandro Botticelli, “O Nascimento de Vênus”, pintura célebre feita em 1485. A obra retrata Afrodite e nela é possível contemplarmos na cena o nascimento da deusa do amor e da beleza. Outra raridade que você encontrará em seu passeio são as pinturas de Leonardo da Vinci, que possui uma sala especialmente dedicada a ele. Lá é possível apreciar obras de quando o famoso da Vinci ainda era apenas um jovem artista com talento promissor e aprendiz do pintor Verrocchio. Nos quadros “Anunciação” e “Batismo de Cristo” é possível observar o trabalho em conjunto do aluno e seu mestre. Em meados dos anos 1850, 28 estátuas de mármore foram inseridas nos nichos dos pilares, ao lado de fora da Galeria, com a representação de alguns talentosos gênios da Toscana, como Giotto, Nicolau Maquiavel, Leonardo da Vinci, Galileu Galilei, Donatello e Michelangelo. Durante o passeio, você também pode aproveitar para relaxar tomando um café no terraço da galeria e assim apreciar a belíssima vista da cidade, com a cúpula do Duomo de Florença aparecendo bem próxima para você fotografar! Agora que você já conheceu um pouco sobre o que poderá encontrar na Galleria degli Uffizi, se desejar também pode dedicar um tempo para explorar o site do museu e se deslumbrar com as obras de inúmeros artistas. Você pode acessar a galeria virtual clicando aqui. Espero que esse breve passeio tenha inspirado você a conhecer a encantadora cidade de Florença, e que lá você reserve um tempo em seu roteiro de viagem para se maravilhar com a beleza das obras de arte que encontrará na fascinante Galleria degli Uffizi. Não esqueça de deixar aqui nos comentários qual é o próximo ponto turístico ou a cidade que você gostaria de conhecer na Itália, e assim viajaremos juntos por esse belo país!

  • 10 curiosidades sobre a famosa carbonara

    Conheça mais sobre essa deliciosa receita romana Continuando nosso passeio por Roma, fica difícil não querer saborear um delicioso prato da culinária local em um dos charmosos restaurantes que podemos encontrar na cidade. Pensei então na tradicional massa com carbonara! Que a famosa carbonara conquistou o paladar das pessoas por todo o mundo a gente já sabe. Mas será que você conhece tudo sobre essa receita tipicamente romana? Resolvi então trazer para você algumas curiosidades sobre esse delicioso prato típico de Roma, que é presença garantida nos cardápios da cidade: 1. A receita clássica leva apenas quatro ingredientes: queijo pecorino romano, pimenta-do-reino, ovos e guanciale. Guanciale é um tipo de bacon com sabor diferenciado e textura mais delicada, preparado com a bochecha (guancia) do porco; 2. Tradicionalmente, a massa mais utilizada na receita é o spaghetti, mas também é possível fazer carbonara com fettuccine e rigatoni; 3. Apesar de levar poucos ingredientes, o preparo da receita é complexo. Deve-se adicionar a massa à frigideira onde se preparou o bacon, e depois juntar com os ovos, o queijo e a pimenta, e mexer com cuidado para que o prato fique com aspecto cremoso e não vire um omelete. O ovo irá cozinhar com o próprio calor da massa; 4. Existem várias teorias sobre a origem da carbonara, uma delas é que a receita tenha sido feita com ingredientes fáceis de encontrar e preservar e por isso foi muito apreciada pelos trabalhadores das zonas montanhosas, que mineravam carvão vegetal, e em função disso seu nome deriva de carbone (carvão); 5. Há quem diga que o nome pode ter derivado da aparência causada pelos pequenos pedaços de guanciale frito, junto com a pimenta escura sobre a massa; 6. Os ingredientes principais do prato são muito semelhantes com a romana pasta alla gricia, mas que diferentemente da carbonara não leva ovo em sua receita; 7. É difícil saber ao certo quando a carbonara realmente surgiu. A popularidade do prato começou somente após a Segunda Guerra Mundial quando teria sido consumido pelos soldados norte-americanos, que posteriormente difundiram a receita nos Estados Unidos, e só depois dos anos 50 ela passou a ser mencionada em guias culinários e livros de receitas. A primeira menção ao spaghetti alla carbonara foi em um filme italiano de 1951, em uma fala do ator romano Aldo Fabrizi; 8. Essa receita é tão querida pelos romanos que existe um dia especial para homenagear o prato. É o Carbonara Day, em 6 de abril, e foi criado em 2017 pela Associação das Indústrias do Doce e da Massa Italianos (AIDEPI) junto com a Organização Internacional da Massa (IPO); 9. É uma das receitas italianas mais copiadas no mundo! Diversas alterações são feitas, dependendo de onde você a encontrar. Há quem substitua o pecorino por queijo parmesão, o guanciale por bacon tradicional e também é comum que retirem o ovo da receita e utilizem creme de leite. Já escrevi um artigo sobre esse e outros pratos italianos muito conhecidos e copiados aqui no blog, clique aqui para ler; 10. Apesar desta não ser uma receita com muito molho, vale lembrar que depois de saborear uma deliciosa receita italiana você não esqueça de fare la scarpetta! Sim, em Roma é comum ter pão acompanhando as refeições e é aceitável que você o passe limpando o molho que ficou no prato. Como diz o ditado, quando em Roma, faça como os romanos! Se quiser saber outras dicas de etiqueta para usar na Itália, pode ler meu artigo sobre isso clicando aqui. Espero que você tenha gostado de saber um pouco mais sobre esse prato da culinária romana! Agora que você já conhece essas curiosidades sobre a deliciosa carbonara, provavelmente deve estar com água na boca assim como eu. Não esqueça de deixar aqui nos comentários qual é o próximo ponto turístico, cidade ou prato típico que você gostaria de conhecer!

  • 10 curiosidades sobre o Anfiteatro Flavio em Roma

    Conheça mais sobre esse belo monumento romano Que o Coliseu é uma das mais fantásticas obras já construídas, não há dúvidas. Tudo que envolve sua história é impressionante, mesmo após tantos séculos de existência. Resolvi então trazer para você algumas curiosidades sobre esse surpreendente monumento da Roma Antiga que se tornou cartão postal da cidade: 1. O Coliseu, chamado também de “Anfiteatro Flavio”, foi construído pelo Imperador Vespasiano, fundador da Dinastia Flaviana, aproximadamente no ano de 72 d.C., e inaugurado pelo seu filho, o Imperador Tito, em 80 d.C. O Coliseu ainda estava sendo construído quando houve a grade explosão do Vesúvio, em 79 d.C.; 2. Historiadores acreditam que o nome Coliseu tenha vindo do “Colosso de Nero”, uma estátua colossal de Nero, o imperador romano, que ele mesmo mandou construir e ficava próxima do local. A estátua era de bronze, possuía cerca de 30 metros de altura e foi demolida por Vespasiano; 3. Para construir o Coliseu foram usados mais de 100.000 metros cúbicos de mármore travertino; 4. É o maior anfiteatro do Império Romano e também do mundo! Tem a forma de uma elipse com o eixo maior de 188 metros de comprimento, o eixo menor de 156 metros de largura, a circunferência tem mais de 500 metros e a altura de 48 metros; 5. O Coliseu podia acomodar, segundo certos cálculos, de 40.000 a 45.000 espectadores. Para alguns historiadores é possível que esse número chegasse até 73.000; 6. O Coliseu também foi usado como piscina! Historiadores acreditam que os romanos inundavam a arena para fazer representações de batalhas navais com pequenos barcos; 7. Para cativar o povo com uma política de pão e circo, o Coliseu era uma atração diária e gratuita para todos! O público não pagava, mas os ingressos eram dados com o assento reservado e havia divisão nas arquibancadas conforme a classe social; 8. O Coliseu tinha uma cobertura retrátil, que protegia o público proporcionando sombra. Marinheiros habilidosos trabalhavam no topo da estrutura, manipulando o toldo chamado de “velarium” conforme a mudança do sol; 9. O lado Nordeste está quase intacto, embora o Coliseu tenha sido atingido por um raio em 217 d.C. e por terremotos nos anos de 442, 1231, 1255, 1349 e 1703; 10. Por muitos anos o Coliseu ficou abandonado e durante esse tempo aconteceram muitos saques ao monumento, que originalmente era todo revestido de mármore. O mármore da fachada e de algumas outras partes do Coliseu foi utilizado inclusive na construção da famosa Basílica de São Pedro, no Vaticano, e somente no século XVIII o Papa Bento XIV declarou o Coliseu um lugar sagrado e o monumento passou a ser preservado; 11. Curiosidade extra! Você sabia que tem uma Igreja dentro do Coliseu? Sim, é a Igreja de Santa Maria della Pietà al Colosseo, local de culto em memória dos mártires cristãos que perderam a vida dentro do Coliseu. Agora que você já sabe esses fatos sobre o grandioso monumento da Roma Antiga, deixe aqui nos comentários qual é o próximo ponto turístico que você gostaria de conhecer!

  • A exuberante fonte dos desejos em Roma

    Conheça a famosa Fontana di Trevi Construída encostada no edifício histórico conhecido como Palazzo Poli é onde encontramos a belíssima e mais famosa fonte de Roma, a Fontana di Trevi, um dos principais pontos turísticos da cidade. Com cerca de 26 metros de altura e 20 metros de largura, essa é a maior fonte de Roma. A história da sua origem nos leva para o ano de 19 a.C., quando a famosa fonte era o ponto final do menor aqueduto de Roma, conhecido como Aqua Virgo, ativo há mais de dois mil anos. Esse aqueduto remonta à época do Imperador Augusto, quando o arquiteto Marco Vipsânio Agripa o construiu para abastecer as Termas de Agripa, no Campo Marzio, com as águas da bacia de Salone, na via Collatina. A fonte de água que abastece o aqueduto fica a cerca de 20km de distância, e o caminho é percorrido quase que inteiramente de forma subterrânea, sendo o único aqueduto romano que ainda está em funcionamento. O aqueduto romano foi então restaurado diversas vezes, e a majestosa Fontana di Trevi que conhecemos hoje só foi construída muitos anos depois. Em 1453, o Papa Nicolau V ordenou que fosse consertado o aqueduto e construído uma pequena fonte. A origem do nome se deu devido à localização da fonte, no encontro de três ruas, tre vie. Anos mais tarde, em 1629, o Papa Urbano VIII, insatisfeito com a aparência da fonte, encomendou um projeto ao escultor e arquiteto Lorenzo Bernini, porém o projeto foi abandonado quando o papa faleceu. Durante o Renascimento e o período Barroco houveram diversas competições e projetos financiados por papas para a construção de fontes, e esse também foi o caso da Fontana di Trevi, com a competição realizada pelo Papa Clemente XII em 1731. A aparência final da Fontana di Trevi é o resultado de muitos anos de obras. Projetada por Nicola Salvi, que se inspirou em muitos detalhes do projeto anterior, de Bernini, a fonte só foi finalizada em 1762 por Giuseppe Pannini, após o falecimento de Nicola Salvi. A impressionante cena retratada na fonte é uma homenagem ao poder do mar e leva esculturas de artistas diferentes, como o imponente Netuno esculpido por Pietro Bracci e as estátuas da Saúde e Abundância de Filippo della Valle. Além de sua beleza ímpar, a fonte ficou muito famosa também pelo destaque cinematográfico. Uma das mais marcantes cenas do cinema italiano é ambientada no monumento, no filme La Dolce Vita, de Federico Fellini, em 1960. Mas o filme onde nasceu a famosa tradição de jogar moedas na fonte foi “A Fonte dos Desejos”, de 1954. A comédia romântica ainda leva a música Three Coins in a Fountain, de Frank Sinatra, em sua trilha sonora. Segundo a tradição, caso a pessoa jogue uma moeda na fonte, ela voltará à Roma futuramente. Inspirada pelo filme, a lenda ainda recebeu variações. Se jogar duas moedas na fonte, a pessoa encontrará o amor de sua vida. E caso jogue uma terceira moeda, o casamento com essa pessoa amada estará garantido. Milhares de moedas são jogadas diariamente na fonte para fazer pedidos! Mas segundo a tradição, você precisa seguir os passos corretamente. Para que o pedido funcione, você deve jogar a moeda virado de costas, por cima do ombro, com os olhos fechados. Como a Fontana é uma das principais atrações turísticas da cidade de Roma, ela costuma estar sempre muito movimentada. Caso prefira visitá-la em um horário menos tumultuado, opte por conhecê-la no início da manhã. Com toda essa atenção dos turistas que disputam espaço próximo à fonte, ansiosos para seguirem a tradição de jogar suas moedas, é possível imaginar que a arrecadação de euros seja significante, certo? Em um ano, são aproximadamente 1 milhão e meio de euros arrecadados na Fontana di Trevi! Durante a madrugada, funcionários da prefeitura retiram as moedas utilizando um aspirador. As arrecadações das moedas jogadas pelos milhões de turistas que visitam a famosa fonte são direcionadas para a entidade beneficente Caritas, organização social da Igreja Católica. O dinheiro arrecadado com as moedas é usado para ajudar diversas famílias em dificuldades econômicas, assim como moradores de rua e imigrantes atendidos pela entidade católica. Quando você for conhecer a Fontana di Trevi, lembre-se de aproveitar para visitar outras belas fontes pela região, como a Fontana della Barcaccia e a Fontana dei Quattro Fiumi. A bela Fontana della Barcaccia fica na Praça da Espanha, uma das mais famosas de Roma. Em frente à praça há uma escadaria de 136 degraus, que dá acesso direto a Igreja Trinità dei Monti, construída no início do século 16, em estilo gótico. A fonte barroca foi uma encomenda do Papa Urbano VIII e se destaca pelo formato de barco. Foi esculpida por Pietro Bernini com a participação de seu filho, Gian Lorenzo Bernini e assim como a Fontana di Trevi, também é alimentada pelas águas do aqueduto Aqua Virgo. Já a Fontana dei Quatto Fiumi você poderá conhecer quando visitar a Praça Navona, local que, no ano de 80 d.C., era um estádio construído pelo Imperador Domiciano, dedicado às competições atléticas. A fonte foi esculpida por Gian Lorenzo Bernini em 1651, após seu belo projeto ganhar o concurso elaborado pelo Papa Inocêncio X. A Fontana dei Quatto Fiumi prestigia quatro rios em diferentes continentes do mundo, o Rio Nilo, Ganges, Danúbio e Rio da Prata. Após conhecer a fonte dos desejos, você provavelmente sente uma conexão mais profunda com a história e a cultura da Itália. Agora, imagine-se explorando as ruas de Roma e pedindo informações em italiano com naturalidade. Isso será possível graças ao Desafio 15 dias de italiano explorando Roma! Clique no botão abaixo, inscreva-se e receba 15 dias de aulas de italiano gratuitamente:

  • O templo de Todos os Deuses

    Surpreenda-se com o Panteão em Roma É no centro de Roma, na Piazza della Rotonda, que se encontra o impressionante e mais bem conservado monumento da Roma Antiga, o Panteão, um dos templos mais famosos da antiguidade. A praça leva esse nome graças ao próprio Panteão, que é também conhecido pelo nome de Igreja de Santa Maria Rotonda. Esse título vem pelo formato da cúpula do impressionante monumento. A fonte que enfeita o centro da praça foi construída em 1575 pelo escultor e arquiteto Giacomo Della Porta, por encomenda do Papa Gregório XIII. Nela foi colocado um obelisco egípcio em 1711, por ordem do Papa Clemente XI. O obelisco do Panteão foi construído na época de Ramsés II, entre 1279 a 1213 a.C. e levado a Roma pelo imperador Domiciano, que o colocou como decoração no seu Campense, templo dedicado à divindade egípcia Ísis, próximo à igreja de Santa Maria sopra Minerva. Foi colocado em frente ao Panteão somente em 1711, sobre a fonte de Giacomo Della Porta, a pedido do Papa Clemente XI. O obelisco tem pouco mais de seis metros, mas considerando a base da fonte e a cruz em seu topo, a obra atinge a altura de 14,52 metros. Mas o que realmente chama a atenção no local, é a grandiosidade do monumento Pantheon, o Panteão. Erguido há mais de dois mil anos, durante o período imperial, esse templo é um dos maiores símbolos da antiguidade de Roma e um dos monumentos mais bem preservados da época, uma obra fantástica da arquitetura e engenharia do Império Romano, que chama a atenção pela forma de enorme cúpula. Foi construído originalmente em 27 a.C. por Marco Vipsânio Agripa, genro de Augusto, mas após ser destruído por dois incêndios nos anos de 80 e 110 d.C., foi reconstruído por Adriano entre os anos de 120 a 124 d.C. Ao contrário do seu antecessor Trajano, o imperador Adriano abandonou a política expansionista e preferiu investir na consolidação das fronteiras e na unificação dos diversos povos que viviam dentro do Império, assim como na promoção e reconstrução de várias instituições civis e religiosas. Eu já falei aqui no blog sobre a belíssima Villa Adriana, construída na cidade de Tivoli durante o século II para ser uma residência do imperador romano Adriano. Você pode ler o artigo completo sobre esse fascinante local clicando aqui. Acredita-se que o Panteão foi construído como um templo para glorificar e homenagear diversos deuses romanos, sendo o teto em formato de abóboda uma referência ao céu. O nome do monumento é derivado das palavras gregas pan e theos, que significa "todos os deuses". Após a queda do Império Romano, o Papa Bonifácio IV obteve permissão do imperador bizantino Focas para converter o Panteão em uma igreja cristã, em 609 d.C., e assim o local foi transformado na Basílica de Santa Maria dos Mártires. Isso foi fundamental para a sobrevivência do Panteão, pois a conversão permitiu que a construção sobrevivesse aos séculos já que a igreja tinha os recursos para reparação e manutenção necessárias. O Panteão até hoje impressiona pela sua magnitude e perfeição nas proporções. As medidas de diâmetro e altura da cúpula são exatamente as mesmas, 43,3 metros, formando uma esfera perfeita. A cúpula do Panteão é a maior cúpula de concreto não reforçado do mundo, pesando quase 5000 toneladas, que se concentram em anéis de concreto. Ela não é sustentada por nenhum tipo de viga ou pilar! Para a construção da estrutura, nas camadas superiores da cúpula foram utilizados materiais mais leves como concreto com pedra pomes, além do formato dos caixotes ter aliviado o peso da construção. Já na parte inferior optaram por materiais mais sólidos e pesados. O Panteão é uma edificação tão impressionante que até mesmo Michelangelo se surpreendeu com sua estrutura. O monumento posteriormente influenciou alguns dos maiores arquitetos do Renascimento italiano e do período barroco, tornando-se um modelo de inspiração para muitas construções ao longo dos séculos. A entrada imponente é um grande pórtico, com enormes colunas, que remonta aos templos gregos helenísticos e deixa qualquer um deslumbrado. O interior é de tirar o fôlego. No topo da cúpula tem um óculo, uma abertura circular de 8 metros de diâmetro que permite ventilação, entrada de luz e também de chuva. É a única fonte de luz natural, causando um belo efeito visual no interior do local. Por conta do óculo, quando chove, também chove dentro do Panteão! O piso é levemente côncavo no centro e o escoamento da água se dá por ralos, uma série de furos no pavimento que fazem a água ser drenada. Grande parte do interior em mármore também sobreviveu ao tempo. Lá estão diversos nichos com afrescos e esculturas, assim como túmulos de personagens importantes da história italiana. O Panteão guarda o túmulo do grande artista renascentista Rafael. Também estão no Panteão as tumbas de dois reis da Itália, Vítor Emanuel II e seu filho Humberto I, assim como o de sua mulher, rainha Margherita, da casa Savoia. O harmonioso monumento de arquitetura pagã continua sendo utilizado até hoje como igreja católica, com missas celebradas no local aos domingos e dias santos, e onde também se realizam casamentos. Um fato curioso é que, como já contei anteriormente em outro artigo aqui no blog, o cimento utilizado para construir o Panteão, assim como outros monumentos romanos, é muito resistente. É provável que o templo da época do Império continue em bom estado de conservação daqui centenas, ou até milhares de anos, caso não seja destruído por um evento externo significante, pois ficam mais resistentes a cada dia que passa. Incrível! Quando você for conhecer o Panteão, lembre-se de aproveitar a proximidade para visitar também outros belos locais pela região, como a Piazza Navona e a Fontana di Trevi. O site oficial para saber os horários de funcionamento e informações sobre o Panteão é https://www.pantheonroma.com/. A entrada é gratuita! Me conte nos comentários se você gostou de conhecer essas curiosidades sobre o Panteão, e que outro ponto turístico de Roma é indispensável no seu roteiro de viagem à Itália.

  • O país mais rico do mundo

    Símbolo de fé e poder, o Vaticano impressiona até os que não são católicos Com apenas 44 hectares, o Vaticano é o menor país mundo e considerando sua renda per capita, o país mais rico do globo. Oficialmente chamado de Estado da Cidade do Vaticano, a cidade-estado fica dentro da cidade de Roma e estima-se que tem uma população de oitocentas pessoas. Mas é preciso voltar muitos anos para entender como foi a formação deste país singular e toda sua riqueza, mais precisamente até o século I a.C., quando Agripina, neta do primeiro imperador romano Augusto, e mãe de Calígula, ordenou a drenagem do local para construção de jardins. Em 40 d.C. seu filho, Calígula, iniciou a construção de um circo no local e para decorá-lo trouxe do Egito o conhecido obelisco do Vaticano. A obra foi terminada pelo imperador Nero e levou o nome de Circo de Nero. Após o grande incêndio de Roma em 64 d.C., o local foi utilizado para mártir de cristãos que foram responsabilizados por Nero de ter causado o grande incêndio de Roma. Até hoje não se tem certeza das causas do incêndio, mas conta-se que enquanto a cidade queimava, Nero tocava lira e após o fato se aproveitou da situação para culpar aqueles que já não eram bem vistos na cidade. Entre os mártires cristãos, estão São Paulo que foi decapitado na Abadia das Três Fontes e São Pedro, que foi crucifixado de cabeça para baixo no Circo de Nero; local que hoje está a Basílica de São Pedro, construída em sua homenagem. A igreja católica teve grande influência nas cidades italianas e os papas governavam os Estados Pontifícios, reinando sobre considerável parte da península italiana, incluindo Roma e partes da França. Durante o processo de unificação da Península italiana, a Itália tornou os Estados Pontifícios parte do seu território. Em 1870 as tropas do rei Vitor Emanuel II invadiram Roma e a incorporaram ao estado. Em março de ano seguinte o rei ofereceu uma indenização ao Papa Pio IX pelo território, mas o mesmo a recusou. As disputas de território entre Estado e a Igreja são conhecidas como Questão Romana e tiveram seu fim apenas em 1929, quando Mussolini e o Papa Pio XI assinaram o Tratado de Latrão. O Tratado reconhece a soberania da Santa Sé sobre o Vaticano, declarando-o estado soberano e neste ato Mussolini indeniza o Vaticano em 1,75 bilhões de liras pelas terras tomadas na unificação do território italiano. O tratado tornou o catolicismo a religião oficial da Itália, mas em 1978 o mesmo foi reformulado e a Itália tornou-se um estado laico. A área se tornou a Cidade do Vaticano em 1929, mas os Papas residiam no território desde 1377, quando retornaram da cidade francesa de Avinhão. Mas anteriormente ao ano de 1309 e a residência em Avinhão, os mesmos residiam no Palácio de Latrão, em Roma, local dado por Constantino ao Papa Milcíades em 313. As principais atrações do Vaticano são: a Praça de São Pedro e sua basílica, os museus do Vaticano e dentro deste, a Capela Sistina e mesmo as pessoas que não são católicas se impressionam com suas obras grandiosas. A obra externa que mais nos surpreende é a Praça de São Pedro, principalmente por seu tamanho. A Praça possui 320 metros de comprimento e 240 de largura, sendo projetada por Bernini em 1656 para que o maior número de fiéis pudesse ver o Papa da fachada da basílica ou das janelas do palácio. A praça conta com 282 colunas de mármore travertino e acima destas estão 140 esculturas de santos de variadas épocas e locais. No meio da praça está o Obelisco do Vaticano, com 25 metros de altura, o monumento trazido do Egito por Calígula no ano de 37 para o seu circo, o obelisco só o ocupou o local atual em 1586. O Vaticano é o país símbolo da cristandade em todo mundo, mas quando se visita a Praça de São Pedro é impossível não se sentir envolto no sentimento de fé que vem da basílica. A basílica levou mais de um século para ficar como conhecemos hoje. A Basílica de São Pedro começou a ser construída em 328 por ordem do imperador Constantino, mas essa era uma versão menor da que vemos hoje e após contratempos a basílica chegou à ruína, sendo conhecida como Velha São Pedro. Depois de muitos anos, alterações no projeto e pessoas no controle da obra; a basílica foi entregue em 1626 pelo Papa Urbano VIII. E se a faixada exterior impressiona pelos seus 45 metros de altura, espere até adentrar à basílica. Com capacidade para 60 mil pessoas, a basílica possui 15.160 m² e é a maior igreja do mundo. Na entrada da basílica, a direita, encontra-se a Pietà de Michelangelo, protegida por vidro a prova de bala após o atentado de 1972. Antes disso, muitos fiéis tocavam o pé da obra e se benziam. A obra de mármore possui 1,74 cm por 1,95 cm e é a única que Michelangelo assinou. A basílica ainda conta com muitas outras obras como cúpula de Michelangelo, o baldaquino de São Pedro de Bernini, diversos túmulos de Papas. A entrada para a mesma é gratuita, mas é preciso prestar atenção a vestimenta para visita, não sendo aceito mostrar os ombros ou pernas. A basílica abre diariamente, de abril a setembro das 7h às 19h e de outubro a março das 7h às 18h. A poucos metros da basílica você encontrará os Museus do Vaticano, local de muitas riquezas e obras únicas, como a Capela Sistina. O Vaticano sempre deteve muitas obras e relíquias, mas de forma dispersa. Com a chegada do Renascimento e grande valor às obras de arte, o então Papa, Júlio II começou o movimento de unir as relíquias que o Vaticano dispunha. Com o tempo foram feitas incorporações e acréscimos, por isso são mencionados como museus, no plural. Os museus possuem obras desde o antigo Egito, até o século XX e contam com quatro rotas distintas, mas todas se encontram no ponto alto do passeio: a Capela Sistina. A visita é longa e aconselha-se pelo menos meio dia para o passeio, lembre-se de ir com um calçado muito confortável para ver todas obras com tranquilidade. E lá tem muitas obras mesmo! Por isso também é interessante comprar o ingresso antecipadamente, não perdendo tanto tempo na fila para entrar. Alguns locais se destacam no passeio, como: a Pinacoteca, o Museu Pio-Clementino, o Museu Gregoriano Egípcio, a Coleção de arte religiosa contemporânea. Ainda com muito destaque tem-se as Estâncias de Rafael, 4 salas decoradas com afrescos do artista; a Sala da Imaculada Conceição. As suas áreas externas são ótimas para descansar um pouco do grande passeio pelos séculos, principalmente Cortile dela Pigna, a área de destaca pela escultura de pinha do século I, que anteriormente ficava no Panteão. No centro do local, encontramos Sfera com sfera, obra de Pomodoro em 1990. Na saída dos museus você encontrará a Escada de Giuseppe Momo, com seu espetacular efeito óptico que lhe faz parecer muito maior que realmente é. A escada que serviu de inspiração para esta obra foi criada por Bramante, mas não está aberta para visitação. Você pode estar pensando que esqueci de uma parada muito importante neste passeio aos Museus do Vaticano, mas eu guardei o melhor para o final. Como falei anteriormente, o passeio pode ser feito por quatro rotas e todas delas darão na encantadora Capela Sistina. A Capela Sistina foi uma obra idealizada pelo Papa Sisto IV que tinha como objetivo construir uma capela para uso exclusivo dos papas e com ela homenagear a assunção de Nossa Senhora, atualmente a capela também é utilizada para votação papal. O Papa começou seu empreendimento em 1475 e o projeto da obra, desenvolvido por Baccio Ponteli e supervisionado por Giovannino de Dolci ficou pronto em 1481. A capela ficou pronta dois anos depois, e em 15 de agosto foi inaugurada com uma missa solene, levando em seu nome uma homenagem ao seu idealizador, Papa Sisto IV. As paredes laterais da capela foram decoradas em afrescos por artistas renomados de Florença, sobre a liderança de Botticelli. A parede esquerda representa a vida de Jesus e a direita a vida de Moisés, assim correspondendo ao antigo e novo testamento. No século XVI, o sobrinho de Sisto IV assume o papado sob o nome de Giulio II. Giulio era um grande admirador do trabalho de Michelangelo e desejava deixar seu legado na capela construída por seu tio, alcançando a glória máxima após sua morte. Quando entregue, o teto da capela era pintado de azul e possuía estrelas douradas, mas Giulio desejava um projeto mais impactante para deixar seu nome para história. Depois de algumas tentativas, Michelangelo que negava o projeto a Giulio por ser escultor e não pintor, acabou cedendo aos pedidos e ao poder do Papa. Durante quatro anos Michelangelo trabalhou no teto da capela, onde retratou as nove cenas do Gênesis. A cena mais famosa da obra é A criação de Adão, sendo considerada a obra que consagra Michelangelo como pintor excepcional, além de admirável escultor. Vinte sete anos após essa grande obra, durante o movimento da Reforma, Michelangelo é mais uma vez chamado para trabalhar na capela em outra obra que deveria representar o momento conflitante vivido pela Igreja. A pedido do Papa Clemente VII, Michelangelo volta a trabalhar na Capela Sistina, desta vez na parede do altar. A parede que originalmente possuía duas janelas e um afresco de Perugino representando a visitação de alguns pastores ao presépio, viria a ter suas janelas fechadas e ser substituída pelo Juízo final de Michelangelo. Mas Clemente VII faleceu antes que a obra começasse e quem a concretizou foi seu sucessor, Papa Paulo III. O Juízo final, consagra mais uma vez Michelangelo como excelente pintor, mas quando foi entregue pelo artista, recebeu muitas críticas, pois seus integrantes estavam nus. Ao ser pedido que consertasse a obra, Michelangelo se negou e a pintura se manteve assim até sua morte em 1564. Após o falecimento de Michelangelo, Daniele da Volterra acatou o pedido do então Papa Pio IV para que cobrisse a nudez de algumas figuras. Ao cumprir o pedido do Papa, Daniele recebeu o apelido de Il Braghettone, que significa o “fazedor de calças”. O trabalho ficou inacabado e por isso hoje podemos ver algumas figuras ainda nuas, como foram feitas por Michelangelo. Dentro de tantas histórias e obras, algo que pode surpreender os visitantes é o tamanho da capela. A capela possui 40,9 metros de comprimento, 13,4 metros de largura e 20,7 metros de altura. Comparada com os demais espaços do Vaticano, a Capela Sistina é considerada pequena e com sua história podemos perceber que seja no Vaticano, ou na Itália inteira, um pequeno local carrega muita história, segredos e arte. Lembrando que no interior da capela não é permitido fotografar, para que as obras sejam preservadas. Para se mover pela capela utilize as setas no canto superior esquerdo. A maioria dos apaixonados pela Itália e sua cultura, tem o sonho de conhecer o Vaticano e se surpreender com sua magnitude e poder. Para quem já possui Roma em seu roteiro, se aconselha que seja separado um dia exclusivo para conhecer esse pequeno país com calma. O metrô é o meio mais utilizado para chegar ao Vaticano, pegando a linha A em Roma você pode descer na parada Ottaviano. A parada fica a 10 minutos de caminhada do Museus do Vaticano e da Praça São Pedro. Esse artigo foi um pequeno resumo da imensidão de objetos e histórias que o Vaticano guarda para lhe trazer mais um pouco desse país maravilho e cheio de cultura dentro da Itália. Me conte nos comentários a principal atração que você deseja conhecer no Vaticano e qual outro local deseja ver aqui no blog.

  • Roma, a fascinante cidade milenar

    Conheça a Capital da República Italiana Quando falamos sobre a Itália, é impossível não mencionar seu destino mais popular, a capital Roma, também chamada de Cidade Eterna. A cidade de Roma é a capital da região do Lácio e também capital da República Italiana, sendo a maior cidade da Itália, com 1.285,3 km² de área. Com uma população de 2.844.395 habitantes em 2019, Roma é o município mais populoso da Itália e o terceiro maior da União Europeia, depois de Berlim e Madri. É também a cidade europeia com a maior superfície de áreas verdes. Conhecer a vasta história romana, que reúne séculos de conquistas e até hoje encanta a humanidade com seu rico legado cultural, nos faz compreender a grandiosidade e importância dessa cidade, berço da civilização ocidental. A história da Roma Antiga se divide em três grandes períodos históricos, que vão da Monarquia, entre os anos de 753 a.C. a 509 a.C., a República, entre 509 a.C. a 27 a.C., e finalmente o período do Império Romano, com a cidade de Roma sendo a capital entre os anos de 27 a.C. a 330 d.C. A expansão romana é marcada por grandes batalhas, como as Guerras Púnicas, que ocorreram durante o período da República, quando os romanos passaram a ter uma marinha e iniciar a expansão fora da península Itálica. Durante o processo de conquista e expansão territorial, os romanos absorveram da cultura grega muitas referências artísticas e costumes que podemos ver na cultura romana, então a preservação histórica permitiu o estudo da cultura grega também. Também pode-se dizer que a admirável grandeza do Império Romano se manifestou com a construção de aquedutos, ruas pavimentadas e esgotos. Já escrevi algumas curiosidades sobre a fantástica rede de estradas romanas e você pode ler o artigo clicando aqui. Hoje, a relevante arte romana atrai diariamente milhares de visitantes à Cidade Eterna, que buscam apreciar e conhecer a riqueza que se expressa em uma variedade de campos artísticos como a literatura, pintura, escultura, música e arquitetura. A importância histórica, monumental, artística e religiosa da cidade a torna um dos principais e mais populares destinos turísticos do mundo e a cidade mais visitada da Itália. São inúmeros pontos turísticos como praças, fontes, museus, galerias, igrejas e monumentos da Roma Antiga. De acordo com o site Sightmap, Roma é a segunda cidade mais fotografada do mundo depois de Nova York. O local mais visitado em Roma é o Anfiteatro Flávio, conhecido popularmente como Coliseu, o principal cartão postal da cidade e símbolo do Império Romano. Teve 7,5 milhões de visitantes em 2019 e é uma das mais extraordinárias obras da arquitetura e engenharia romana, que permitiram a construção de um monumento imponente e funcional para lutas de gladiadores e até mesmo batalhas navais! Tem capacidade para 75.000 visitantes e sua inauguração é datada de 80 d.C., durante o regime do imperador Tito, e permaneceu em uso por quase cinco séculos, quando teve seu último espetáculo em 523 d.C. O mármore da fachada e de algumas outras partes do Coliseu, que por muito tempo ficou abandonado, foi utilizado na construção de outro importante local histórico em Roma, a Basílica de São Pedro, no Vaticano. Hoje, ambos fazem parte dos monumentos italianos listados como Patrimônios Mundiais da Humanidade pela UNESCO, e continuam a impressionar pela grandiosidade e atrair turistas de todo o mundo. A contribuição do turismo constitui em cerca de 12% do PIB da cidade de Roma, que respira arte e cultura, enchendo os olhos dos visitantes que tem o privilégio de conhecer essa incrível cidade, que transborda a história de um passado glorioso. Quando falamos em história de Roma, é impossível não mencionar a lenda da fundação da cidade, que conta que a cidade foi fundada em 21 de abril de 753 a.C. pelos gêmeos Rômulo e Remo. Diz a tradição que os gêmeos, filhos do Deus Marte, foram abandonados pelo tio, o rei Amúlio, em um cesto no rio Tibre, fadados à morte. Felizmente, foram encontrados por uma loba, que os amamentou e criou até que fossem encontrados por um pastor chamado Fáustulo. Fáustulo levou os gêmeos para casa e os criou com sua esposa, Aca Laurência. Anos mais tarde, Rômulo e Remo decidiram construir uma cidade no local onde haviam sido encontrados pela Loba, nas margens do rio Tibre, mas depois de uma discussão, tragicamente Rômulo matou seu irmão e se tornou o primeiro Rei de Roma. Na sua viagem à Itália você certamente verá diversas estátuas que representam a loba e os gêmeos. É possível ver a bela escultura original em bronze da Loba Capitolina nos Museus Capitolinos, na Piazza del Campidoglio, em Roma, mas existem diversas réplicas espalhadas pela Itália e pelo mundo. Outro ponto turístico que vale a pena visitar é a Fontana di Trevi. É a maior e mais famosa fonte de Roma e encanta pelo seu estilo barroco. Aproximadamente 3.000 euros em moedas são jogados diariamente na fonte para fazer pedidos! Segundo a lenda, você voltará à Roma futuramente caso siga a tradição de jogar uma moeda de costas, com os olhos fechados. O Fórum Romano, no centro da cidade, foi o principal centro comercial da Roma Imperial e é outro destino imperdível para quem gosta de admirar a fascinante arquitetura da Roma Antiga. Outro local impressionante é a grandiosa estrutura do Panteão, na Piazza della Rotonda, templo construído durante o período imperial em homenagem aos diversos deuses romanos, uma das mais bem preservadas construções romanas antigas, com sua cúpula ainda intacta. O monumento permaneceu em uso durante toda a sua história e continua sendo utilizado até hoje como igreja católica dedicada à Nossa Senhora dos Mártires, com missas celebradas no local aos domingos e dias santos, e também casamentos. Quanto à religião, é importante mencionar que Roma, coração do cristianismo católico, é a única cidade no mundo que tem em seu interior um país inteiro, o enclave do Vaticano. Por esse motivo também pode ser considerada capital de dois estados. O Vaticano tem tantas particularidades que vale a pena eu escrever um artigo à parte, assim poderei dar a devida atenção a esse local tão especial no centro de Roma. Espero que você tenha gostado de conhecer um pouco mais sobre essa cidade que foi a primeira grande metrópole da humanidade, o coração de uma das mais importantes civilizações antigas, e que influenciou a sociedade, cultura, idioma, arte, filosofia, religião, lei e costumes dos séculos seguintes. Imagino que agora você já esteja até pensando no que espera visitar por lá! Me conte nos comentários qual o destino que você considera imperdível em Roma e que outras cidades você gostaria de conhecer.

1.png
BANNERS LATERAL BLOG_edited_edited.png
BANNERS LATERAL BLOG_edited_edited.png
2.png
2.png
Arte DS 1.jpg
Arte DS 1.jpg
bottom of page