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  • O país mais rico do mundo

    Símbolo de fé e poder, o Vaticano impressiona até os que não são católicos Com apenas 44 hectares, o Vaticano é o menor país mundo e considerando sua renda per capita, o país mais rico do globo. Oficialmente chamado de Estado da Cidade do Vaticano, a cidade-estado fica dentro da cidade de Roma e estima-se que tem uma população de oitocentas pessoas. Mas é preciso voltar muitos anos para entender como foi a formação deste país singular e toda sua riqueza, mais precisamente até o século I a.C., quando Agripina, neta do primeiro imperador romano Augusto, e mãe de Calígula, ordenou a drenagem do local para construção de jardins. Em 40 d.C. seu filho, Calígula, iniciou a construção de um circo no local e para decorá-lo trouxe do Egito o conhecido obelisco do Vaticano. A obra foi terminada pelo imperador Nero e levou o nome de Circo de Nero. Após o grande incêndio de Roma em 64 d.C., o local foi utilizado para mártir de cristãos que foram responsabilizados por Nero de ter causado o grande incêndio de Roma. Até hoje não se tem certeza das causas do incêndio, mas conta-se que enquanto a cidade queimava, Nero tocava lira e após o fato se aproveitou da situação para culpar aqueles que já não eram bem vistos na cidade. Entre os mártires cristãos, estão São Paulo que foi decapitado na Abadia das Três Fontes e São Pedro, que foi crucifixado de cabeça para baixo no Circo de Nero; local que hoje está a Basílica de São Pedro, construída em sua homenagem. A igreja católica teve grande influência nas cidades italianas e os papas governavam os Estados Pontifícios, reinando sobre considerável parte da península italiana, incluindo Roma e partes da França. Durante o processo de unificação da Península italiana, a Itália tornou os Estados Pontifícios parte do seu território. Em 1870 as tropas do rei Vitor Emanuel II invadiram Roma e a incorporaram ao estado. Em março de ano seguinte o rei ofereceu uma indenização ao Papa Pio IX pelo território, mas o mesmo a recusou. As disputas de território entre Estado e a Igreja são conhecidas como Questão Romana e tiveram seu fim apenas em 1929, quando Mussolini e o Papa Pio XI assinaram o Tratado de Latrão. O Tratado reconhece a soberania da Santa Sé sobre o Vaticano, declarando-o estado soberano e neste ato Mussolini indeniza o Vaticano em 1,75 bilhões de liras pelas terras tomadas na unificação do território italiano. O tratado tornou o catolicismo a religião oficial da Itália, mas em 1978 o mesmo foi reformulado e a Itália tornou-se um estado laico. A área se tornou a Cidade do Vaticano em 1929, mas os Papas residiam no território desde 1377, quando retornaram da cidade francesa de Avinhão. Mas anteriormente ao ano de 1309 e a residência em Avinhão, os mesmos residiam no Palácio de Latrão, em Roma, local dado por Constantino ao Papa Milcíades em 313. As principais atrações do Vaticano são: a Praça de São Pedro e sua basílica, os museus do Vaticano e dentro deste, a Capela Sistina e mesmo as pessoas que não são católicas se impressionam com suas obras grandiosas. A obra externa que mais nos surpreende é a Praça de São Pedro, principalmente por seu tamanho. A Praça possui 320 metros de comprimento e 240 de largura, sendo projetada por Bernini em 1656 para que o maior número de fiéis pudesse ver o Papa da fachada da basílica ou das janelas do palácio. A praça conta com 282 colunas de mármore travertino e acima destas estão 140 esculturas de santos de variadas épocas e locais. No meio da praça está o Obelisco do Vaticano, com 25 metros de altura, o monumento trazido do Egito por Calígula no ano de 37 para o seu circo, o obelisco só o ocupou o local atual em 1586. O Vaticano é o país símbolo da cristandade em todo mundo, mas quando se visita a Praça de São Pedro é impossível não se sentir envolto no sentimento de fé que vem da basílica. A basílica levou mais de um século para ficar como conhecemos hoje. A Basílica de São Pedro começou a ser construída em 328 por ordem do imperador Constantino, mas essa era uma versão menor da que vemos hoje e após contratempos a basílica chegou à ruína, sendo conhecida como Velha São Pedro. Depois de muitos anos, alterações no projeto e pessoas no controle da obra; a basílica foi entregue em 1626 pelo Papa Urbano VIII. E se a faixada exterior impressiona pelos seus 45 metros de altura, espere até adentrar à basílica. Com capacidade para 60 mil pessoas, a basílica possui 15.160 m² e é a maior igreja do mundo. Na entrada da basílica, a direita, encontra-se a Pietà de Michelangelo, protegida por vidro a prova de bala após o atentado de 1972. Antes disso, muitos fiéis tocavam o pé da obra e se benziam. A obra de mármore possui 1,74 cm por 1,95 cm e é a única que Michelangelo assinou. A basílica ainda conta com muitas outras obras como cúpula de Michelangelo, o baldaquino de São Pedro de Bernini, diversos túmulos de Papas. A entrada para a mesma é gratuita, mas é preciso prestar atenção a vestimenta para visita, não sendo aceito mostrar os ombros ou pernas. A basílica abre diariamente, de abril a setembro das 7h às 19h e de outubro a março das 7h às 18h. A poucos metros da basílica você encontrará os Museus do Vaticano, local de muitas riquezas e obras únicas, como a Capela Sistina. O Vaticano sempre deteve muitas obras e relíquias, mas de forma dispersa. Com a chegada do Renascimento e grande valor às obras de arte, o então Papa, Júlio II começou o movimento de unir as relíquias que o Vaticano dispunha. Com o tempo foram feitas incorporações e acréscimos, por isso são mencionados como museus, no plural. Os museus possuem obras desde o antigo Egito, até o século XX e contam com quatro rotas distintas, mas todas se encontram no ponto alto do passeio: a Capela Sistina. A visita é longa e aconselha-se pelo menos meio dia para o passeio, lembre-se de ir com um calçado muito confortável para ver todas obras com tranquilidade. E lá tem muitas obras mesmo! Por isso também é interessante comprar o ingresso antecipadamente, não perdendo tanto tempo na fila para entrar. Alguns locais se destacam no passeio, como: a Pinacoteca, o Museu Pio-Clementino, o Museu Gregoriano Egípcio, a Coleção de arte religiosa contemporânea. Ainda com muito destaque tem-se as Estâncias de Rafael, 4 salas decoradas com afrescos do artista; a Sala da Imaculada Conceição. As suas áreas externas são ótimas para descansar um pouco do grande passeio pelos séculos, principalmente Cortile dela Pigna, a área de destaca pela escultura de pinha do século I, que anteriormente ficava no Panteão. No centro do local, encontramos Sfera com sfera, obra de Pomodoro em 1990. Na saída dos museus você encontrará a Escada de Giuseppe Momo, com seu espetacular efeito óptico que lhe faz parecer muito maior que realmente é. A escada que serviu de inspiração para esta obra foi criada por Bramante, mas não está aberta para visitação. Você pode estar pensando que esqueci de uma parada muito importante neste passeio aos Museus do Vaticano, mas eu guardei o melhor para o final. Como falei anteriormente, o passeio pode ser feito por quatro rotas e todas delas darão na encantadora Capela Sistina. A Capela Sistina foi uma obra idealizada pelo Papa Sisto IV que tinha como objetivo construir uma capela para uso exclusivo dos papas e com ela homenagear a assunção de Nossa Senhora, atualmente a capela também é utilizada para votação papal. O Papa começou seu empreendimento em 1475 e o projeto da obra, desenvolvido por Baccio Ponteli e supervisionado por Giovannino de Dolci ficou pronto em 1481. A capela ficou pronta dois anos depois, e em 15 de agosto foi inaugurada com uma missa solene, levando em seu nome uma homenagem ao seu idealizador, Papa Sisto IV. As paredes laterais da capela foram decoradas em afrescos por artistas renomados de Florença, sobre a liderança de Botticelli. A parede esquerda representa a vida de Jesus e a direita a vida de Moisés, assim correspondendo ao antigo e novo testamento. No século XVI, o sobrinho de Sisto IV assume o papado sob o nome de Giulio II. Giulio era um grande admirador do trabalho de Michelangelo e desejava deixar seu legado na capela construída por seu tio, alcançando a glória máxima após sua morte. Quando entregue, o teto da capela era pintado de azul e possuía estrelas douradas, mas Giulio desejava um projeto mais impactante para deixar seu nome para história. Depois de algumas tentativas, Michelangelo que negava o projeto a Giulio por ser escultor e não pintor, acabou cedendo aos pedidos e ao poder do Papa. Durante quatro anos Michelangelo trabalhou no teto da capela, onde retratou as nove cenas do Gênesis. A cena mais famosa da obra é A criação de Adão, sendo considerada a obra que consagra Michelangelo como pintor excepcional, além de admirável escultor. Vinte sete anos após essa grande obra, durante o movimento da Reforma, Michelangelo é mais uma vez chamado para trabalhar na capela em outra obra que deveria representar o momento conflitante vivido pela Igreja. A pedido do Papa Clemente VII, Michelangelo volta a trabalhar na Capela Sistina, desta vez na parede do altar. A parede que originalmente possuía duas janelas e um afresco de Perugino representando a visitação de alguns pastores ao presépio, viria a ter suas janelas fechadas e ser substituída pelo Juízo final de Michelangelo. Mas Clemente VII faleceu antes que a obra começasse e quem a concretizou foi seu sucessor, Papa Paulo III. O Juízo final, consagra mais uma vez Michelangelo como excelente pintor, mas quando foi entregue pelo artista, recebeu muitas críticas, pois seus integrantes estavam nus. Ao ser pedido que consertasse a obra, Michelangelo se negou e a pintura se manteve assim até sua morte em 1564. Após o falecimento de Michelangelo, Daniele da Volterra acatou o pedido do então Papa Pio IV para que cobrisse a nudez de algumas figuras. Ao cumprir o pedido do Papa, Daniele recebeu o apelido de Il Braghettone, que significa o “fazedor de calças”. O trabalho ficou inacabado e por isso hoje podemos ver algumas figuras ainda nuas, como foram feitas por Michelangelo. Dentro de tantas histórias e obras, algo que pode surpreender os visitantes é o tamanho da capela. A capela possui 40,9 metros de comprimento, 13,4 metros de largura e 20,7 metros de altura. Comparada com os demais espaços do Vaticano, a Capela Sistina é considerada pequena e com sua história podemos perceber que seja no Vaticano, ou na Itália inteira, um pequeno local carrega muita história, segredos e arte. Lembrando que no interior da capela não é permitido fotografar, para que as obras sejam preservadas. Para se mover pela capela utilize as setas no canto superior esquerdo. A maioria dos apaixonados pela Itália e sua cultura, tem o sonho de conhecer o Vaticano e se surpreender com sua magnitude e poder. Para quem já possui Roma em seu roteiro, se aconselha que seja separado um dia exclusivo para conhecer esse pequeno país com calma. O metrô é o meio mais utilizado para chegar ao Vaticano, pegando a linha A em Roma você pode descer na parada Ottaviano. A parada fica a 10 minutos de caminhada do Museus do Vaticano e da Praça São Pedro. Esse artigo foi um pequeno resumo da imensidão de objetos e histórias que o Vaticano guarda para lhe trazer mais um pouco desse país maravilho e cheio de cultura dentro da Itália. Me conte nos comentários a principal atração que você deseja conhecer no Vaticano e qual outro local deseja ver aqui no blog.

  • A Itália em números | Turismo e arte

    Conheça números sobre o turismo na Itália e suas belas cidades Fiquei tão animado com o artigo anterior que resolvi continuar conhecendo a Itália através de seus números. Caso você não tenha lido o primeiro artigo ainda, pode acessar ele clicando aqui e descobrir comigo algumas curiosidades gerais sobre bem-estar e cultura italiana de uma forma diferente. Para continuar nessa jornada através dos números, resolvi buscar informações acerca de outros aspectos da Itália que chamam a atenção do mundo todo e movimentam o turismo do país: a história e a arte! A Itália concentra em seu pequeno território cerca de 75% do patrimônio artístico mundial, distribuído por toda a península. Com muitos séculos de história, a Itália é considerada o berço da civilização ocidental, dada a sua relevância cultural e histórica. O período entre os séculos XIV e XVI é conhecido como Renascimento e na Itália foi um momento de grandes realizações. Foi um período de muita riqueza científica, filosófica e artística. A literatura, pintura, música, arquitetura e escultura são campos expressivos da época, com obras que encantam até os dias de hoje. Durante a Renascença Italiana houve o surgimento de importantes nomes como Maquiavel, Leonardo da Vinci, Botticelli, Michelangelo e Rafael Sanzio, considerados gênios italianos, que se destacaram em diversas áreas. A Itália foi moldada durante centenas de anos de arte, história e cultura abundante, o que resultou em um país tão cheio de tesouros, com diversos monumentos e locais classificados como Patrimônio Mundial. A Itália e a China são os países com maior número de lugares que fazem parte da Lista de Patrimônio da Humanidade protegidos pela UNESCO, com 55 registros cada um. Inclusive, já falei sobre 2 destes locais em um artigo aqui do blog, clique aqui para conhecer. No Bel Paese, 50 destes patrimônios tratam-se de bens culturais, sendo apenas 5 locais classificados como bens naturais. Existem ainda mais 41 lugares candidatos para entrar na lista! Toda essa riqueza artística e histórica atrai milhares de pessoas ao país, que buscam conhecer a cultura italiana através do turismo. A Itália é o quinto país mais visitado do mundo, tendo recebido 62,1 milhões de turistas em 2019. Em quarto local da lista temos a China com 62,9 milhões de visitantes, em terceiro os EUA com 79,6 milhões e turistas, em segundo a Espanha com 82,7 milhões e o país com o maior número de visitantes é a França, com incríveis 89,4 turistas em 2019. A cidade de Roma é a capital do país e é o destino turístico mais popular da Itália, sendo a 16ª cidade mais visitada do mundo. Com 10,1 milhões de turistas em 2019, é a 3ª cidade mais visitada na União Europeia, perdendo apenas para Londres e Paris. O local mais visitado da Itália é o Coliseu, em Roma, com 7,5 milhões de visitantes em 2019, sendo um dos monumentos da já citada lista de Patrimônios Mundiais, com sua construção datada de 80 d.C e capacidade para 75.000 visitantes. Em segundo lugar, está a Galeria degli Uffizi, em Florença, que concentra uma rica coleção de obras do Renascimento, com 4,4 milhões de visitantes. Na galeria é possível prestigiar obras de artistas como Caravaggio, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael, Andrea Mantegna, Ticiano, Parmigianino, Peter Paul Rubens, Rembrandt, e Sandro Botticelli. Em terceiro lugar, com 3,9 milhões de viajantes, temos um destino turístico impressionante, a cidade de Pompeia, com sua área arqueológica constituída por ruínas da antiga cidade, atingida pela erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C. Muitos viajantes também buscam a Itália pelo turismo religioso, interessados em visitar locais sagrados e de importância histórica. Como é um país muito ligado à fé, cerca de 75% da população italiana é católica e a nação concentra o maior número de paróquias do mundo, com 25.610 em todo seu território. Existem inúmeros destinos de peregrinação na Itália. Dentro do território italiano, o principal destino religioso é o Vaticano, sede da Igreja Católica, sendo esse o menor Estado soberano do mundo, com área territorial de 44 hectares e população de apenas 618 pessoas. O Vaticano fica no coração de Roma, tem o Papa como a autoridade máxima e reúne fé, história e arte de uma forma única. No Vaticano está localizado o mais importante templo católico, a Basílica de São Pedro. Ela possui 23 mil metros quadrados, tem capacidade para até 60 mil fiéis e atrai cerca de 5 milhões de turistas anualmente. A Basílica de São Pedro reúne admiráveis obras de arte, como a famosa escultura Pietá, e se destaca pela beleza arquitetônica, com sua cúpula projetada por Michelangelo. Também no Vaticano, outro local muito visitado são os Museus Vaticanos, um conglomerado de diversos museus onde é possível visitar também a belíssima Capela Sistina. A capela recebe até 20 mil visitantes diários, com exceção desse período em que estamos vivendo a pandemia da Covid-19. É famosa por sua arquitetura e por ser decorada por pinturas dos maiores artistas da Renascença. Falando em arte, outro importante setor artístico de destaque é o cinema italiano, que é apreciado em todo o planeta. A Itália é o país mais premiado com o Oscar de filme estrangeiro, com 14 premiações e 28 indicações. A moda italiana também tem grande relevância! A prestigiada Semana de Moda de Milão acontece semestralmente na cidade, que é considerada uma das capitais mundiais da moda e sede de renomadas grifes de luxo, como Gucci, Dolce & Gabbana, Versace, Valentino, Prada e Armani. Como pudemos ver, existem muitas razões para os turistas, sejam eles estrangeiros ou da própria Itália, visitarem o Bel Paese e conhecerem sua arte, cultura e história. Imagino que você também já está pensando no que espera visitar por lá. Conhecer todos esses números italianos me deixou muito feliz! Ao admirar sua cultura pude me sentir um pouquinho mais perto da bela Itália. Me conte nos comentários o que você achou de poder conhecer mais esses números da Itália e que outras curiosidades você gostaria de conhecer.

  • Roma, a fascinante cidade milenar

    Conheça a Capital da República Italiana Quando falamos sobre a Itália, é impossível não mencionar seu destino mais popular, a capital Roma, também chamada de Cidade Eterna. A cidade de Roma é a capital da região do Lácio e também capital da República Italiana, sendo a maior cidade da Itália, com 1.285,3 km² de área. Com uma população de 2.844.395 habitantes em 2019, Roma é o município mais populoso da Itália e o terceiro maior da União Europeia, depois de Berlim e Madri. É também a cidade europeia com a maior superfície de áreas verdes. Conhecer a vasta história romana, que reúne séculos de conquistas e até hoje encanta a humanidade com seu rico legado cultural, nos faz compreender a grandiosidade e importância dessa cidade, berço da civilização ocidental. A história da Roma Antiga se divide em três grandes períodos históricos, que vão da Monarquia, entre os anos de 753 a.C. a 509 a.C., a República, entre 509 a.C. a 27 a.C., e finalmente o período do Império Romano, com a cidade de Roma sendo a capital entre os anos de 27 a.C. a 330 d.C. A expansão romana é marcada por grandes batalhas, como as Guerras Púnicas, que ocorreram durante o período da República, quando os romanos passaram a ter uma marinha e iniciar a expansão fora da península Itálica. Durante o processo de conquista e expansão territorial, os romanos absorveram da cultura grega muitas referências artísticas e costumes que podemos ver na cultura romana, então a preservação histórica permitiu o estudo da cultura grega também. Também pode-se dizer que a admirável grandeza do Império Romano se manifestou com a construção de aquedutos, ruas pavimentadas e esgotos. Já escrevi algumas curiosidades sobre a fantástica rede de estradas romanas e você pode ler o artigo clicando aqui. Hoje, a relevante arte romana atrai diariamente milhares de visitantes à Cidade Eterna, que buscam apreciar e conhecer a riqueza que se expressa em uma variedade de campos artísticos como a literatura, pintura, escultura, música e arquitetura. A importância histórica, monumental, artística e religiosa da cidade a torna um dos principais e mais populares destinos turísticos do mundo e a cidade mais visitada da Itália. São inúmeros pontos turísticos como praças, fontes, museus, galerias, igrejas e monumentos da Roma Antiga. De acordo com o site Sightmap, Roma é a segunda cidade mais fotografada do mundo depois de Nova York. O local mais visitado em Roma é o Anfiteatro Flávio, conhecido popularmente como Coliseu, o principal cartão postal da cidade e símbolo do Império Romano. Teve 7,5 milhões de visitantes em 2019 e é uma das mais extraordinárias obras da arquitetura e engenharia romana, que permitiram a construção de um monumento imponente e funcional para lutas de gladiadores e até mesmo batalhas navais! Tem capacidade para 75.000 visitantes e sua inauguração é datada de 80 d.C., durante o regime do imperador Tito, e permaneceu em uso por quase cinco séculos, quando teve seu último espetáculo em 523 d.C. O mármore da fachada e de algumas outras partes do Coliseu, que por muito tempo ficou abandonado, foi utilizado na construção de outro importante local histórico em Roma, a Basílica de São Pedro, no Vaticano. Hoje, ambos fazem parte dos monumentos italianos listados como Patrimônios Mundiais da Humanidade pela UNESCO, e continuam a impressionar pela grandiosidade e atrair turistas de todo o mundo. A contribuição do turismo constitui em cerca de 12% do PIB da cidade de Roma, que respira arte e cultura, enchendo os olhos dos visitantes que tem o privilégio de conhecer essa incrível cidade, que transborda a história de um passado glorioso. Quando falamos em história de Roma, é impossível não mencionar a lenda da fundação da cidade, que conta que a cidade foi fundada em 21 de abril de 753 a.C. pelos gêmeos Rômulo e Remo. Diz a tradição que os gêmeos, filhos do Deus Marte, foram abandonados pelo tio, o rei Amúlio, em um cesto no rio Tibre, fadados à morte. Felizmente, foram encontrados por uma loba, que os amamentou e criou até que fossem encontrados por um pastor chamado Fáustulo. Fáustulo levou os gêmeos para casa e os criou com sua esposa, Aca Laurência. Anos mais tarde, Rômulo e Remo decidiram construir uma cidade no local onde haviam sido encontrados pela Loba, nas margens do rio Tibre, mas depois de uma discussão, tragicamente Rômulo matou seu irmão e se tornou o primeiro Rei de Roma. Na sua viagem à Itália você certamente verá diversas estátuas que representam a loba e os gêmeos. É possível ver a bela escultura original em bronze da Loba Capitolina nos Museus Capitolinos, na Piazza del Campidoglio, em Roma, mas existem diversas réplicas espalhadas pela Itália e pelo mundo. Outro ponto turístico que vale a pena visitar é a Fontana di Trevi. É a maior e mais famosa fonte de Roma e encanta pelo seu estilo barroco. Aproximadamente 3.000 euros em moedas são jogados diariamente na fonte para fazer pedidos! Segundo a lenda, você voltará à Roma futuramente caso siga a tradição de jogar uma moeda de costas, com os olhos fechados. O Fórum Romano, no centro da cidade, foi o principal centro comercial da Roma Imperial e é outro destino imperdível para quem gosta de admirar a fascinante arquitetura da Roma Antiga. Outro local impressionante é a grandiosa estrutura do Panteão, na Piazza della Rotonda, templo construído durante o período imperial em homenagem aos diversos deuses romanos, uma das mais bem preservadas construções romanas antigas, com sua cúpula ainda intacta. O monumento permaneceu em uso durante toda a sua história e continua sendo utilizado até hoje como igreja católica dedicada à Nossa Senhora dos Mártires, com missas celebradas no local aos domingos e dias santos, e também casamentos. Quanto à religião, é importante mencionar que Roma, coração do cristianismo católico, é a única cidade no mundo que tem em seu interior um país inteiro, o enclave do Vaticano. Por esse motivo também pode ser considerada capital de dois estados. O Vaticano tem tantas particularidades que vale a pena eu escrever um artigo à parte, assim poderei dar a devida atenção a esse local tão especial no centro de Roma. Espero que você tenha gostado de conhecer um pouco mais sobre essa cidade que foi a primeira grande metrópole da humanidade, o coração de uma das mais importantes civilizações antigas, e que influenciou a sociedade, cultura, idioma, arte, filosofia, religião, lei e costumes dos séculos seguintes. Imagino que agora você já esteja até pensando no que espera visitar por lá! Me conte nos comentários qual o destino que você considera imperdível em Roma e que outras cidades você gostaria de conhecer.

  • Principais feriados e festividades na Itália

    Conheça os principais feriados italianos e suas origens Cada país desenvolve uma cultura própria, e com ela suas festividades e feriados. Algumas comemorações são locais, mas existem muitas que são comemoradas pelo país todo; e nas minhas pesquisas sobre os números da Itália, o calendário não ficou de fora! Hoje decidi compartilhar com você, que é apaixonado pela cultura italiana, quais são as datas mais comemoradas pela Itália, um pouco da sua origem e como os italianos costumam festejá-las. E se você sonha em conhecer a Itália, é bom conhecer seus principais feriados e festividades. Assim você não é pego de surpresa com locais fechados, e se preferir, ainda pode comemorar como os italianos fazem. Vamos ao nosso calendário festivo! Assim como no Brasil, começamos o ano com um feriado. Dia 1º de janeiro também é feriado nacional na Itália, para repor as energias gastas dia 31 de dezembro. No Brasil, costumamos brincar que o ano começa depois do carnaval, mas na Itália existe um ditado popular que ano começa depois do dia 06 de janeiro, dia da Epifania. O ditado popular diz: L’Epifania tutte le feste porta via. (A Epifania leva embora todas as festas). A Epifania, ou dia de Reis é cada vez mais comemorado na Itália de forma comercial como o dia da Befana. As comemorações acabaram se misturando, pois segundo a lenda, a bruxa Befana teria se negado a acompanhar os reis magos quando eles buscavam o caminho para Belém, para encontrar o menino Jesus. Arrependida, a bruxa leva doces para as crianças na madrugada do dia seis, tentando encontrar o menino Jesus. Befana deixa doces para as crianças que se comportam e carvão para as malcriadas. Lembrando que esta é uma tradição italiana, não uma versão do halloween. Fora das celebrações comerciais, o dia da Epifania é celebrado com procissões em toda Itália, destacando-se a de Florença, onde três homens percorrem a cidade a cavalo para levar os presentes ao menino Jesus. No Brasil a data não é feriado, sendo considerada como dia para desmontar a árvore de natal. Em fevereiro, o tradicional Carnaval costuma dar alguns dias de alegria para os foliões. Apesar de não ser considerado feriado em toda Itália, algumas cidades tem seus dias alterados pelas festividades e fantasias. Clique aqui para conhecer mais do carnaval de Veneza e como costuma ser o calendário da cidade nos dias de folia. Em abril os italianos comemoram a Páscoa, com uma diferença do Brasil. No Brasil, a sexta-feira anterior à páscoa (sexta-feira santa) é feriado, mas na Itália trabalha-se normalmente neste dia. Então na segunda-feira após a páscoa comemora-se a Pasquetta, conhecida também como Lunedi dell’Angelo, data introduzida após a segunda guerra para prolongar as comemorações pascais. A data celebra a aparição do anjo para mulheres que visitavam o sepulcro de Jesus, anunciando sua ressureição. Com o fim da quaresma, os italianos costumam cozinhar pratos mais requintados para páscoa, como o cordeiro. As sobras do dia de páscoa costumam ser deliciadas em piqueniques durante a Pasquetta, juntamente com outros pratos típicos de cada cidade. O feriado que costuma ser comemorado com a família ou amigos nos parques e praças, foi alterado este ano devido as restrições impostas pela covid-19. No dia 25 de abril é comemorada a Libertação italiana, dia escolhido como símbolo da expulsão dos soldados nazifascistas do solo italiano em 1945, durante a segunda guerra mundial. Neste dia os cidadãos costumam se reunir nas praças italianas com bandeiras e canções para comemorar a força da resistência italiana. Em 2020, devido ao isolamento social do coronavírus, a ANPI (Associazione Nazionale Partigiani d'Italia) convidou todos para festejarem este dia em suas casas com a campanha #bellaciaoinognicasa. Na data, o presidente italiano Mattarella depositou uma coroa de flores no túmulo do Soldado desconhecido no Altar da Pátria. Eu escrevi um artigo especial falando sobre este feriado e sua história. Clique aqui para ler o artigo O dia que se comemora a força da resistência italiana. O dia 25 de abril teve seus desdobramentos e consequências. A libertação da Itália fez com que no ano posterior, em 02 de junho de 1946 acontecesse um referendo nacional. O referendo deu fim à monarquia, tornando a Itália uma república. Assim dia 02 de junho é comemorado o feriado da República Italiana. Quase 90% dos italianos participaram do referendo, que deu fim a 85 anos de monarquia e 20 anos de regime fascista no país com 54% dos votos. Em 28 de junho do mesmo ano a assembleia constituinte elegeu o primeiro presidente da república italiana, Enrico de Nicola, que assumiu o poder em julho. A constituição da República Italiana foi aprovada em dezembro de 1947, entrando em vigor em 1º de janeiro de 1948. Anualmente nesta data, às 9 horas o Presidente da república coloca uma coroa de louros no Altar da Pátria em homenagem ao Ignoto Milite (soldado desconhecido). O túmulo do soldado desconhecido está localizado em Roma no Altare della Patria (Monumento à Vittorio Emanuele II) e é uma homenagem aos soldados italianos mortos ou desaparecidos durante a guerra. A homenagem é seguida por um desfile militar na Via dei Fori Imperiali com a presença da Frecce tricolori, espécie de esquadrão da fumaça italiana, que fazem acrobacias e soltam pelo céu fumaça com as cores da bandeira italiana. O feriado da República Italiana, que acontece na próxima terça-feira, 2 de junho, terá alterações devido as restrições sociais. A expectativa é que homenagem ao soldado desconhecido será mantida, diferente do dia 25 de abril, o presidente deve estar acompanhado de alguns membros de altos cargos, mantendo as regras de segurança do covid-19. O encerramento da cerimônia será feito pela Frecce tricolori como de costume, não sendo feito o desfile militar. Em 2020 muitas festividades foram afetadas pelo isolamento social que a covid-19 causou, assim como o feriado da República italiana. Mas no início de junho teremos outro passo na retomada das atividades. E esse 2 de junho será marcado pela reabertura da maior exposição já feita sobre o artista Renascentista Rafael Sanzio, que lembra os 500 anos da morte do artista. A exposição, que acontece na Scuderie del Quirinale, foi aberta em 5 de março, tendo previsão de término no dia 2 de junho. Assim sendo adiada até 30 de agosto para que, dentro das normas de segurança, as pessoas possam conhecer as obras deste artista tão importante na história italiana. Alguns feriados já foram impactados pelas mudanças que o coronavírus causou, mas ainda teremos algumas festividades até que o ano se encerre. Os próximos feriados serão mostrados como costumam acontecer na Itália anualmente, mas é possível que algumas festividades ainda sejam impactadas pelas normas de segurança para conter a transmissão do vírus. Se você pretende conhecer a Itália no mês de agosto, é bom se preparar, é possível que você encontre uma Itália diferente da esperada com o feriado de Ferragosto. O Feriado foi instituído em 18 a.C. pelo imperador Otávio Augusto. O termo do latim Feriae Augusti significa descanso de Augusto, era inicialmente comemorado dia 1º de agosto e sua proposta era descansar após as colheitas de julho. Durante o feriado aconteciam banquetes, corridas de cavalo e os trabalhadores podiam se divertir e descansar, também sendo utilizado como propaganda política do imperador. Mas normalmente as festividades duravam até duas semanas. A festividade pagã foi assimilada pela igreja católica por volta do século VII, que a alterou para o dia 15 de agosto, coincidindo com a Assunção de Maria. Assim o feriado, agora católico, leva um pouco da sua essência pagã de descanso e diversão. Principalmente durante a semana do dia 15 muitos restaurantes, lojas e até atrações costumam fechar, então é bom pesquisar bem para não encontrar nada fechado, ou lotado. Nas cidades menores é raro ter estabelecimentos abertos, sendo as cidades maiores menos impactadas pelo feriado. Mas você deve estar se perguntando, o que os italianos fazem então? Devido ao verão no hemisfério norte, muitos italianos estão de férias, aproveitando a época festiva para irem para praia. Então se o seu roteiro de viagem inclui alguma região com praia, prepare-se para competir por um local na areia e possivelmente com preços elevados, devido ao grande número de pessoas competindo pelos raios de sol e momentos de descanso. A data de 08 de dezembro é uma das mais simbólicas para a igreja católica, mesmo sendo um país laico, a religião católica é muito forte e neste dia comemora-se o dia da Imaculada Conceição como feriado nacional. Segundo o catolicismo, após a desobediência de Adão e Eva, todos os seus descendentes nascem com o pecado original. Mas em 1854, após muitos debates e votações, em sua bula Ineffabilis Deus, o Papa Pio IX institui o segundo dogma católico. O dogma diz que desde sua concepção, a Virgem Maria não possui o pecado inicial como os demais descendentes de Eva e Adão. Sendo protegida por Deus e coberta pela graça divina, a Virgem teve uma vida livre de pecados, só assim sendo possível que seu ventre carregasse Jesus. Neste dia o Papa costuma ir até a Piazza Spagna, onde está a Coluna da Imaculada Conceição e realiza uma cerimônia, normalmente às 16 horas. O feriado anuncia a chegada do Natal, sendo dia que os italianos montam a árvore de Natal e o Presépio. A árvore costuma ser desmontada no dia da Epifania, 6 de janeiro. Em dezembro os italianos comemoram o Natal e no dia seguinte, 26 de dezembro costuma-se celebrar o dia de Santo Estevão, primeiro mártir do cristianismo. Segundo o Novo Testamento em 36 D.C. Estevão foi acusado de blasfêmia e condenado ao apedrejamento, sendo o primeiro cristão a morrer pela sua fé. Em algumas cidades maiores o dia é de funcionamento normal das lojas e atrações. Além destes, na Itália os dias de 1º de maio e 1º de novembro também são feriados, sendo comemorado o dia dos trabalhadores e o dia de todos os Santos, respectivamente. E também os feriados locais, assim é aconselhável fazer uma pesquisa mais detalhada para não ter surpresas com seu roteiro de viagem. Me conte nos comentários qual destes feriados você gostaria de estar na Itália, aproveitando como os italianos costumam fazer.

  • A Itália em números | Bem viver e cultura

    Conheça a Itália de uma forma diferente, olhando seus números Quando falamos sobre a Itália, logo lembramos da sua história, da sua cultura, culinária, belas cidades, monumentos, e do seu povo, aquele que construiu a Itália que conhecemos. Os imperadores romanos, os grandes artistas do renascimento, os partigiani, os santos, aqueles que fugiram da miséria para recomeçar em outros países; as pessoas comuns, que mesmo não reconhecidas fizeram com que a Itália se tornasse o que é hoje. Refletindo um pouco sobre a história da Itália, suas figuras e como ela é hoje, lembrei de um italiano, Leonardo, aquele que adorava números e cálculos. Então resolvi buscar os números da Itália, tive a ideia de ver a Itália pelos olhos de Leonardo da Vinci, de maneira mais profunda e analítica. Os números nos permitem comparar de forma direta os países e como eles estão se desenvolvendo, além disso nos mostram de forma sublime a cultura de um país e como sua população se comporta. Um desses números comparativos é o IDH. O IDH mede o grau de desenvolvimento humano dos países, considerando dados como expectativa de vida, educação e o PIB; o índice vai de zero à um; e quanto mais alto, melhor é o desenvolvimento do país. Em 2019 o IDH da Itália foi de 0,883; ocupando a 29ª posição do ranking. Para você ter ideia, o Brasil ocupa a 79ª posição, com 0,761 de IDH, e os Estados Unidos possuem IDH de 0,920, sendo o 15º do mundo. Outros índices que vão nos mostrar um pouco mais das consequências da cultura italiana são as posições que a Itália ocupa nos rankings de qualidade de vida e saúde. A Itália ocupa a 20ª posição do ranking de qualidade de vida e o índice avalia aspectos como saúde, acesso à educação, saneamento básico e poder de compra da população. Dentro do aspecto de saúde, visto no índice de qualidade de vida italiana, podemos analisar as causas de mortalidade, a expectativa de vida da população e o acesso à água e esgoto. Essa análise dá à Itália a segunda posição como país mais saudável do mundo, atrás apenas da Espanha. A expectativa italiana é de 85 anos para mulheres e 83 para os homens, e em 2017 a Itália era o 2º país com maior número de idosos, perdendo para o Japão. A alta expectativa de vida italiana se dá principalmente por três fatores: sistema de saúde, alimentação balanceada e preocupação com o corpo e a mente. A Itália possui o SNN, sistema nacional de saúde, com consultas, exames e internações com custo baixo para que a população tenha amplo acesso. Assim muitas pessoas tem possibilidade de se cuidarem e envelhecer com uma qualidade de vida melhor. Podemos conhecer a Itália como o país da massa, mas a alimentação italiana vai muito além do macarrão e da lasanha. Os italianos costumam seguir uma dieta mediterrânea, baseada em alimentos frescos e naturais como frutas, legumes, cereais, azeite de oliva e peixes. Sem contar que muitas pessoas preparam sua própria massa, com ingredientes frescos e sem conservantes. E quando se fala de massa, a Itália realmente sai na frente nas exportações, em 2018 o país exportou 1,7 toneladas de massas, faturando 2,9 bilhões de dólares. Mas ainda fica muita massa no país, onde estima-se que cada italiano consome em média 26 kg por ano. Alguns hábitos são preservados pelos italianos mesmo nos dias tão corridos como os atuais. A cultura italiana nos traz uma certa leveza, apreciando aquele momento e vivendo ele com intensidade; ou também o ato não fazer nada. O “segredo italiano” para tranquilidade é conhecido como dolce far niente, (a doçura de não fazer nada). Mas não pense que isso é um mantra para ficar parado, o lema italiano está bem longe disso. Os italianos são um povo ativo e mesmo os idosos tem um papel importante na sociedade, não são aqueles “velhinhos” que precisam de ajuda constante. Podemos comparar o dolce far niente italiano ao conhecido carpe diem. Trabalhe, limpe a casa, mas pare, respire fundo, tome um bom café e veja alguns minutos passarem... E haja café! Os italianos consomem em média 3,1 xícaras por dia, chegando a quase 6 kg de café anualmente por pessoa. E para dar conta de tantas xícaras por dia, a Itália importa cerca de 9 milhões de sacas de café por ano. Mas você também pode tomar um bom vinho italiano olhando pela janela, apreciando a paisagem. Vinho não irá faltar quando você conhecer a Itália. O país é o maior produtor do mundo, produzindo 46,6 milhões de hectolitros em 2019. Esse volume se manteve 15% abaixo da expectativa devido as condições climáticas adversas do país em 2019, que sofreu com geadas durante a primavera e secas no verão. Mesmo sendo o primeiro em produção de vinho, a Itália fica com o 2º lugar em vendas e consumo (43,6 litros por pessoa em um ano), considerando apenas a quantidade de litros. Os números do consumo italiano não são notáveis apenas quando analisamos as massas, vinhos e cafés. Os queijos e azeites de oliva também mantem a Itália no topo do ranking em produção e consumo. A Itália contou com uma produção de 175 mil toneladas em 2019 e consumo médio anual de 14 litros de azeite de oliva por pessoa. E 1133 toneladas de queijo produzidas e um consumo médio de 22,9 kg de queijo por ano, quase a mesma quantidade que de massa! A culinária agrada italianos e todos que conhecem o país, ficando com um terço da despesa dos turistas que conhecem o Bel Paese. E não é deixada de lado na hora das lembrancinhas, 42% dos turistas escolhem um produto típico italianos para levar na mala, como vinho, queijos, azeite de oliva e até os salames acabam sendo “exportados”. Os números italianos me deixaram muito animado, com eles podemos conhecer um pouco mais da economia, cultura e consumo dos italianos. Me conta nos comentários o que você achou de conhecer a Itália desta forma numérica e que números italianos você gostaria de conhecer.

  • 6 dicas de etiqueta para usar na Itália

    Venha conhecer os costumes italianos e aproveite ao máximo da cultura Minha paixão pela Itália, sua cultura e língua me faz diariamente estar em contato com o idioma e além de escutar músicas e preparar lições para meus alunos, eu costumo fazer buscas em sites italianos. Além de praticar o idioma, buscar informações em sites italianos nos faz ter informações privilegiadas, nos abrindo um novo universo. Eu já falei um pouco sobre esse outro universo em um dos meus podcasts: Viajando no universo paralelo do idioma italiano e das informações diferenciadas, eu encontrei um teste que me chamou atenção. O teste de etiqueta da Accademia Italiana di Buone Maniere, Galateo e Costume me deixou curioso e resolvi testar o quanto eu sabia sobre as regras de etiqueta italiana. A academia tem sede em Roma e outras unidades em Florença, Milão e Nápoles. A mesma destina-se a estudar as regras de boas-maneiras italianas e ministrá-las em cursos básicos ou avançados. Assim como compartilhar conteúdos em seu blog, tem até um manual de boas-maneiras para uso de perfume! A Academia se define como: “L’Accademia Italiana di Buone Maniere, Galateo e Costume è il primo esempio in Italia di studio, ricerca e formazione sul cosiddetto “Saper Vivere”. L’Accademia nasce dall'esigenza di creare un luogo di studio e di incontro per l’approfondimento delle buone maniere, del Galateo e del Costume nei suoi vari aspetti letterari e pratici declinati anche alle scienze sociali, storiche e comportamentali. Entre algumas perguntas mais formais, uma das questões me surpreendeu. A questão perguntava se devia desejar “Buon apetito” e a resposta me parecia óbvia. Sim! Eu desejava bom apetite para meus amigos na Itália e isso era comum para mim. Como poderia responder diferente? Mas para academia não é educado desejar bom apetite e isso me mostrou um certo distanciamento entre as regras formais da academia e o que se encontra na Itália. Diante da minha surpresa, resolvi reunir um pouco da minha vivência na Itália com algumas regras que são mais utilizadas no dia a dia italiano. Assim sua viagem ou moradia na Itália vai ser ainda mais próxima da realidade local e você vai evitar alguns choques culturais na hora das refeições. Preparado para ter uma refeição italiana maravilhosa? Então vamos as dicas: 1. Cada prato na sua vez Nada de carne e risoto no mesmo prato ou salada com carne. As refeições italianas são feitas em etapas e cada tipo de alimento tem sua ordem para chegar à mesa. A refeição típica italiana é composta por: antipasto, primi piatti, secondi piatti e insalata. E depois da refeição ainda tem o cafezinho. Então nada de se empolgar nas entradas e ficar sem provar todos os pratos. No vídeo a seguir eu explico o que você encontrará em cada etapa: 2. Refeição não é apenas comida Na Itália comer é um ato sagrado, todos se sentam à mesa juntos para apreciar a refeição e a companhia das pessoas. Comer fora da mesa é um gesto visto como mal-educado, significando que você não se importa com a cerimônia social e seu anfitrião ficará chateado. Assim como o uso de celular na mesa, demonstrando pouca importância que a pessoa está dando àquele momento. Por isso na Itália é raro ver alguém andando e comendo. Isso nos mostra ainda mais a importância de cada momento para os italianos. Afinal andar e comer ao mesmo tempo, significa andar e comer pela metade. Um dos itens que costuma fugir desta regra de andar e comer é o delicioso gelato. 3. Com as mãos Nada de faca para cortar o pãozinho na hora das refeições. Os pães costumam acompanhar os primi piatti, mas você também pode encontrá-los no antipasto. Sabe aquele molho que fica no prato depois da massa? O pãozinho está ali para que você se delicie e limpe o prato, literalmente. Fare la scarpetta é o nome dado ao ato de pegar o pão e passa-lo pelo prato pegando o molho, com a mão. Outro prato que é saboreado com as mãos é a pizza. Os italianos costumam cortar pedaços de pizza com a faca e depois comê-los com a mão. Lembrando que a pizza é uma refeição individual na Itália. 4. Nada de trocas No Brasil é normal o cliente alterar o pedido. Tira cebola, tira pimenta, coloca isso ou aquilo. Mas como você já percebeu, as refeições na Itália são especiais e se a receita é assim, será feita assim. Vale lembrar que ketchup e maionese não estão na receita da pizza, sendo considerados crimes culinários. 5. De olho nos gestos Cuidado com o gesto na hora de tentar elogiar alguma refeição. No Brasil, o gesto é mais comum para essa situação é feito puxando levemente uma das orelhas. Na Itália esse gesto significa que a pessoa é homossexual. Então é bom prestar atenção para não confundir. Na Itália devemos colocar o dedo indicador na bochecha e girá-lo, assim indicamos uma boa refeição. 6. Cappuccino tem hora Cappuccino é visto como café da manhã pelos italianos e eles vão te olhar estranho se você o tomar depois de alguma refeição. Principalmente porque o café depois das refeições é visto como uma forma de ajudar a digestão, e o leite do cappuccino atrapalharia o processo. Esse momento será perfeito para você experimentar o famoso expresso italiano. Essas são as minhas 6 dicas para uma boa refeição ao estilo típico italiano, não desejo de modo algum desmerecer as normas formais da Academia. Outra coisa que é importante mencionar, para que você não se assuste em algum restaurante, é que em várias regiões da Itália é comum e perfeitamente normal assoar o nariz em público e até durante as refeições. Presenciei várias vezes esse ato peculiar e barulhento, pra não falar outra coisa. Mas, na minha opinião, são essas coisas diferentes que enriquecem a experiência cultural de uma viagem. Não devemos julgar, até porque alguns de nossos costumes são inaceitáveis em outros países. Meu objetivo com este artigo foi de trazer as normas sociais nas refeições italianas em seu dia a dia, compartilhando o cotidiano de uma casa ou restaurante italiano. Aqui no blog eu já escrevi um artigo sobre diferenças culturais entre Brasil e Itália, além das regras nas refeições. Clique ali para ler o artigo: Um oceano nos separa Se você também ficou curioso(a) para saber seu desempenho no teste de boas maneiras da Accademia Italiana di Buone Maniere, Galateo e Costume, clique aqui para realizar o teste. Me conte nos comentários como você se saiu no teste e qual das dicas é sua preferida.

  • Tivoli: conhecendo as belas vilas

    Venha se encantar com esse passeio Roma é uma cidade que não costuma ficar de fora dos roteiros turísticos e se isso não vai ser diferente com você, te convido a adicionar um dia extra para conhecer Tivoli. O historiador Dionísio de Halicarnasso defende que Tivoli foi fundada pelos aborígenes e é mais antiga do que Roma. Na Antiguidade, a cidade era chamada de Tibur. Sendo chamada por Virgílio de Tibur Superbum ("Tibur Orgulhosa") em Eneida no livro VII. Tivoli fica aproximadamente a 30 quilômetros de Roma e você pode conhecê-la indo de trem, ônibus ou carro. Você pode pegar o trem em Roma tanto na Estação Termini, quanto na estação Tiburtina com destino a Tivoli. O trajeto leva em torno de 60 minutos e o trem costuma partir a cada hora. Você também pode ir de ônibus, o que costuma ser mais indicado por ter mais horários de partida e poder ficar mais próximo do seu destino. Ainda em Roma você pode pegar a linha B (azul) do metrô e descer na estação Ponte Mammolo. Subindo as escadas você deve procurar a plataforma de Tivoli. O bilhete custa dois euros e o ônibus da empresa Cotral parte a cada 15 minutos. Aqui no blog eu já falei em dois artigos sobre lugares reconhecidos pela UNESCO como patrimônio da humanidade e esse é um assunto que gosto muito. Quando olhamos quantos sítios a Itália possui com reconhecimento da UNESCO, trazemos ainda mais à luz o quanto a história e a cultura italiana são importantes. Clique aqui para ler sobre Pádova. Clique aqui para ler sobre 2 locais reconhecidos pela UNESCO que você pode conhecer estando em Milão. Quando se fala de reconhecimento da UNESCO, Tivoli chama nossa atenção. A cidade possui mais de um sítio reconhecido como Patrimônio mundial da UNESCO, no comune encontramos a Villa Adriana e a Villa D’Este, cada uma apresentando belezas particulares e únicas. A Villa Adriana foi construída no século II para ser a residência suburbana do imperador romano Adriano. A vila é uma junção ímpar dos estilos arquitetônicos egípcio, romano e grego para a construção de uma “cidade ideal”. Antes de falar sobre a Villa Adriana, para que nossa experiência ao ler esse artigo seja mais envolvente, temos que saber quem era o Imperador que foi responsável por essa magnífica obra. Públio Élio Adriano nasceu 43 anos após a morte de Cristo e reinou durante 21 anos, sendo o sucessor do imperador Trajano. Adriano é considerado um dos “cinco bons imperadores”, termo cunhado pelo filósofo político Maquiavel em 1503 para se referir a Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio e Marco Aurélio, que foram os responsáveis pelo período de grande prosperidade do Império durante a Pax Romana Ao contrário do seu antecessor, Adriano abandonou a política expansionista e preferiu investir na consolidação das fronteiras e unificação dos diversos povos que viviam dentro do Império. Promoveu, projetou e financiou pessoalmente várias instituições e edifícios civis e religiosos, como o Templo de Vênus e a reconstrução do Panteão. Seu reinado foi pacífico e próspero, e sua personalidade é vista pelos historiadores como enigmática, intrigante e contraditória, o que vem causando grande fascínio ao público, principalmente depois do best-seller Memórias de Adriano, lançado em 1951 pela escritora francesa Marguerite Yourcenar. De forma resumida, seu legado foi ter realizado incríveis obras urbanísticas em várias cidades, fomentado o orgulho em ser Romano, disciplinado ainda mais o exército, e incentivado muito a religião. Adriano era sagaz, perfeccionista, muito hábil em combinar persuasão e força para atingir os seus objetivos, e tinha um interesse genuíno no bem-estar fiscal e econômico do Império. Depois de saber quem foi Adriano, e possivelmente se tornar um fã dele assim como eu me tornei, sua visão sobre a Villa Adriana e a sua vontade de conhecê-la irão subir para um outro nível, e sua experiencia ao visitá-la, de tirar o fôlego. O local para a construção da Villa foi escolhido pelo próprio imperador por sua proximidade de Roma (28 quilômetros) e, por estar entre dois afluentes do rio Aniene é um local abundante em água e estratégico devido a sua posição panorâmica. A vila se estende por 120 hectares (equivalente a 168 campos de futebol oficiais, um pouco maior do que o município do Rio de Janeiro) com 30 edifícios e é dividida em quatro núcleos: os edifícios de representação e banhos termais, o Palácio Imperial, a residência de verão e a área monumental. O declínio do Império fez com que a área passasse por um grande período de negligência até o século XIX, quando a vila se tornou patrimônio do Reino da Itália. Assim começaram os trabalhos de reconstrução que envolveram arqueólogos internacionais e duram até hoje; pois o uso de todos edifícios ainda não foi esclarecido. A Villa Adriana foi construída no Século II, mas serviu de inspiração para o desenho da sua vizinha, Villa D’Este, construída no século XVI. Também foi da Villa Adriana que foi retirado muito mármore para construção da vila mais jovem. Filho de Afonso I D’Este e de Lucrécia Bórgia, o Cardeal Ippolito II D’Este foi nomeado governador de Tivoli pelo Papa Júlio III em 1550 e reconstruiu a vila segundo os planos de Pirro Logorio para que a mesma fosse adequada ao seu novo status. Classificada pela UNESCO em 2001 como Patrimônio da Humanidade, a Villa D’Este foi reconhecida assim por “seu design inovador, juntamente com os componentes arquitetônicos do jardim (fontes, bacias ornamentais etc.), que fazem deste um exemplo único de um jardim italiano do século XVI. A Villa D'Este, um dos primeiros giardini delle meraviglie, foi um modelo inicial para o desenvolvimento de jardins europeus”. O complexo possui uma área de aproximadamente 4,5 hectares e apresenta forma irregular pois foi preciso utilizar algumas partes do antigo convento franciscano que estava no local. O jardim desce por encostas íngremes do palácio até um terraço plano e cada um dos eixos transversais do jardim termina em uma fonte. Este modo de construção foi utilizado para disfarçar a forma irregular do jardim e dar a impressão que o edifício está no centro da obra. O jardim da Villa D’Este é considerado uma obra-prima da engenharia hidráulica por sua complexidade e execução. Possui diversos lagos, canais e fontes que são abastecidos graças ao desvio de um quilometro de extensão, feito a partir do Rio Aniene e pela nascente de Rivellese, que abastece uma cisterna sob o pátio. No início da Primeira Guerra Mundial, a vila passou a fazer parte das propriedades do estado italiano, depois foi aberta ao público e completamente restaurada entre as décadas de 20 e 30. Outra restauração foi realizada, após a Segunda Guerra Mundial para reparar os danos causados ​​pelo bombardeio de 1944. Além desses dois lugares fantásticos que, com certeza, merecem um dia de visita na sua viagem à Itália, Tivoli ainda apresenta aos turistas menos apressados diversos outros locais arqueológicos menores, mas também de enorme beleza e importância histórica. Além das igrejas e da Villa Gregoriana, um parque fabuloso conhecido pela Grande Cascata e pela Acrópole, destino certo dos cidadãos europeus de classe média alta em meados do século XVII, no movimento que ficou conhecido como Grand Tour. Me conte nos comentários se você gostou de conhecer mais sobre Tivoli e que local não pode faltar no seu roteiro de viagem.

  • O dia que se comemora a força da resistência italiana

    A história do feriado de 25 de abril O dia 25 de abril é um importante feriado no calendário italiano para celebrar a liberdade e a democracia. É marcado pela data da Libertação Italiana, quando no ano de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, os soldados nazistas e fascistas foram expulsos das cidades de Milão e Turim pela Resistência Italiana. Tal acontecimento acabou culminando na derrota das tropas nazifascistas e, posteriormente, também deu início ao processo de estabelecimento da república italiana e da atual Constituição da Itália. Você conhece a história deste feriado? Nos primeiros meses de 1945, haviam milhares de pessoas lutando contra a ocupação nazista no norte da Itália. Em 25 de abril, o Comitê de Libertação Nacional (CLN) convocou todas as forças partidárias de resistência, em todos os territórios ainda ocupados, e ordenou que atacassem, dando origem a uma rebelião que forçou as tropas nazifascistas a se retirarem do solo italiano. Os soldados alemães tiveram que se retirar de Milão e Turim. Na noite de 25 de abril, Benito Mussolini deixou Milão na tentativa de fugir para a Suíça e partiu em direção a Como. Mussolini foi então capturado e morto de forma violenta junto com sua companheira e outros políticos fascistas, poucos dias depois, em 28 de abril. Os "partigiani", como eram chamados os membros da Resistência Italiana, continuaram a chegar em Milão entre os dias 25 e 28 de abril, e combateram a ocupação nazista que ainda existia, libertando outras cidades do norte da Itália como Bolonha, Gênova e Veneza. Uma grande manifestação popular para comemorar a libertação foi realizada em Milão em 28 de abril, celebrando a vitória da Resistenza Italiana. Até 1º de maio de 1945 todo o território italiano estava finalmente libertado, encerrando assim os 20 longos anos de ditadura fascista e a ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial. Milhares de pessoas de diferentes grupos fizeram parte da luta da Resistência contra o governo fascista e a ocupação nazista, muitas delas tinham posicionamentos políticos diversos, o que marcou a pluralidade do movimento, onde todas tinham o ideal comum de defender a liberdade. A expulsão da ocupação nazifascista não aconteceu em um único dia na Itália, mas consideram o dia de 25 de abril como a data simbólica a ser celebrada pois foi nesse dia que as tropas nazistas e fascistas retiraram-se das cidades de Turim e Milão, após a população e os "partigiani" se revoltarem e retomarem as cidades. Este fato marcou o fim da ocupação das tropas em território italiano. O dia 25 de abril de 1945 foi então escolhido como Dia da Libertação e instituído como feriado nacional, sendo celebrado com muito orgulho até hoje em toda a Itália. Desde então, os italianos comemoram a data de 25 de abril como um dia importante de memória da guerra, ficando conhecido como o Anniversario della liberazione d'Italia. Outros países europeus também comemoram a libertação, mas em datas diferentes. Depois do dia 25 de abril de 1945, com o norte da Itália livre da ocupação, teve início o movimento que originou a República e posteriormente a elaboração da Constituição Italiana. O país se encontrava destruído após os anos de guerra e ditadura fascista. A Itália então finalmente se tornou República Italiana em 1946, através de um referendo nacional realizado em 2 de junho, quando os italianos votaram pelo fim da monarquia e a favor da república como forma de governo. Essa foi também a primeira vez que as mulheres italianas tiveram direito ao voto. Foram feitas diversas músicas em reconhecimento e homenagem aos partigiani, mas uma das mais conhecidas é a canção Bella Ciao, que foi adaptada de um canto italiano ainda mais antigo. A melodia se tornou um hino antifascista em todo o mundo e é cantada até hoje em manifestações populares na Itália, tendo se tornado um símbolo de liberdade e da Resistência Italiana, que bravamente combateu o fascismo e o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. Esse ano completa-se 75 anos da memorável data, que continua a ser lembrada com muito orgulho pelos italianos. Para celebrar o Dia da Libertação e comemorar o dia em que a Itália foi libertada do regime nazifascista, os cidadãos italianos costumam sair às ruas e praças das cidades. Devido ao distanciamento social vivido por toda a sociedade, em 2020 o feriado de 25 de abril será comemorado em cada casa. A Associazione Nazionale Partigiani d'Italia (ANPI) convocou a população para uma grande praça virtual em comemoração ao 75º Aniversário da Liberação da Itália, lançando a campanha #bellaciaoinognicasa. O convite é para que cada italiano celebre a data em suas casas e participe cantando de suas varandas e janelas, reafirmando os princípios constitucionais e os valores de solidariedade, democracia e liberdade defendidos pela Resistência e fortalecendo a memória da Libertação. Mais uma vez, a bela Itália mostra a força da esperança e da união, celebrando assim o 75º aniversário da Libertação Italiana. Você já conhecia a história desse feriado italiano?

  • Programação para saída do confinamento total na Itália é falsa ou verdadeira?

    Teremos o fim da quarentena italiana? Nos últimos 5 dias circula pelas redes sociais com bastante repercussão, um esboço de como seria a reabertura gradual do comércio, da indústria, das escolas, jogos de futebol e demais atividades na Itália. Eu mesmo recebi isso de um amigo que mora em Milão e achei o texto bem interessante, e por outro lado também um pouco preocupante. Me chamou tanto a atenção que resolvi fazer o artigo dessa semana baseado nesse assunto, nessa lista de reabertura. Como já trabalhei durante 4 anos escrevendo para um jornal da minha cidade, anos antes de me mudar para a Itália, comecei a pensar: para escrever um artigo sobre isso, preciso descobrir se a informação é verdadeira, e não ser mais um propagador de notícias falsas, ou, como alguns gostam de falar, sem se preocupar com estrangeirismo, as “fakenews”. Comecei a garimpar em dezenas de sites italianos até encontrar menção a essa “catena WhatsApp”, como dizem os italianos, ou seja, essa corrente do WhatsApp, e enfim, depois de uma hora e muita leitura eu encontrei. Nesse momento tenho que ser grato por saber italiano, pois não encontraria o que eu procurava em sites de outras línguas, e também não encontraria se as palavras chaves que coloquei no Google não fossem em italiano. Mas antes que você morra de curiosidade, vamos ao texto que “viralizou”. Confesso que queria usar outra palavra aqui. FINE FASE 1: PROGRAMMATA • 14 Aprile: Librerie e Cartolerie • 18 Aprile: Riapertura aziende agricole e industriali FASE 2: IPOTESI •4 maggio: Libera circolazione ma con obblighi come mascherine e distanza di sicurezza. •4 maggio: Negozi tessili, di arredamento e d’abbigliamento con ingressi scaglionati, file lunghe e prenotazioni (no centri commerciali). •11 Maggio: Tribunali ed uffici professionali •18 Maggio: BAR E RISTORANTI ed altre attività di ristorazione con distanze da rispettare •25 Maggio: Parrucchieri e Barbieri con obbligo mascherina, ingressi singoli. •31 Maggio: Ripartenza campionato di calcio e altri sport collettivi. •8 Giugno: Centri sportivi ma solo per sport individuali o lezioni con basso assembramento. FASE 3: IPOTESI •Settembre: Riapertura scuole superiori con divisione turni e lezioni online, ancora da decidere materne ed elementari. •Dicembre: Cinema e teatri •Marzo 2021 : DISCOTECHE E STADI •31 MARZO 2021 : RIAPERTURA CONFINI E FINE DI OGNI LIMITAZIONE Ritorno alla normalità previsto per primavera 2021 Eu, particularmente fiquei muito preocupado com o fato de a reabertura total e definitiva estar programada apenas para 31 de março de 2021. Praticamente daqui a um ano. No entanto eu não encontrei nenhuma fonte confiável confirmando essas informações. Inclusive alguns jornais fizeram matérias falando dessa corrente do WhatsApp e destacaram a falta de uma confirmação do governo sobre esse assunto por enquanto. No entanto a reabertura de algumas empresas agrícolas e industriais no próximo dia 18 é uma informação verdadeira. Já a informação sobre a reabertura das papelarias e livrarias foi confirmada pelo próprio primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte, bem como os negócios voltados às crianças, como lojas de roupa. De acordo com o ministro degli Affari e delle Autonomie, Francesco Boccia, em uma entrevista essa semana para o jornal Corriere della Sera, “parlare di normalità vuol dire illudere la gente, perché se fai un errore distruggi settimane di sacrifici di tutti”. Ou seja, “falar de normalidade significa iludir as pessoas, porque se cometemos um erro, destruímos semanas de sacrifício de todos”. Quem acompanha também as declarações do primeiro-ministro italiano, sabe que essa previsão de reabertura que circulou e ainda circula no WhatsApp, mesmo parecendo muito ruim, é na verdade otimista. Sim querido leitor, infelizmente a situação pode ser ainda mais difícil. De qualquer forma, o que todos concordam é que ainda é muito cedo para fazer previsões como essas. E essa é uma informação confiável, é a lógica, já que outras previsões anteriores já caíram por terra. A pandemia se mostra muito dinâmica e a cada movimentação atual rumo ao maior fechamento da mobilidade ou à maior flexibilidade nos coloca em caminhos bem diferentes. Segundo Britta Jewell, epidemiologista de doenças infecciosas no Centro MRC de Análise Global de Doenças Infecciosas, Imperial College London, 1 pessoa que se infecta hoje passa o vírus adiante de forma que em 30 dias mais 2.400 pessoas sejam infectadas, levando-se em conta que uma pessoa passa o vírus para outras duas ou três pessoas e assim por diante. Concluindo, a probabilidade que essa previsão seja uma notícia falsa é enorme. Não há nenhuma fonte confiável que a confirme. E mesmo que fosse verdadeira, as chances de acontecer mudanças nas datas são de quase 100%, na minha opinião. Ainda assim, mesmo sendo falsa, ela abre uma discussão interessante e amplia o nosso olhar para o futuro. Levar em consideração que alguns serviços podem mesmo levar 1 ano ou mais para voltar a funcionar normalmente já não é uma possibilidade tão remota. Isso nos deixa um pouco mais preparados e é esse tipo de previsão pessimista, para a maioria das pessoas, que pode fazer com que a humanidade leve a situação mais a sério e, tomando mais cuidados acabe mudando o futuro para um cenário bem mais agradável. Me conte nos comentários o que mais lhe chamou atenção neste "calendário" de retomada e o que você tem feito neste momento de quarentena.

  • Padova: um misto de fé e ciência

    Venha comigo nesta viagem entre os dois mundos A Itália é considerada o berço das artes, das belas obras, do renascimento e dos grandes estudiosos, mas também por ser um país religioso e muito ligado ao catolicismo. E Padova nos traz uma junção ímpar destes dois mundos. A cidade, localizada na província de mesmo nome na região do Veneto, fica a 40 quilômetros de Veneza. Diz-se que é uma das mais antigas da região, sendo citada no poema Eneida do poeta Virgílio. Virgílio escreveu a epopeia em seus últimos doze anos de vida, antes da sua morte em 19 a.C. quando o poema ficou inacabado. Na obra de Virgílio, Padova é citada como sendo criada pelas mãos do príncipe troiano Antenor no ano de 1185 a.C. Por mais que isso venha de uma lenda, dados arqueológicos confirmam a idade avançada da cidade, que se desenvolveu entre os séculos XIII e XI a.C. Se você partir de Veneza, uma boa ideia é ir para esta cidade histórica de trem. Os trens saem em média a cada 40 minutos da estação Santa Lucia e o tempo médio da viagem é de 23 minutos. Prepare-se para conhecer uma cidade que lembra a era medieval, mas está repleta de ciência, desenvolvimento e fé. O Jardim Botânico de Padova é o jardim universitário mais antigo da Europa (1545) e ainda preserva muito de sua aparência original. Ali foram plantadas as primeiras lilases (1568), as primeiras batatas (1590) e os primeiros girassóis (1568) da Itália. Também conhecido como o “jardim do simples”, inicialmente o jardim era destinado ao cultivo de plantas medicinais (chamadas de “simples” na Idade Média). O jardim contribuiu para história de medicina e botânica, além de ser um belo exemplo da arquitetura renascentista. A planta mais antiga do Jardim Botânico é uma palmeira de San Pietro, conhecida como Palma de Goethe, pois inspirou o escritor alemão que visitou Padova em 1786, em sua teoria sobre a metamorfose das plantas. O Jardim foi reconhecido como Patrimônio da Humanidade em 1997 e até hoje desempenha seu papel original como centro de ensino universitário, educação e pesquisa; sendo fonte de inspiração para outros jardins da Itália e Europa. Sua biblioteca possui mais de 50 mil volumes e manuscritos; e seu herbário é um dos mais amplos da Itália. Ambos fazem com que o jardim tenha forte influência no desenvolvimento mundial da botânica, medicina, ecologia e farmácia. O Jardim faz parte da Universidade de Padova, uma das mais antigas do mundo, criada em 1222. Atualmente, a universidade tem sua sede no Palácio Bó, criado em 1542. Fundada como Riformatori dello Studio di Padova, a universidade foi palco de grandes feitos como: a primeira graduação de uma mulher; a primeira sala de anatomia e a descoberta da Via-Láctea por Galileu Galilei. Para você ter ideia da força e reconhecimento científico da universidade, Galileu e Copérnico foram professores na universidade. Outra atração imponente na cidade é o Prato della Valle, segunda maior praça da Europa, com 90 mil metros quadrados, o equivalente a quase 15 campos de futebol. Em primeiro lugar na Europa está a Praça Vermelha em Moscow. A praça, também chamada de “Il Prato” foi desenvolvida graças aos esforços de Andrea Memmo, um procurador da cidade. Já que ele foi um grande desenvolvedor da cidade, ele está entre as personalidades representadas ao redor do canal e ainda ganhou o nome da ilha no centro da praça em sua homenagem. A praça encanta pela quantidade de estátuas em pedra Costozza. Atualmente são 78 estátuas que representam personalidades da cidade. Próximo à praça, encontra-se o símbolo da fé na cidade. A cidade possui um Duomo, mas os visitantes costumam concentrar sua atenção na Basílica de Santo Antônio. Também conhecida como O Santo, a basílica costuma receber cinco milhões de visitas por ano, especialmente em 13 de junho, dia do Santo. A construção da basílica foi iniciada em 1232 para guardar o túmulo do frade franciscano Antônio, que morreu em Pádua em 1231. A basílica é aberta ao público, mas não é permitido tirar fotos em seu interior. Fernando Antônio de Bulhões nasceu em Lisboa, Portugal. De família nobre e rica, Santo Antônio era filho único e entrou para o Mosteiro de São Vicente dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho com 19 anos. Depois de anos de estudo, Frei Antônio pede para ir para o Marrocos pregar o evangelho. Mas no caminho, ele fica muito doente e precisa retornar a Portugal. No retorno, seu barco sofre um desvio devido a uma forte tempestade e para na Sicília, Itália, onde Santo Antônio conheceu São Francisco de Assis e tem sua vida mudada. Aqui no blog eu publiquei um artigo onde falo sobre a cidade do Santo, Assis. Clique aqui para ler. Santo Antônio faleceu em 13 de junho de 1231, com 36 anos em Padova. Conhecido como Santo protetor dos casamentos, dos pobres e das coisas perdidas. Foi canonizado pelo Papa Gregório IX em 30 de maio de 1232, conhecido como o processo mais rápido da história da Igreja. Em 1934 foi declarado Padroeiro de Portugal. Na Capela das Relíquias estão expostas a língua, cordas vocais e a mandíbula de Santo Antônio. Conta-se que no ano de 1263 abriram a tumba do Santo para acomodar as relíquias na igreja e a língua e as cordas vocais estavam intactas. Alguns dizem que foi um sinal de Deus confirmando os dons de pregação de Santo Antônio. A cidade ainda conta com a Capela degli Scrovegni, símbolo de união da religião e arte. Enrico degli Scrovegni era um agiota, que construiu a capela como forma de ter indulgência da igreja por sua profissão. A capela conta com afrescos de Giotto em homenagem a Nossa Senhora de Assunção. Giotto realizou o trabalho em dois anos, com ajuda de aprendizes. Os afrescos representam a vida da Virgem Maria e de Jesus Cristo e devem ser lidos de cima para baixo, da esquerda para direita. É necessário agendar a visita, que é feita em grupo de 25 pessoas por vez. Para que as pinturas sejam protegidas, não é permito fotografar no interior da capela e a porta de acesso só se abre para entrada e saída dos visitantes, mantendo o máximo possível o microclima do local estável. Padova representa uma mistura única; o avanço da ciência com Copérnico e Galileu, a fé e a religião por meio de Santo Antônio. A quietude das construções de tempos remotos, com o agito dos jovens universitários. A cidade concentra a essência de um país múltiplo, de diversas faces e credos. Me conte nos comentários que outra cidade você sente a essência italiana e deseja ver aqui no blog.

  • 5 Filmes italianos ótimos para assistir na Quarentena

    Quando pensamos em assistir um filme, não pensamos no quanto eles podem nos ensinar. Principalmente um idioma. Existe uma maneira de “estudar” (entre aspas, pois a gente nem percebe que está estudando) que eu considero uma das mais divertidas e eficazes: assistir à filmes. Sim, isso mesmo! Os filmes devem estar com áudio em italiano e sem legenda, e isso tem um motivo: treinar a audição. Existem diversas maneiras de aplicar esse tipo de estudo por imersão quando queremos aprender uma nova língua, mas a ideia é se cercar de estímulos da língua escolhida, tanto em texto quanto em áudio, para acostumar nosso cérebro com as palavras e sons diferentes. Meus alunos gostam muito dessa técnica por ser simples, eficaz e prazerosa. Mas, agora, vamos à uma lista com 5 filmes do cinema italiano para você aprender enquanto se diverte (em italiano, per favore): 1) La Vita è Bella (1998) Segunda guerra mundial. Um pai e seu filho são levados para um campo de concentração nazista. A mãe, não sendo judia, se oferece para ir voluntariamente junto com a família, mas acaba se separando deles. O filme mostra como o pai, em um esforço para esconder a realidade de seu filho, faz a criança acreditar que eles estão participando de um jogo divertido e desafiador. É um clássico emocionante. Já fiz um artigo falando só sobre esse filme, confira no link abaixo, é imperdível: La vita è bella - 19 curiosidades para celebrar duas décadas 2) Benvenuto Presidente (2013) Um cidadão comum é, por um engano, eleito presidente da Itália. No entanto, pela sabedoria e honestidade, ele logo ganha a simpatia da população. É uma comédia leve e divertida, para ver com a família. 3) Amici Miei (1975) Mostra a amizade de quatro amigos de infância que, mesmo depois de muitos anos, continuam fazendo brincadeiras e pregando peças uns aos outros. Dois outros filmes foram lançados depois, formando uma trilogia de enorme sucesso. 4) Il Postino (1994) Pablo Neruda, o poeta chileno, após ser exilado de seu país, passa a viver em uma pequena ilha na Itália. O protagonista, no entanto, é Mario, um dos poucos habitantes do lugar que sabem ler e escrever e, por isso, fica encarregado de levar as cartas que chegam para o poeta. O filme mostra a amizade que se forma entre o rapaz e Pablo, que ensina poesia a seu novo amigo para ajudá-lo a conquistar uma garota. História, fotografia e trilha sonora, esse filme tem tudo! 5) Caffè Sospeso (2017) Há uma tradição, nascida em Nápoles, chamada de caffè sospeso (café suspenso). A prática consiste em comprar seu café e deixar outro pago para alguém que necessite. Tema inicial deste documentário que se passa na Itália, na Argentina e nos Estados Unidos, o café suspenso é um hábito de gentileza e caridade. Apesar do nome, o documentário fala muito mais de pessoas do que de café em si, e vale muito a pena assistir. Esse filme, assim como Benvenuto Presidente (o segundo filme da nossa lista), está disponível na Netflix (na data da publicação desse artigo). Para uma experiência completa de aprendizagem, caso você tenha realmente vontade de aprender italiano, existe uma técnica para usar essa ferramenta de imersão: assista ao filme 3 vezes. Na primeira vez com legendas em português, na segunda com legendas em italiano e na terceira sem legendas. Em todas as 3 vezes com áudio em italiano, claro. Se por acaso você não seja iniciante nos estudos em italiano, descarte a primeira vez com legendas em português. E lembre-se: é só uma ferramenta de auxílio e imersão, é necessário também que, para aprender mais rápido, você esteja fazendo um bom curso e usando outras ferramentas de imersão (assunto para outro artigo). Esses são apenas alguns dos filmes, direto da Itália, que eu recomendo para que você assista. É claro que também podemos assistir filmes dublados, mas a experiência, como você deve saber, não será a mesma. Gostou da lista? Já assistiu algum? Acha que outros filmes deveriam estar nessa lista? Me conte o que achou e escreva a sua dica de filme aqui embaixo nos comentários. Arrivederci!

  • Como fazer imersão sem estar na Itália

    Complete seus estudos com essas dicas! Separei 3 dicas incríveis de imersão em italiano para você que deseja aprender a falar a língua italiana sem estar necessariamente morando na Itália. Mas o que é imersão? Imersão em italiano é você estar rodeado de informações em língua italiana, tendo contato com o novo idioma de forma natural e rotineira. Quando você está em outro país, para todos os lugares que você olhar verá placas, outdoors e propagandas, escritas no idioma local. Quando você viajar para a Itália, claramente, não será diferente. As pessoas ao seu lado falarão em italiano! Quando você for ao supermercado, à farmácia ou ao restaurante, também estará envolto em língua italiana, assim como quando ouvir a rádio ou assistir à televisão local. Em todos os momentos, você estará imerso no idioma italiano em seu cotidiano, o que por si só já acelera e facilita o aprendizado da língua. E você já pode fazer a imersão na língua italiana sem estar necessariamente morando na Itália! A imersão é uma ferramenta fantástica quando está aliada a um bom método de estudo para aprender a falar italiano. Além da imersão, você também precisa estar comprometido com as aulas do curso de italiano, deve praticar a escrita, seguindo um método eficiente e que te ajude nessa jornada, e deve praticar a audição, acompanhando os áudios do professor durante as aulas e também por meio do meu podcast, Italiano com Silvano, clique aqui para escutar! Inclusive, tenho também uma seleção com outras excelentes opções de podcasts com temas variados, clique aqui para conhecer. Dentro da sua metodologia de estudo, você poderá então utilizar a importante ferramenta de imersão no idioma italiano como forma de te auxiliar a aprender mais rápido, acostumando seu ouvido a essa nova língua. Mas como fazer a imersão estando fora da Itália? A primeira dica é algo simples, mas muito útil: configurar o seu celular no idioma italiano! Como você utiliza seu telefone todos os dias, ele é uma ferramenta eficiente de imersão pois você estará em contato com a língua italiana em situações práticas, do seu cotidiano. Será possível aprender novas palavras ao mexer em seu smartphone de forma habitual, e é assim que a imersão funciona. Aproveite também para passar seu Facebook e demais aplicativos do seu celular para o idioma italiano. Você estará em contato com a língua rotineiramente, o que é a chave da imersão, permitindo que você esteja em contato com a língua todos os dias em diversos momentos. Passar o idioma do seu celular para italiano é uma importante dica que sempre aconselho aos alunos. Inclusive, o benefício também se estende às crianças, que eventualmente mexem no celular dos pais baixando jogos, por exemplo. Assim, os pequenos já vão se acostumando com o novo idioma também, fazendo uma pequena imersão durante suas atividades. A segunda dica é criar um ambiente de imersão em italiano dentro da sua própria casa, junto com a sua família, colocando etiquetas com as palavras em italiano espalhadas pelos móveis, eletrodomésticos e utensílios de cozinha, cada vez que você aprender um novo significado. Na geladeira, por exemplo, você colocará uma etiqueta “frigo”, na pia será uma etiqueta escrita “lavandino”, na mesa estará a etiqueta “tavolo”, e assim por diante. São inúmeras possibilidades que podem ser adicionadas aos itens da sua casa conforme você avança em seu aprendizado durante o curso e aumenta seu vocabulário. Fazer isso criará um ambiente de imersão em língua italiana que te possibilitará aprender de forma natural. Essa é outra dica poderosa que dou aos meus alunos, que muito animados compartilham conosco fotos de suas casas cheias de etiquetas. A terceira dica de imersão em italiano sem estar morando na Itália é através de filmes e séries. Mas atenção, não basta apenas colocar o idioma do áudio em italiano e manter a legenda em português, pois assim você não treinará seu sistema auditivo! Com a legenda em português, seu ouvido não prestará tanta atenção no som das palavras, já que você estará lendo, e assim você não vai aprender a língua italiana. É preciso então seguir o método certo. São três etapas: Na primeira vez que assistir, você deverá configurar o áudio do filme ou da série para idioma italiano, com legenda em português. Em seguida, você deverá assistir ao filme novamente, mas nessa segunda vez deixará com áudio em italiano e a legenda em italiano também. Por último, assista pela terceira vez, com áudio em italiano, mas sem legenda. Não se preocupe caso você não entenda muitas palavras por ainda estar no começo do seu estudo de língua italiana. Se você conseguir entender 10% ou 15% já será o suficiente para te ajudar no aprendizado e imersão no idioma, mesmo que você não compreenda as frases completamente. Esse exercício será útil por te permitir aprender novas palavras, aumentando seu vocabulário. Com isso você também começará a habituar seu ouvido com a nova linguagem e os novos sons. Mesmo sem saber o significado no início, conseguir identificar o som das palavras e particularidades da pronúncia é extremamente importante para quem está começando sua jornada de aprendizado em um novo idioma. Você pode praticar essa dica através da Netflix, que traz uma grande diversidade de filmes e séries com áudio em italiano. Reforço a dica de assistir filmes e séries em três etapas. Primeiro, em idioma italiano com legenda em português; depois, veja pela segunda vez, em idioma italiano com legenda em italiano; e então assista ao mesmo filme uma terceira vez, em idioma italiano porém sem legenda. Assim você terá assistido ao filme, ou à série, três vezes e aprenderá italiano de forma fácil e prazerosa. Se por acaso for um filme ou série que você já viu, pode pular a primeira etapa. Prepare a pipoca! FILMES Troia Pixels O menino do Pijama Listrado Sem misericórdia (The equalizer) Quando nos conhecemos Extinção Lá vêm os pais SÉRIES Orange is the new black The crown Black Mirror La casa de papel Anne With an E Stranger Things Luke Cage Vikings Bates Motel A história de Deus The Ranch As Casas mais extraordinárias do Mundo A Catedral do Mar Outros filmes excelentes para imersão são os que já citei em outro artigo aqui no blog, com 5 dicas de filmes do cinema italiano, clique aqui para conferir a lista e aproveite! Você acabou de conhecer 3 maneiras simples e que funcionam muito bem para auxiliar no aprendizado de italiano. Use essas dicas desde já e veja a diferença em seu aprendizado! Dessa forma você ajuda a desenvolver a tão sonhada fluência, tendo uma imersão na língua italiana sem sair de casa, utilizando ferramentas simples. Gostou dessas técnicas? Me conte nos comentários qual delas você já vai começar a aplicar hoje mesmo! Continue acompanhando nosso blog para mais dicas exclusivas de como aprender italiano de maneira fácil, rápida e eficiente. Arrivederci!

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© 2019, Silvano Formentin

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